Postado por : ShadZ Jun 9, 2023

 Hunter, o aguerrido


— Ok, pessoal — Miriam batia palmas para chamar a atenção do seu time. — Vamos fazer uma pausa. Hora do rango!


Enfim a equipe conseguiria descansar um pouco do treinamento intenso. Aquele era o ritmo recorrente nos últimos dias, pois Miriam precisava conferir as lacunas em sua equipe de forma a aprimorar o que faltava e ter um time mais coeso para desafiar o próximo Cérebro da Fronteira. Ainda que o progresso tenha sido considerável desde que venceu Greta, a garota sentia que ainda faltava algo.


A treinadora preferiu não ficar pensando muito naquele momento, pois seu foco era fortalecer o seu time ao máximo. Nidoqueen e Venomoth eram poderosos o bastante pra aguentar batalhas em sequência, mas Mudkip ainda tinha que se desenvolver, embora tivesse melhorado bastante. A anfíbia era a maior preocupação naquele momento, pois a Batalha da Fronteira era uma competição de nível superior ao dos ginásios da Liga Pokémon. Tanto que só eram convidados treinadores veteranos para participar.


A Rota 114 era deslumbrante. Os riachos cercados pelas montanhas do noroeste eram uma visão privilegiada para Miriam. O sol era radiante e já estava em seu pico, mas o vento que corria por entre os paredões naturais derrubava a temperatura o bastante para fazer a garota encolher os ombros de frio como se já estivesse prestes a anoitecer. Miriam imaginava como devia ser gelado ali durante a noite, mas não tinha com o que se preocupar, pois Fallarbor era próxima e ela tinha um quarto reservado no Centro Pokémon local.


Miriam serviu aos seus Pokémons uma ração especial feita por ela, já que a treinadora possuía alguns conhecimentos básicos sobre criação Pokémon. Para si própria, um ensopado em porção individual era mais que o suficiente para matar sua fome, pelo menos por aquele momento. Ela queria voltar rápido aos treinamentos.


Sua refeição foi interrompida quando ouviu o que parecia ser uma confusão perto dali. Miriam se levantou para tentar identificar melhor de onde vinha o barulho, e assim que detectou a direção do som foi ver do que se tratava. Seus Pokémons, preocupados de sua mestra andar sozinha naquela rota, a seguiram quase que de imediato.


Quando a menina conseguiu se desvencilhar dos arbustos que a separavam do local de origem daquela barulheira, viu um confronto tenso. Um felino de porte médio e pelagem branca era cercado por quatro longas serpentes de escamas num tom escuro de azul-esverdeado. Tanto o enorme par de presas como a escama enrijecida em forma de lâmina na ponta da cauda possuíam uma tonalidade rubra amedrontadora, indicando que aqueles ofídios possuíam um veneno poderoso, e sabiam como utilizá-lo.


Miriam optou por não intervir logo de cara, mesmo considerando que o felino estava em grande desvantagem numérica. Apenas efetuou uma pesquisa rápida em algum guia daquela área que havia pegado no Centro Pokémon e constatou que as duas espécies se tratavam de Pokémons não muito comuns de serem vistos. A espécie das serpentes era conhecida como Seviper, e eles cercavam o Pokémon conhecido como Zangoose.


— Pessoal, vamos aguardar pra ver o que vai acontecer — disse a menina sussurrando para seus parceiros. — Qualquer coisa a gente sai em defesa daquele ali que está sendo cercado. Se mantenham a postos.


Nidoqueen e Venomoth acenaram positivamente, enquanto Mudkip estava de costas observando uma flor que havia no chão ali perto. Miriam esfregou a mão no rosto, mas decidiu não forçar a criaturinha aquática a raciocinar. Sabia que era pedir muito. Do contrário, voltou sua atenção para a batalha que estava para começar ali.


