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Notas do Autor - Capítulo 31
Olá a todos!
A Alpha Saga segue a todo vapor! E como já era planejado, aqui começamos a trabalhar de vez uma das ideias principais que a história vem trazendo desde o início. Vocês se perguntaram bastante ao longo da jornada a razão pela qual o POV dos Pokémons era misturado com o dos personagens humanos, sem nenhum indicativo de que eles estavam sendo trocados. Será que eles se comunicam? Será que é uma realidade paralela? Vai ter guilda?
Lá no arco de Mauville foi plantada a primeira semente pra trazer as respostas, e agora começamos a trabalhar definitivamente a ideia. Essa breve explicação da Zinnia já nos dá um indicativo de para onde esse universo pode avançar, e o que poderemos ver no futuro. Estamos apenas no início, mas nem mesmo eu sei dizer pra vocês onde as coisas vão se desenrolar de verdade. Então não é maldade minha, a mesma curiosidade de alguns de vocês também é a minha.
Não há muito o que dizer desse capítulo hoje, ele foi mais uma pequena mostra de que as pontas soltas vão ser trabalhadas aos poucos.
Por fim, vai ter novidade em breve pra vocês aqui no blog. Estou trabalhando algumas coisas interessantes com uma equipe que vai me auxiliar em outras áreas de especialidade. Negócio profissional mesmo kkkkkkkkk
Até lá vamos curtindo esses capítulos iniciais da temporada.
Até a próxima! õ/
Capítulo 31
Elo de confiança
Zinnia
mexia com um graveto fazendo alguns desenhos no chão, enquanto Ruby e Sapphire
observavam com atenção as explicações da mais velha. A draconid fez um desenho
espiral com o que parecia ser uma chama logo acima. Em seguida, desenhou outra
figura semelhante logo ao lado e as ligou com uma seta de mão dupla.
—
Imaginem que estas sejam as almas de Sapphire e Dante. Quando a confiança mútua
entre ambos atinge certo nível é que finalmente aparece essa seta, indicando
que as suas almas e consciências estão ligadas. Por isso você de repente
descobriu o nome dele.
— Mas
algo não bate nessa história — Sapphire ainda parecia confusa. — Eu e Dante não
nos dávamos bem até então, e do nada na batalha contra Wattson eu tive essa informação
de lampejo na minha mente. Foi como se sempre estivesse lá.
— Você
passou por um aperto pouco tempo antes, naquela batalha contra o Vince, lembra?
— disse Ruby. — Dante saiu bem mal dessa batalha, e depois vocês conversaram no
Centro Pokémon.
— Isso
pode ter sido o ponto de partida para que você despertasse essa capacidade — a
draconid retomou a fala. — De alguma forma você conseguiu convencer seu Pokémon
de que poderia confiar em você mais uma vez. Alguma coisa ele sentiu quando
vocês conversaram ali.
Sapphire
tinha uma lembrança muito viva daquela noite. De como cedeu ao seu próprio
orgulho e precisou admitir que esteve errada todo aquele tempo. De ter apostado
a presença de Dante em seu time caso perdesse a batalha pra Wattson. De como se
sentiu culpada por ter colocado seus Pokémons em risco em uma batalha que não
tinha como vencer contra um oponente mais forte e mais perigoso.
Seu
remorso e os pensamentos ruins sendo remoídos só se dissiparam quando sentiu o
Combusken cutucando seu braço. Ao olhar pra ele, Sapphire o viu acenar com a
cabeça, como se quisesse dizer que estava tudo bem. A menina sorriu para seu
parceiro e viu que estava se deixando levar por uma culpa a qual ninguém lhe
atribuía.
—
Sapphire, você ainda está em um estágio bem inicial dessa habilidade. Conforme
você vai trabalhando nisso, as possibilidades se abrem.
— O que
mais eu conseguiria fazer?
— Não dá
pra dizer tudo, é uma infinidade de coisas que você pode alcançar aperfeiçoando
esse dom. Mas é possível até que você consiga se comunicar com eles de uma
forma muito mais clara do que esses simples lampejos que você tem no momento.
Zinnia
retirou do bolso uma pedra peculiar. Ela possuía algumas pequenas crateras. Se
assemelhando muito a um meteoro, mas não ocupava nem metade da palma da mão da
menina. Ela estava amarrada a uma corda fina.
—
Pendure isso no seu pescoço. Esta pedra recebeu um encantamento dos anciãos
draconids, e por isso é capaz de facilitar a abertura da sua alma. Dessa forma
podemos acelerar um pouco o desenvolvimento da sua capacidade de se comunicar
com seus Pokémons.
Sapphire
pegou a pedra e fez o que Zinnia orientou. A princípio a menina desconfiou da
veracidade daquilo pelo fato de não ter sentido nada, mas preferiu não expor
sua descrença. Zinnia desenhou um círculo maior com o graveto e pediu para que
a garota e o Combusken se sentassem dentro dele.
Com os
dois frente a frente a draconid colocou outra pedra semelhante à que havia
entregue a Sapphire no centro do círculo, começando em seguida a recitar uma espécie
de mantra em um dialeto antigo. Ruby observava de fora, curioso com toda aquela
cerimônia.
— Muito
bem — disse a mais velha ao terminar o mantra. — Olhem bem nos olhos um do
outro agora.
Assim
que Sapphire e Dante se olharam Zinnia se afastou do círculo, dando alguns
passos para trás a fim de que sua presença não interferisse no processo. A
pequena pedra no centro do círculo começou a emitir leves vibrações, se
deslocando um pouco de onde estava, o que impressionou os dois treinadores mais
novos.
— Sapphire,
você consegue compreender algo vindo de seu Pokémon?
Ruby
direcionou seu olhar para Sapphire, ansioso pela resposta que a menina poderia
dar. Mas para quebrar a sua expectativa, ela nada sentiu.
— Nada
além do normal. Somente o nome dele, mas sinto que há outras informações
circulando na minha mente agora. Só que todas elas estão vagas e turvas, como
se houvesse uma nuvem na frente delas.
—
Entendo. Não se preocupe, isso é normal. Provavelmente se deve ao fato de que
sua habilidade despertou há pouco tempo, e ainda está em um estágio
embrionário. Quando despertamos esses tipos de habilidade, é como se eles
estivessem lacrados em várias camadas. Temos que remover um lacre de cada vez.
Tudo que precisamos fazer é encontrar algo que sirva de gatilho para romper
essa barreira que está te impedindo de usar mais do seu potencial.
— Eu sei
que passei por isso com o Dante duas vezes. Uma na batalha contra o Wattson, e
outra lá em Nova Mauville lutando contra a Team Aqua.
— Hm,
momentos de adrenalina — Zinnia pensou alto. — Mas além disso, o que essas duas
situações têm em comum? Talvez aí esteja a chave para você desenvolver mais
essa habilidade.
— Eu
também não consigo perceber o que é.
—
Talvez... — Ruby tomou a palavra. — A semelhança é que eram dois momentos onde
você não podia falhar. Eram batalhas que você precisava vencer a qualquer
custo.
— Medo
de fracassar? — Zinnia tentava deduzir. — Não, não tem como ser algo tão
simples. Tem algo mais envolvido nisso que não temos pista ainda. Ou talvez não
estamos prestando atenção. De toda forma vamos prosseguir com a viagem, acho
que enquanto não tivermos mais detalhes sobre isso é inútil continuar tentando
esse treinamento. Conforme você vai enfrentando mais desafios vamos ter a
chance de ver essa sua habilidade sendo usada mais vezes. Daí talvez a gente
possa começar a ter uma ideia de como ela está funcionando.
Sapphire
escutava com atenção as palavras de Zinnia. Apesar de ter seus momentos de
irreverência, a draconid se mostrava bastante sábia e conhecedora de muitas
coisas que iam muito além dos detalhes mais comuns no que dizia respeito a ser
um treinador. Ruby também ouvia a mulher, esperando que ao obter aquele
conhecimento ele também poderia despertar uma proximidade maior com seus
companheiros de equipe.
Depois
de uma pausa para o almoço o grupo decidiu que era hora de prosseguir com a
viagem. Verdanturf estava próxima, bem como a data do contest em que Ruby
tentaria sua segunda fita. Se mantivessem aquele ritmo chegariam já no próximo
dia.
A
caminhada era leve e descontraída. Aos poucos a dupla começava a se acostumar
com a presença de Zinnia. Ambos começavam a se recordar do quanto era agradável
ter uma pessoa a mais viajando junto, e a personalidade mais aberta da draconid
só ajudava a quebrar o gelo ainda mais rápido.
— Por
que resolveu deixar os draconids pra trás? — Sapphire indagou.
— Desde
pequena eu fui ensinada a valorizar a cultura do meu povo. Me foram contadas as
histórias antigas, os feitos de nossos antepassados, aprendi a dominar as artes
ritualísticas e as técnicas de treinamento de dragões. Fui preparada para
herdar a posição de Guardiã do Conhecimento, que me dá a responsabilidade de
transmitir nosso legado para o mundo.
— Parece
ser uma posição de muito prestígio no seu clã — disse Ruby.
— E é,
mas por outro lado eu acabaria ficando presa lá pro resto da minha vida. É
irônico que eu tenha o dever de levar nossa história ao mundo, mas não possa ir
até os lugares para fazer isso. Que além do mais eu nem quero. Eu quero ser uma
pessoa livre pra fazer o que quiser. E estar presa às obrigações do meu clã é
totalmente contrário ao que eu pretendo para a minha vida.
— Mas o
seu clã vai ficar bem com a sua posição lá estando vaga?