As serpentes partiram pra cima em um ataque coordenado, formando duas duplas. O Zangoose de certa forma estava calmo demais para quem parecia estar em perigo. O gato selvagem mexia rapidamente os olhos para que sua visão cobrisse o máximo de pontos possíveis. Sabendo que um dos Sevipers tentaria atacá-lo pelas costas, ele saltou assim que sentiu a aproximação do inimigo. Ao se apoiar em um galho de uma árvore próxima, tomou impulso e se atirou de volta no oponente desferindo um forte golpe com suas garras na região da nuca. O Seviper atingido foi ao chão, onde ficou atordoado sem conseguir se levantar. A desvantagem já havia diminuído.


Os demais o cercaram em uma formação de triângulo, de forma que ele não conseguisse cobrir seu ponto cego. Um Seviper avançou para cima, sendo facilmente afastado. Porém aquela era uma isca, e o Zangoose foi envolto por uma segunda serpente que se enrolou em torno de seu tronco, o imobilizando e mordendo com força um de seus ombros.


Miriam começou a ficar tensa, já se preparando para dar o sinal de intervenção para Nidoqueen e Venomoth, mas foi surpreendida quando Zangoose agarrou o Seviper que o prendia pela cabeça, e o removeu a força para lançá-lo contra o terceiro que avançava para dar o golpe final. Os dentes estavam cravados, e ao tirá-los de seu ombro foi possível notar ferimentos sérios no local do ataque.


Miriam estava nervosa, já contando o tempo para que o veneno começasse a surtir efeito. Não tinha como um Pokémon sobreviver caso mantivesse aquela carga de toxinas em seu corpo por muito tempo. O guia alertava para os efeitos quase instantâneos do veneno neurotóxico dos Sevipers, capazes de paralisar até um Mamoswine com uma dose mínima.


Mas nada ocorreu. Zangoose se mantinha de pé, e o máximo que ele sentia era o incômodo da mordida que havia levado. Para a surpresa da treinadora que o assistia, ele não apresentava nenhuma reação anormal que pudesse indicar o envenenamento.


— O sistema nervoso dele já deveria estar colapsando a essa altura. Uma mordida profunda daquela não estar surtindo efeito é muito estranho — a garota balbuciava, tentando deduzir o que estava acontecendo. — O guia diz que as duas espécies rivalizam bastante, que são inimigos naturais. Teria o Zangoose desenvolvido alguma imunidade contra venenos? Será que é algo desse aí, ou da espécie como um todo?


Zangoose correu em direção aos três Sevipers que tentavam se levantar e desferiu golpes rápidos com suas garras, danificando suas escamas e afugentando os inimigos. A força dele era considerável, parecia estar bem acostumado a lidar com situações hostis, o que só deixava Miriam ainda mais interessada. Ou mais, ela estava maravilhada, e já começava a entender o que faltava em sua equipe. Era a versatilidade. Ela só tinha três Pokémons para lutar na Batalha da Fronteira, e dois deles possuíam o mesmo tipo. Era hora de abrir o leque de possibilidades, e um membro na equipe imune a veneno era uma ótima forma de começar a variar o time.


— Eu quero ele pra mim — a menina já nem disfarçava o seu sorriso carregado de euforia.


O Zangoose se virou assim que sentiu a aproximação de Miriam. Nidoqueen e Venomoth a acompanhavam de perto, e ela trazia a Mudkip no colo com medo de que ela se perdesse indo descobrir algo no meio do mato.


O Pokémon direcionou seus olhos vermelhos para a garota, a observando com uma expressão de impaciência. Já tinha lidado com os quatro Sevipers, tudo que não precisava naquele momento era um treinador terminando de aborrecê-lo.


— Você é bom — disse Miriam, que o observava com um sorriso confiante. — Ter um cara tão forte no meu time é justamente o que eu preciso pra ir além nos meus objetivos. Com você eu sinto que vencer a Batalha da Fronteira não vai ser algo tão impensável.