— Vão
sim, não se preocupe. Isso é apenas uma posição simbólica ligada à religião
deles. Não é como se o mundo fosse acabar só por eu ter rejeitado.
Zinnia
parou de andar de repente, o que chamou a atenção de Sapphire e Ruby. A mulher
olhou o entorno da estrada de terra onde estavam, e logo fez uma expressão
triunfante de quem encontrou o que procurava. Ela caminhou até a margem da
estrada até algumas árvores frutíferas.
— Podem
dar um descanso. Vou colher algumas dessas berries para estocar. Já consigo
pensar no que podemos fazer pra comer à noite!
E assim
foi feito. Os dois mais novos se sentaram embaixo de uma árvore onde fazia
sombra, enquanto Zinnia continuava sua busca por suprimentos.
— Ela é
legal — disse Sapphire.
— É
verdade. Ela tem algumas coisas estranhas com toda essa coisa de misticismo que
envolve os draconids, mas não chega a ser algo preocupante. De algum modo eu me
sinto seguro perto dela.
— É
claro que a gente vai se sentir seguro com a Zinnia aqui! Ela é uma treinadora
absurdamente forte! Você viu o Salamence que ela tinha naquela batalha na usina
de Nova Mauville?
— Ela
bateu de frente com aquela Shelly da Team Aqua. Com certeza não é uma
treinadora qualquer que está viajando com a gente, não é? Acho que devíamos
prestar mais atenção no que ela tem a nos ensinar.
— Será
que vai ser muito difícil desenvolver minha conexão com o Dante? E até mesmo
conseguir criá-la com os outros do time?
Ruby deu
um sorriso. Ele mudou sua posição para se sentar ao lado de Sapphire, também se
encostando ao tronco.
— Com
certeza vai ser mais fácil do que uma situação como a minha, que tenho que
começar do zero e não faço nem ideia de como fazer isso. É como a Zinnia disse,
a chave está na confiança que vocês vão estabelecer. Acredito que os outros
membros da sua equipe vão ceder mais fácil, pois vocês já tinham uma boa
relação, e agora devem sentir mais confiança ainda percebendo que você e Dante
já chegaram a esse nível.
Zinnia
chegou perto dos dois carregando várias frutas distintas. A mais velha tinha um
sorriso triunfante estampado em seu rosto, demonstrando que o resultado da
busca foi tão bom quanto esperava.
— Temos
berries suficientes para ter uma boa janta e para preparar alguns medicamentos
muito bons. Não vamos ter com o que nos preocupar até chegarmos a Verdanturf, e
isso considerando que vamos trabalhar muito duro até lá.
—
Zinnia, me diga uma coisa — Sapphire se dirigiu à draconid. — Todos vocês ficam
presos ao clã ou existem draconids vivendo em outros lugares e na nossa
sociedade?
—
Existem draconids em vários lugares, talvez com nomes diferentes. Ruby, você
disse que é de Johto, correto? — quando Zinnia fez a pergunta o garoto
confirmou com um aceno de cabeça. — Então já ouviu falar dos Dragon Tamers de
Blackthorn?
— Sim,
eles são conhecidos, e até mesmo um pouco temidos por Johto.
— Os
Dragon Tamers aceitam pessoas de fora que queiram se tornar treinadores de
dragões, mas sua liderança é hereditária desde sua fundação. E o fundador foi
um draconid que foi viver em Johto.
— Quer
dizer que Lance e Clair são descendentes de draconids?
—
Exatamente. Além deles existem descendentes de draconids em outras regiões. E
sim, Sapphire, há draconids e descendentes vivendo por toda Hoenn. Eles não
necessariamente precisam viver com o nosso clã. É diferente comigo e minha
família, pois nós somos da família que lidera o Alto Conselho do clã, mas eu
quero quebrar esse ciclo para que eu e meus descendentes sejamos livres desse fardo.
—
Incrível, quer dizer que podemos já ter tido contato com algumas dessas pessoas
e nem sabíamos — disse Ruby.
— Existe
algum draconid famoso? — questionou Sapphire.
— Mesmo
depois de eu ter te contado que não é qualquer pessoa que pode treinar um
dragão você ainda não suspeitou de ninguém? — indagou a draconid, com um
sorriso descontraído.
Sapphire
se pôs a pensar em sobre quem Zinnia poderia estar falando. Quando começou a
pensar na última dica dada pela mulher foi que a menina arregalou os olhos e
fez uma expressão de surpresa.
— Drake?
— Bingo!
— respondeu a draconid.
— Drake
é um draconid? Aquele Drake?
— Ele
mesmo. Drake é um draconid legítimo e foi pupilo da Alta Anciã do clã, que é a
minha avó.
Sapphire
estava pasma. Ela não acreditava que acabou de descobrir a origem de um de seus
maiores ídolos, que era um homem misterioso e reservado, sempre intrigando os
fãs da Liga Pokémon devido ao esforço em vão que a imprensa fazia para saber
algo sobre sua vida pessoal.
— Quem é
esse Drake, Sapphire?
— O
maior treinador que já existiu em Hoenn. Ele defendeu o título de Campeão
durante quinze anos, permanecendo invicto por todo esse período. E mesmo assim,
ainda hoje ele compõe a Elite. Ele é uma lenda viva!
— Você
gosta dele?
— Sempre
assisti as batalhas do Drake quando eu era pequena. Por muito tempo eu quis ser
treinadora por causa dele. Depois deixei esse sonho de lado porque queria ser
uma pesquisadora junto com meu pai, e de repente aqui estou de novo.
— Bem,
continue com seu progresso que um dia vai ter a chance de conhecer e batalhar
com ele.
— É o
que eu pretendo — Sapphire assentiu com a cabeça. — Ou melhor, é o que eu vou
fazer!
Ruby
observava Sapphire contando sobre sua admiração por Drake e se lembrava de como
sempre acompanhou Lisia e sua irmã mais velha, Eliza. O garoto era tomado pelas
lembranças de infância, se sentindo contagiado pela euforia da amiga.
— Você
vai ter bastante tempo pra treinar até o próximo ginásio. Mas não se esqueça
que a vez é minha, e eu vou conquistar minha segunda fita nesse Contest de
Verdanturf.
Sapphire
sorriu para o companheiro de viagem, concordando com ele.
— Eu não
espero nada menos de você. Se entramos nessa jornada juntos, temos que
conquistar nossos objetivos juntos!
Zinnia
observava os dois treinadores transbordando a confiança e êxtase que só a
juventude podia proporcionar a alguém. Mesmo assim ela preferiu não comentar
nada com os dois.
— Eles são bem animados, Aster — a draconid apenas cochichou para sua Whismur, que repousava pendurada em seu ombro.
• • •
Anabel,
Steven e Roxanne se mantinham sentados a uma mesa. A investigadora e Cérebro da
Fronteira mexia em algumas pastas de arquivos espalhadas a sua frente, enquanto
os outros dois apenas observavam.
— Muita
coisa está faltando ainda — disse a chefe da polícia, massageando as têmporas.
— Tantas informações vagas ou incompletas só dificultam nosso rastreio dos
Aquas e Magmas.
— Além
de saberem apagar os rastros, eles possuem treinadores poderosos — disse
Roxanne. — Se não fosse por Ruby e Sapphire, e depois aquela mulher draconid,
eu teria sido derrotada por Shelly, e o Wattson pela tal da Courtney.
Anabel
parou por um instante ao ouvir a líder do ginásio de Rustboro. Aqueles nomes
eram familiares para ela. A mulher se levantou e foi até um arquivo, tirando
duas pastas das gavetas. Dali de dentro, retirou as fichas dos novatos citados
pela especialista em Pokémons de pedra.
— Ruby e
Sapphire... É verdade, eles estavam lá também. Roxanne, havia mais alguma
pessoa com eles? Uma outra menina?
— Agora
que você comentou, realmente tinha uma menina acompanhando os dois quando a
Sapphire me desafiou no ginásio. Mas eu não a vi em Mauville. Talvez tenham se
separado. Por que a pergunta? E esses arquivos sobre eles? Fizeram algo de
errado?
— Ah,
não! Não precisa se preocupar com isso. É uma longa história, mas já te adianto
que não há nada errado com eles. Só que como se envolveram com aqueles
criminosos mais de uma vez eu gosto de manter os dados deles pra procurar
formas de protegê-los mais. Se eles batem de frente com essas organizações mais
de uma vez, podem acabar ficando visados e tendo suas vidas colocadas em risco.
Eu não quero que nenhum menor de idade seja vítima dessas duas facções, apenas
isso.
— Eu não
consegui pará-los em Nova Mauville — Steven apertava os punhos apoiados à mesa.
— Acho que preciso ser mais incisivo para poder corresponder ao meu cargo de
Campeão.
— Não se
preocupe, Steven. Primeiro que o Campeão não tem responsabilidade em ajudar as
autoridades e os órgãos de segurança. E além disso tanto a Team Aqua quanto a
Team Magma são difíceis de lidar para nós também.
Roxanne
colocou a mão sobre o ombro do rapaz, sorrindo para ele.
— Você
enfrentou dois executivos de alto escalão deles — disse a líder. — Pode não ter
conseguido levá-los à prisão, mas garantiu que o gerador central da usina não
fosse roubado. Você concluiu o objetivo principal, então não tem porque ficar
se culpando. Com paciência nós ainda vamos pegar todos eles.
O
Campeão sorriu para a mulher, se sentindo mais confortável com as palavras
ditas por ela. Steven muitas vezes se deixava levar por dúvidas, uma vez que
havia acabado de assumir o cargo de Campeão de Hoenn. Para ele, era importante
manter a imagem de alguém em quem as pessoas podiam confiar.