Nidoqueen se colocou a frente de Miriam, já preparada para a briga.


— É por isso que eu te desafio aqui e agora! Nidoqueen, Body Slam!


Maggie avançou para cima do Zangoose, mas antes que pudesse concluir seu ataque viu seu oponente desaparecer de sua vista. Quando olhou para trás viu o felino parado.


— Usou o Quick Attack para se esquivar... — deduziu a Nidoqueen.


O Zangoose entrou em posição de ataque, e seus pêlos começaram a se arrepiar. Maggie se preparou para algo perigoso, mas a investida não ocorreu. Ao invés disso, a energia de seu adversário começou a se tornar visível e luminosa, tomando forma de lâminas que cercavam a criatura selvagem. Após um breve instante a massa de energia desapareceu, restando apenas o felino no local.


Zangoose partiu com velocidade para cima de Maggie, que não teve tempo de se esquivar. O corpo resistente da Nidoqueen foi sua grande sorte, pois ela conseguiu sentir o impacto do golpe, que foi desferido com uma força física avassaladora. Se tivesse a defesa um pouco mais baixa ela poderia estar seriamente machucada já naquele momento.


Swords Dance — sussurrou Miriam, retomando o tom de voz normal logo depois. — Ele sabe o que está fazendo. É um Pokémon acostumado a batalhar pra sobreviver. Nidoqueen, use o Body Slam!


A Nidoqueen se lançou com seu corpo para executar o ataque. A diferença de porte físico entre os dois era grande, o que indicava um prejuízo iminente ao Zangoose. Ele, porém, se esquivou e acertou outro ataque com suas garras em Maggie, agora causando maior dano.


— Então vai ser do jeito difícil? Nidoqueen, tudo bem aí? — Miriam se aliviou quando sua companheira assentiu com a cabeça. — Aguenta mais um pouco, querida. A gente vai vencer essa com paciência.


Maggie foi se apoiando nas próprias pernas para se levantar. Sua defesa era alta, permitindo que ela aguentasse mais golpes do Zangoose. Mas naquele ritmo a luta não duraria muito pra ela. Tinha a desvantagem da velocidade, e ainda que fosse resistente não conseguiria receber golpes em sequência.


— Você dá trabalho hein, garoto — disse a Nidoqueen ofegante.


— Eu dou trabalho? — finalmente foi a vez do adversário dizer algo. — Sou eu que sempre tenho que lidar com esses grupos de Sevipers imundos ou uma fila de idiotas domesticados por um humano. Parece que vocês gostam de apanhar, eu não consigo entender isso.


— Vamos ter que mudar de estratégia — disse Miriam, captando a atenção de Maggie. — Se ataques diretos não estão funcionando, vamos tentar a longa distância. Earth Power!


A fenda que se abriu no chão avançou na direção de Zangoose, que não teve tempo de se esquivar e foi alvejado pelas rochas que brotavam de baixo, de forma que ele tivesse que se apoiar nas próprias pernas para não ir ao chão. Ele havia sentido o ataque.


— Estamos quase lá — Miriam sussurrou para Maggie. — Vamos testar algo que eu venho suspeitando. Use o Toxic!


A Nidoqueen disparou um jato de veneno na direção do felino, que não se moveu. Ele apenas fez um movimento para proteger os olhos, mas recebeu o ataque diretamente contra seu corpo.


— A técnica Toxic consiste em um potente veneno que diminui drasticamente o funcionamento dos órgãos de quem for atingido. Não é inoculado através de mordidas ou picadas, mas é rapidamente absorvido pela pele — Miriam falava para si própria. — Vamos ver como ele reage, o efeito é rápido.


O tempo passou, mas nada ocorreu. O Zangoose continuava de pé, em plena consciência. Miriam sorriu com o canto da boca, pois pôde confirmar sua hipótese.