— Obrigado,
Roxanne. Nós vamos conseguir acabar com as pretensões deles, cedo ou tarde.
Anabel, vocês podem contar com a gente sempre que precisarem. Vamos empregar
nossas forças para impedir a Team Aqua e a Team Magma sempre que for
necessário.
—
Agradeço imensamente a disponibilidade de vocês — disse a investigadora. — É
certo que serão de grande ajuda para nosso trabalho. Se descobrirmos qualquer
coisa sobre essas duas organizações nós os manteremos informados.
A dupla
se levantou da mesa. Anabel cumprimentou ambos com apertos de mão, e então os
viu deixando a sua sala pela porta que levava ao corredor principal da sede da
Polícia Internacional na região.
Quando se viu sozinha na sala, a mulher voltou a olhar os arquivos de Sapphire e Ruby, e puxou uma terceira pasta revelando os dados de Miriam, sua ex-estagiária que agora estava em algum lugar daquela vasta região. A mulher deu um suspiro enquanto lia as informações de sua antiga pupila. Naquele momento a única companhia que tinha era de sua xícara de café, a qual usava para se manter focada em toda aquela papelada.
— Por onde você anda, Miriam?
FIM DO CAPÍTULO 31
Notas do Autor - Capítulo 30
Capítulo 30
Hunter, o aguerrido
— Ok,
pessoal — Miriam batia palmas para chamar a atenção do seu time. — Vamos fazer
uma pausa. Hora do rango!
Enfim a
equipe conseguiria descansar um pouco do treinamento intenso. Aquele era o
ritmo recorrente nos últimos dias, pois Miriam precisava conferir as lacunas em
sua equipe de forma a aprimorar o que faltava e ter um time mais coeso para
desafiar o próximo Cérebro da Fronteira. Ainda que o progresso tenha sido
considerável desde que venceu Greta, a garota sentia que ainda faltava algo.
A
treinadora preferiu não ficar pensando muito naquele momento, pois seu foco era
fortalecer o seu time ao máximo. Nidoqueen e Venomoth eram poderosos o bastante
pra aguentar batalhas em sequência, mas Mudkip ainda tinha que se desenvolver,
embora tivesse melhorado bastante. A anfíbia era a maior preocupação naquele
momento, pois a Batalha da Fronteira era uma competição de nível superior ao
dos ginásios da Liga Pokémon. Tanto que só eram convidados treinadores
veteranos para participar.
A Rota
114 era deslumbrante. Os riachos cercados pelas montanhas do noroeste eram uma
visão privilegiada para Miriam. O sol era radiante e já estava em seu pico, mas
o vento que corria por entre os paredões naturais derrubava a temperatura o
bastante para fazer a garota encolher os ombros de frio como se já estivesse prestes
a anoitecer. Miriam imaginava como devia ser gelado ali durante a noite, mas
não tinha com o que se preocupar, pois Fallarbor era próxima e ela tinha um
quarto reservado no Centro Pokémon local.
Miriam
serviu aos seus Pokémons uma ração especial feita por ela, já que a treinadora
possuía alguns conhecimentos básicos sobre criação Pokémon. Para si própria, um
ensopado em porção individual era mais que o suficiente para matar sua fome,
pelo menos por aquele momento. Ela queria voltar rápido aos treinamentos.
Sua
refeição foi interrompida quando ouviu o que parecia ser uma confusão perto
dali. Miriam se levantou para tentar identificar melhor de onde vinha o
barulho, e assim que detectou a direção do som foi ver do que se tratava. Seus
Pokémons, preocupados de sua mestra andar sozinha naquela rota, a seguiram
quase que de imediato.
Quando a
menina conseguiu se desvencilhar dos arbustos que a separavam do local de origem
daquela barulheira, viu um confronto tenso. Um felino de porte médio e pelagem
branca era cercado por quatro longas serpentes de escamas num tom escuro de
azul-esverdeado. Tanto o enorme par de presas como a escama enrijecida em forma
de lâmina na ponta da cauda possuíam uma tonalidade rubra amedrontadora,
indicando que aqueles ofídios possuíam um veneno poderoso, e sabiam como
utilizá-lo.
Miriam
optou por não intervir logo de cara, mesmo considerando que o felino estava em
grande desvantagem numérica. Apenas efetuou uma pesquisa rápida em algum guia
daquela área que havia pegado no Centro Pokémon e constatou que as duas
espécies se tratavam de Pokémons não muito comuns de serem vistos. A espécie
das serpentes era conhecida como Seviper, e eles cercavam o Pokémon conhecido
como Zangoose.
—
Pessoal, vamos aguardar pra ver o que vai acontecer — disse a menina sussurrando
para seus parceiros. — Qualquer coisa a gente sai em defesa daquele ali que
está sendo cercado. Se mantenham a postos.