— Não era apenas uma resistência à toxina dos Sevipers... Ele tem uma imunidade natural contra venenos — a garota concluiu. — Isso sim é uma habilidade que vai ser muito útil no nosso time. Nidoqueen, Superpower!


O avanço de Maggie surpreendeu Zangoose, que não esperava aquela velocidade para um Pokémon daquele porte. Quando viu que não teria tempo de desviar, decidiu que a única opção que restava era responder com outro ataque. Ele avançou na direção da Nidoqueen e desferiu um Slash contra sua oponente.


O forte impacto dos dois colidindo os lançou de volta para trás, cada um para um lado distinto. Maggie caiu perto de Miriam. Enquanto ia ao chão, a Nidoqueen olhou para sua mestra. A troca de olhares foi mais precisa do que qualquer fala. A garota entendeu que a partir dali era com ela. Quando viu que o Zangoose também parecia estar caindo de forma definitiva a treinadora sacou uma Pokéball de seus bolsos, e a arremessou contra o Pokémon derrubado.


Miriam só conseguiu respirar aliviada quando a oscilação do dispositivo cessou, dando a certeza de que a captura foi bem sucedida.


• • •


Miriam havia passado a noite no Centro Pokémon de Fallarbor, deixando seus parceiros de equipe sob os cuidados da enfermaria para se recuperarem do desgaste causado pelos treinos, e no caso de Nidoqueen e Zangoose da batalha. Na manhã seguinte ela estava de volta ao local onde havia tido sua sessão de treinos no dia anterior. Ali ela montou um acampamento para que pudessem ficar durante um tempo.


Após uma breve sessão de treino toda a equipe estava fora das Pokéballs aguardando o almoço ficar pronto. Inclusive o Zangoose recém-chegado, que tinha algumas faixas no ombro onde havia sido mordido e em alguns outros lugares. Miriam a princípio teve receio de ser atacada ao tentar tratar dos ferimentos do seu novo parceiro, mas se tranquilizou quando viu que ele não oferecia resistência. Ele era muito bom em batalhas, mas sabia quando havia sido derrotado por alguém mais forte, e respeitaria o resultado.


Ele ainda estava um pouco isolado, mas a sua nova treinadora fez questão de se aproximar com um pouco da ração que havia feito.


— Usei algumas berries com propriedades regenerativas. Se comer isso vai se recuperar bem mais rápido.


Zangoose aceitou a comida, pegando o pote das mãos de Miriam e comendo devagar. A menina ficou feliz com a aceitação fácil do seu novo parceiro, e resolveu se sentar ao lado dele por um instante, até para que ele começasse a se acostumar com mais gente ao seu lado.


— Você é durão. Eu nunca pensei que um Pokémon selvagem fosse capaz de derrotar a Nidoqueen. Acho que se trabalharmos juntos, nós vamos evoluir bastante e conquistar grandes coisas. Você tem um potencial muito grande. Se confiar em mim eu tenho certeza que vamos longe.


O Zangoose fez um aceno com a cabeça, dando um sorriso quase disfarçado. Miriam deu um afago na cabeça do felino, saindo logo em seguida para limpar os utensílios usados.


Quem se aproximou logo depois foi Maggie, também carregando sua comida, em uma porção visivelmente maior que a do novato. Shin veio logo atrás.


— Foi uma boa batalha. E pensar que você já estava desgastado de lutar contra quatro inimigos de uma vez só.


— Então vocês viram aquilo? Foi vergonhoso, eu ainda tomei uma mordida. Geralmente eu consigo lidar com aqueles vermes sem problemas.


— Que bom então que eles te cansaram antes. Senão eu teria perdido sem te levar junto.


— Não é pra tanto, você deve ter sido a oponente mais forte que já enfrentei. Se daqui pra frente eu conseguir batalhar com outros tão fortes quanto você eu vou morrer de qualquer coisa, menos de tédio.


Maggie sorriu. Pelo visto a cara de emburrado de seu novo companheiro era só de fachada.


— Maggie, certo? Eu vi os outros te chamando assim.


— Exato. Pode falar comigo caso precise de qualquer coisa, ou com o Shin. Aqui a gente se ajuda a todo momento. Só não peça nada pra Niani por enquanto. Ela é meio desligada e pode acabar fazendo o contrário do que você pediu.


— Vou me lembrar disso.


— E o seu nome? Como podemos te chamar?


— Hunter.


Shin ficou um tempo encarando o Zangoose, que se sentiu desconfortável com aquilo. Ainda não estava acostumado a estar em uma equipe, e ser o centro das atenções não era muito do seu feitio.


— Hunter... — balbuciou a mariposa. — Nome meio edgy.


— Eu sei — o Zangoose voltou a ficar emburrado. — Infelizmente não fui eu quem escolhi meu nome. Fazer o quê?


— Entendo — disse Shin, parecendo compreensivo até sua sinceridade atacar novamente. — Mas não deixa de ser edgy.


— Sua borboletinha de merda, eu vou arrancar as suas asas e fazer você gritar de dor e agonia...


— Uau, isso é totalmente algo que um cara edgy diria — disse Maggie, se divertindo com as provocações. — Você entrou com tudo no personagem.


Miriam observava o grupo interagindo. A garota estava feliz com a forma como as relações estavam se construindo rápido entre sua equipe. Ela só foi interrompida de seus pensamentos quando notou que Niani estava disparando rajadas de água em Nuzleafs selvagens nos arredores de onde estavam acampados.


— Ô Mudkip, sua doida! Volta aqui!


Com isso a equipe ganha um novo membro, se tornando assim mais forte e versátil. Era justo o que Miriam precisava para seguir cumprindo seus desafios na Batalha da Fronteira, cujo próximo confronto se aproximava. Era hora de, mais uma vez, intensificar os treinamentos para a próxima batalha.


FIM DO CAPÍTULO 30


  

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  1. Hunter, nome perfeito para um Zangoose, ele é mesmo sua cara sombrinha kkkk

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    1. O pior de tudo é que eu até tenho alguns traços de personalidade espalhados entre os personagens humanos. Cada um dos protagonistas carrega alguma coisa minha. Mas com relação aos Pokémons eu não fiz absolutamente nada. Acho que passei tanto tempo usando icon de Zangoose que hoje é até difícil de desassociar kkkkkk

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  2. E não é que veio um Zangoose aí, caraca, eu achei foda pacas isso, e sem falar que combinou muito com a Miriam (a best girl, já estava com saudades dela e me perguntando quando ela iria dar as caras). Sério, que sinergia louca esse time da Miriam, agora me faz querer ver o que pode acontecer a seguir e quando veremos ela de novo.
    E agora você vai ter que colocar o Hunter, nosso novo best boy, para lutar contra o Seviper da Lucy, essa sim é uma batalha que quero ler.

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    1. Acharam que não iam ver nossa Rainha de Vermilion tão cedo, né? Vaso ruim não quebra kkkkkkkkk

      O Zangoose tinha que vir pra Miriam, é bem a cara dela mesmo. Até porque a gente já pode observar uma tendência que o time dela vai seguindo, não sei se você pescou, mas com o tempo isso vai ser mais evidenciado.

      Eu gosto muito da química do time dela também. Acho que é até pelo fato deles terem mais tempo de estrada, mas eu não consegui emplacar isso ainda com os times da Sapphire e do Ruby. A Maggie e o Shin pegam os holofotes pra si quando entram e fazem a parte deles sem hesitar.

      Cara, você tocou num ponto que eu já estava pensando logo quando decidi que a Miriam capturaria o Hunter... Essa batalha contra a Lucy vai dar uma m* daquelas beeeeem feias kkkkkkkkk

      Até a próxima! õ/

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