Nidoqueen
e Venomoth acenaram positivamente, enquanto Mudkip estava de costas observando
uma flor que havia no chão ali perto. Miriam esfregou a mão no rosto, mas
decidiu não forçar a criaturinha aquática a raciocinar. Sabia que era pedir
muito. Do contrário, voltou sua atenção para a batalha que estava para começar
ali.
As
serpentes partiram pra cima em um ataque coordenado, formando duas duplas. O
Zangoose de certa forma estava calmo demais para quem parecia estar em perigo.
O gato selvagem mexia rapidamente os olhos para que sua visão cobrisse o máximo
de pontos possíveis. Sabendo que um dos Sevipers tentaria atacá-lo pelas costas,
ele saltou assim que sentiu a aproximação do inimigo. Ao se apoiar em um galho
de uma árvore próxima, tomou impulso e se atirou de volta no oponente
desferindo um forte golpe com suas garras na região da nuca. O Seviper atingido
foi ao chão, onde ficou atordoado sem conseguir se levantar. A desvantagem já
havia diminuído.
Os
demais o cercaram em uma formação de triângulo, de forma que ele não
conseguisse cobrir seu ponto cego. Um Seviper avançou para cima, sendo
facilmente afastado. Porém aquela era uma isca, e o Zangoose foi envolto por
uma segunda serpente que se enrolou em torno de seu tronco, o imobilizando e
mordendo com força um de seus ombros.
Miriam
começou a ficar tensa, já se preparando para dar o sinal de intervenção para
Nidoqueen e Venomoth, mas foi surpreendida quando Zangoose agarrou o Seviper
que o prendia pela cabeça, e o removeu a força para lançá-lo contra o terceiro
que avançava para dar o golpe final. Os dentes estavam cravados, e ao tirá-los
de seu ombro foi possível notar ferimentos sérios no local do ataque.
Miriam
estava nervosa, já contando o tempo para que o veneno começasse a surtir
efeito. Não tinha como um Pokémon sobreviver caso mantivesse aquela carga de
toxinas em seu corpo por muito tempo. O guia alertava para os efeitos quase
instantâneos do veneno neurotóxico dos Sevipers, capazes de paralisar até um
Mamoswine com uma dose mínima.
Mas nada
ocorreu. Zangoose se mantinha de pé, e o máximo que ele sentia era o incômodo
da mordida que havia levado. Para a surpresa da treinadora que o assistia, ele
não apresentava nenhuma reação anormal que pudesse indicar o envenenamento.
— O sistema
nervoso dele já deveria estar colapsando a essa altura. Uma mordida profunda
daquela não estar surtindo efeito é muito estranho — a garota balbuciava,
tentando deduzir o que estava acontecendo. — O guia diz que as duas espécies
rivalizam bastante, que são inimigos naturais. Teria o Zangoose desenvolvido
alguma imunidade contra venenos? Será que é algo desse aí, ou da espécie como
um todo?
Zangoose
correu em direção aos três Sevipers que tentavam se levantar e desferiu golpes
rápidos com suas garras, danificando suas escamas e afugentando os inimigos. A
força dele era considerável, parecia estar bem acostumado a lidar com situações
hostis, o que só deixava Miriam ainda mais interessada. Ou mais, ela estava
maravilhada, e já começava a entender o que faltava em sua equipe. Era a
versatilidade. Ela só tinha três Pokémons para lutar na Batalha da Fronteira, e
dois deles possuíam o mesmo tipo. Era hora de abrir o leque de possibilidades, e
um membro na equipe imune a veneno era uma ótima forma de começar a variar o
time.
— Eu
quero ele pra mim — a menina já nem disfarçava o seu sorriso carregado de
euforia.
O
Zangoose se virou assim que sentiu a aproximação de Miriam. Nidoqueen e
Venomoth a acompanhavam de perto, e ela trazia a Mudkip no colo com medo de que
ela se perdesse indo descobrir algo no meio do mato.
O
Pokémon direcionou seus olhos vermelhos para a garota, a observando com uma
expressão de impaciência. Já tinha lidado com os quatro Sevipers, tudo que não
precisava naquele momento era um treinador terminando de aborrecê-lo.
— Você é
bom — disse Miriam, que o observava com um sorriso confiante. — Ter um cara tão
forte no meu time é justamente o que eu preciso pra ir além nos meus objetivos.
Com você eu sinto que vencer a Batalha da Fronteira não vai ser algo tão
impensável.
Nidoqueen
se colocou a frente de Miriam, já preparada para a briga.
— É por
isso que eu te desafio aqui e agora! Nidoqueen, Body Slam!
Maggie
avançou para cima do Zangoose, mas antes que pudesse concluir seu ataque viu seu
oponente desaparecer de sua vista. Quando olhou para trás viu o felino parado.
— Usou o
Quick Attack para se esquivar... —
deduziu a Nidoqueen.
O
Zangoose entrou em posição de ataque, e seus pêlos começaram a se arrepiar.
Maggie se preparou para algo perigoso, mas a investida não ocorreu. Ao invés
disso, a energia de seu adversário começou a se tornar visível e luminosa,
tomando forma de lâminas que cercavam a criatura selvagem. Após um breve
instante a massa de energia desapareceu, restando apenas o felino no local.
Zangoose
partiu com velocidade para cima de Maggie, que não teve tempo de se esquivar. O
corpo resistente da Nidoqueen foi sua grande sorte, pois ela conseguiu sentir o
impacto do golpe, que foi desferido com uma força física avassaladora. Se
tivesse a defesa um pouco mais baixa ela poderia estar seriamente machucada já
naquele momento.
— Swords Dance — sussurrou Miriam,
retomando o tom de voz normal logo depois. — Ele sabe o que está fazendo. É um
Pokémon acostumado a batalhar pra sobreviver. Nidoqueen, use o Body Slam!
A
Nidoqueen se lançou com seu corpo para executar o ataque. A diferença de porte
físico entre os dois era grande, o que indicava um prejuízo iminente ao
Zangoose. Ele, porém, se esquivou e acertou outro ataque com suas garras em
Maggie, agora causando maior dano.
— Então
vai ser do jeito difícil? Nidoqueen, tudo bem aí? — Miriam se aliviou quando
sua companheira assentiu com a cabeça. — Aguenta mais um pouco, querida. A
gente vai vencer essa com paciência.
Maggie
foi se apoiando nas próprias pernas para se levantar. Sua defesa era alta,
permitindo que ela aguentasse mais golpes do Zangoose. Mas naquele ritmo a luta
não duraria muito pra ela. Tinha a desvantagem da velocidade, e ainda que fosse
resistente não conseguiria receber golpes em sequência.
— Você
dá trabalho hein, garoto — disse a Nidoqueen ofegante.
— Eu dou
trabalho? — finalmente foi a vez do adversário dizer algo. — Sou eu que sempre
tenho que lidar com esses grupos de Sevipers imundos ou uma fila de idiotas
domesticados por um humano. Parece que vocês gostam de apanhar, eu não consigo
entender isso.
— Vamos
ter que mudar de estratégia — disse Miriam, captando a atenção de Maggie. — Se
ataques diretos não estão funcionando, vamos tentar a longa distância. Earth Power!
A fenda
que se abriu no chão avançou na direção de Zangoose, que não teve tempo de se
esquivar e foi alvejado pelas rochas que brotavam de baixo, de forma que ele
tivesse que se apoiar nas próprias pernas para não ir ao chão. Ele havia
sentido o ataque.
—
Estamos quase lá — Miriam sussurrou para Maggie. — Vamos testar algo que eu
venho suspeitando. Use o Toxic!
A
Nidoqueen disparou um jato de veneno na direção do felino, que não se moveu.
Ele apenas fez um movimento para proteger os olhos, mas recebeu o ataque
diretamente contra seu corpo.
— A
técnica Toxic consiste em um potente
veneno que diminui drasticamente o funcionamento dos órgãos de quem for atingido.
Não é inoculado através de mordidas ou picadas, mas é rapidamente absorvido
pela pele — Miriam falava para si própria. — Vamos ver como ele reage, o efeito
é rápido.
O tempo
passou, mas nada ocorreu. O Zangoose continuava de pé, em plena consciência.
Miriam sorriu com o canto da boca, pois pôde confirmar sua hipótese.
— Não
era apenas uma resistência à toxina dos Sevipers... Ele tem uma imunidade
natural contra venenos — a garota concluiu. — Isso sim é uma habilidade que vai
ser muito útil no nosso time. Nidoqueen, Superpower!
O avanço
de Maggie surpreendeu Zangoose, que não esperava aquela velocidade para um
Pokémon daquele porte. Quando viu que não teria tempo de desviar, decidiu que a
única opção que restava era responder com outro ataque. Ele avançou na direção
da Nidoqueen e desferiu um Slash
contra sua oponente.
O forte
impacto dos dois colidindo os lançou de volta para trás, cada um para um lado
distinto. Maggie caiu perto de Miriam. Enquanto ia ao chão, a Nidoqueen olhou
para sua mestra. A troca de olhares foi mais precisa do que qualquer fala. A
garota entendeu que a partir dali era com ela. Quando viu que o Zangoose também
parecia estar caindo de forma definitiva a treinadora sacou uma Pokéball de
seus bolsos, e a arremessou contra o Pokémon derrubado.
Miriam
só conseguiu respirar aliviada quando a oscilação do dispositivo cessou, dando
a certeza de que a captura foi bem sucedida.
• • •
Miriam
havia passado a noite no Centro Pokémon de Fallarbor, deixando seus parceiros
de equipe sob os cuidados da enfermaria para se recuperarem do desgaste causado
pelos treinos, e no caso de Nidoqueen e Zangoose da batalha. Na manhã seguinte
ela estava de volta ao local onde havia tido sua sessão de treinos no dia
anterior. Ali ela montou um acampamento para que pudessem ficar durante um
tempo.
Após uma
breve sessão de treino toda a equipe estava fora das Pokéballs aguardando o almoço
ficar pronto. Inclusive o Zangoose recém-chegado, que tinha algumas faixas no
ombro onde havia sido mordido e em alguns outros lugares. Miriam a princípio
teve receio de ser atacada ao tentar tratar dos ferimentos do seu novo
parceiro, mas se tranquilizou quando viu que ele não oferecia resistência. Ele
era muito bom em batalhas, mas sabia quando havia sido derrotado por alguém
mais forte, e respeitaria o resultado.
Ele
ainda estava um pouco isolado, mas a sua nova treinadora fez questão de se
aproximar com um pouco da ração que havia feito.
— Usei
algumas berries com propriedades regenerativas. Se comer isso vai se recuperar
bem mais rápido.
Zangoose
aceitou a comida, pegando o pote das mãos de Miriam e comendo devagar. A menina
ficou feliz com a aceitação fácil do seu novo parceiro, e resolveu se sentar ao
lado dele por um instante, até para que ele começasse a se acostumar com mais
gente ao seu lado.
— Você é
durão. Eu nunca pensei que um Pokémon selvagem fosse capaz de derrotar a
Nidoqueen. Acho que se trabalharmos juntos, nós vamos evoluir bastante e
conquistar grandes coisas. Você tem um potencial muito grande. Se confiar em
mim eu tenho certeza que vamos longe.
O
Zangoose fez um aceno com a cabeça, dando um sorriso quase disfarçado. Miriam
deu um afago na cabeça do felino, saindo logo em seguida para limpar os utensílios
usados.
Quem se
aproximou logo depois foi Maggie, também carregando sua comida, em uma porção
visivelmente maior que a do novato. Shin veio logo atrás.
— Foi
uma boa batalha. E pensar que você já estava desgastado de lutar contra quatro
inimigos de uma vez só.
— Então
vocês viram aquilo? Foi vergonhoso, eu ainda tomei uma mordida. Geralmente eu
consigo lidar com aqueles vermes sem problemas.
— Que
bom então que eles te cansaram antes. Senão eu teria perdido sem te levar
junto.
— Não é
pra tanto, você deve ter sido a oponente mais forte que já enfrentei. Se daqui
pra frente eu conseguir batalhar com outros tão fortes quanto você eu vou
morrer de qualquer coisa, menos de tédio.
Maggie
sorriu. Pelo visto a cara de emburrado de seu novo companheiro era só de
fachada.
—
Maggie, certo? Eu vi os outros te chamando assim.
— Exato.
Pode falar comigo caso precise de qualquer coisa, ou com o Shin. Aqui a gente
se ajuda a todo momento. Só não peça nada pra Niani por enquanto. Ela é meio
desligada e pode acabar fazendo o contrário do que você pediu.
— Vou me
lembrar disso.
— E o
seu nome? Como podemos te chamar?
—
Hunter.
Shin
ficou um tempo encarando o Zangoose, que se sentiu desconfortável com aquilo.
Ainda não estava acostumado a estar em uma equipe, e ser o centro das atenções
não era muito do seu feitio.
— Hunter...
— balbuciou a mariposa. — Nome meio edgy.
— Eu sei
— o Zangoose voltou a ficar emburrado. — Infelizmente não fui eu quem escolhi
meu nome. Fazer o quê?
—
Entendo — disse Shin, parecendo compreensivo até sua sinceridade atacar
novamente. — Mas não deixa de ser edgy.
— Sua
borboletinha de merda, eu vou arrancar as suas asas e fazer você gritar de dor
e agonia...
— Uau,
isso é totalmente algo que um cara edgy diria — disse Maggie, se divertindo com
as provocações. — Você entrou com tudo no personagem.
Miriam
observava o grupo interagindo. A garota estava feliz com a forma como as
relações estavam se construindo rápido entre sua equipe. Ela só foi
interrompida de seus pensamentos quando notou que Niani estava disparando
rajadas de água em Nuzleafs selvagens nos arredores de onde estavam acampados.
— Ô
Mudkip, sua doida! Volta aqui!
Com isso
a equipe ganha um novo membro, se tornando assim mais forte e versátil. Era
justo o que Miriam precisava para seguir cumprindo seus desafios na Batalha da
Fronteira, cujo próximo confronto se aproximava. Era hora de, mais uma vez,
intensificar os treinamentos para a próxima batalha.
FIM DO CAPÍTULO 30