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Jet


Jet é um Taillow que se uniu à equipe de Sapphire na Rota 104, quando ela e seus companheiros de viagem seguiam em direção a Dewford. No entanto, as histórias de ambos já haviam se cruzado outras duas vezes antes da batalha que decidiu a entrada dele no time, uma vez que ele adorava importunar a menina em seus momentos de paz nas estradas ao redor de Petalburg.

Tem uma personalidade vibrante, e por vezes é debochado e demasiadamente autoconfiante, o que o faz se atrapalhar em algumas ocasiões. Costuma encarnar uma personalidade heroica, atendendo pelo nome de El Falco.

Primeira aparição:

Capítulo 1 - Boas-vindas acidentais

Curiosidades:

• Na AEH antiga, Taillow pertencia à equipe de Ruby, que posteriormente o deu para Sapphire. Agora na versão nova da história ele já é capturado pela menina;

• O nome Jet é uma referência ao personagem Jet the Hawk, do jogo Sonic Riders, enquanto o apelido El Falco remete ao personagem Falco Lombardi, da série de jogos Star Fox. No entanto, nenhum dos dois personagens teve sua personalidade reproduzida no Taillow;

• O "portunhol fluente" de Jet nada mais é do que uma tentativa do personagem de passar a imagem de galã de novela, embora não tenha tanto sucesso nisso.

Notas do Autor - Capítulo 11


Olá pessoal, como vocês estão?

Bem, pra ser sincero eu não tenho muita coisa pra dizer hoje. Tivemos aí a volta da história com um capítulo de ligação, e também o fechamento da primeira ponta solta que foi essa rivalidade entre a Sapphire e o Jet (a ficha dele, inclusive, sai na quarta-feira).

Depois de tantos capítulos imensos, finalmente um com menos de 3000 palavras! Não aguentava mais trazer aquelas monstruosidades pra vocês, sei que a maioria fica com um pouco de preguiça de ler kkkkkk Mas prometo que vou me esforçar para não termos mais nada do tamanho do capítulo 10.

Com relação aos próximos capítulos, o 12 está pronto. E assim que o 13 estiver a data dos dois será divulgada. Pode ser já na sexta que vem, pode ser depois. Depende de como as coisas vão fluir.

Bem, acho que por hoje é só. Qualquer dúvida pode mandar um comentário que eu respondo. :)


Capítulo 11

Acerto de contas


O sol fraco e a brisa gelada davam o tom da manhã que se iniciava em Rustboro. Com itens estocados para seguir viagem o trio formado por Sapphire, Miriam e Ruby já se preparava para deixar a cidade em direção ao sul, visando pegar uma embarcação até Dewford.

Estavam em frente ao Centro Pokémon da cidade, onde haviam passado a noite. Wally estava com eles, para que pudessem se despedir de maneira apropriada.

— É uma pena não poder seguir com vocês, mas ainda tenho alguns assuntos a tratar aqui em Rustboro — disse o rapaz. — Minha batalha no ginásio acontecerá no fim dessa semana. Sapphire, se não quiser que eu te alcance é melhor apertar o passo. Ontem eu posso ter passado o dia com o Ruby, mas não pense que eu esqueci que você também é uma rival.

— Não se preocupe, não vou te desapontar — Sapphire esboçava um sorriso travesso enquanto batia continência, mas sua postura era desleixada demais para ser levada a sério.

Ruby foi quem se aproximou de Wally para encerrar aquele encontro. O garoto estendeu a mão para o amigo para que pudessem selar um último cumprimento antes de se separarem.

— Se eu chegar ao Grande Festival e não te encontrar lá não vou te perdoar. Mesmo assim não espere por minha ajuda, porque o próximo contest será meu.

— Não conte com isso — Wally ria com os desafios do amigo.

Os garotos apertaram as mãos com força. Wally ainda fez um aceno para Sapphire e Miriam e ficou observando enquanto os três caminhavam em direção à saída da cidade. Realmente não tinham tempo a perder. Saindo ao amanhecer, era possível que até o fim do dia eles chegassem à entrada do Bosque Petalburg.

Quando o trio desapareceu de sua vista, Wally entrou no Centro Pokémon. Ao chegar ao saguão principal, notou que uma menina descia as escadas. Logo a reconheceu, era ninguém menos que Emily, vencedora do contest que ele havia disputado no dia anterior. Ela também pareceu reconhecê-lo, e ficou sem jeito ao ver que o garoto lhe direcionou um aceno.

• • •

Algumas horas se passaram até que o trio conseguisse concluir a travessia pelo vasto bosque. Ao se verem do lado de fora daquela muralha de árvores eles sentiam a luz do sol agredir seus olhos. Ruby retirou um mapa de dentro da mochila, e começou a verificar os locais para onde deviam seguir. Miriam e Sapphire se aproximaram e também começaram a olhar.

— Certo, estamos indo em direção ao sul — o garoto dizia sem tirar os olhos do mapa. — Mas se me lembro bem da primeira vez que passamos aqui, se seguirmos nessa direção vamos acabar em uma praia. Como vamos fazer a partir daí?

— Eu ouvi dizer que há um velho que mora naquela área que faz um serviço de transporte para quem quer chegar a Dewford por esse lado da região — respondeu Sapphire. — Podemos ver quanto ele cobra. Talvez em três pessoas a gente consiga um desconto.

— Você acha que esse serviço é confiável?

— Ruby, nós três somos treinadores. Se ele tentar alguma coisa a gente resolve nocauteando ele ou coisa do tipo.

— Mas aí quem vai pilotar o barco? — Miriam interveio.

— A gente aprende na hora.

— Vindo de você eu não sei se isso é uma brincadeira, ou se você está falando sério... — o garoto já demonstrava sinais de preocupação.

Ruby revirava o mapa de cima a baixo, passando por cada parte das rotas que levariam a Dewford. Porém, ele notava a falta de alguns detalhes importantes.

— Miriam, você disse que a primeira instalação da Batalha da Fronteira fica no caminho para Dewford, certo? Onde, exatamente?

— Segundo as informações da organização do torneio o primeiro Cérebro da Fronteira está em uma ilha na Rota 105 — a menina respondeu.

— Estranho, porque essas ilhas não parecem ser do tipo que usariam para construir um prédio importante.

— Meu pai já fez algumas pesquisas nessas ilhas e disse que lá não tem nada — Sapphire comentou, ainda observando o mapa.

Continuaram caminhando por mais um tempo pela estrada, até que resolveram fazer uma pausa ao notarem que se aproximavam do meio-dia. Os jovens se agruparam em uma área de gramado baixo e ali se sentaram para poder comer, colocando também seus Pokémons para tomar um pouco de ar puro. Ruby começou a espremer algumas oran berries em copos que eles levavam consigo, enquanto Miriam pegava alguns feijões enlatados para ferver em um fogão improvisado com uma fogueira e um suporte para as latas.

— Nem vem, não vou comer isso! — a voz fanha de Ruby por ter seu nariz tapado fez as meninas rirem. — Feijão enlatado é nojento, e fede!

— Nisso eu concordo — dizia Sapphire abrindo um pacote de batatinhas.

Ruby direcionou o olhar para a companheira de viagem, vidrado no pacote que ela segurava.

— Me dá unzinho — o garoto quase lacrimejava.

— Vai comprar.

— O que aconteceu com seu “espírito aventureiro”, de comer só o que a natureza nos dá?

— Não lembro disso não.

Ruby quase teve um surto ao sentir o cheiro do feijão que chegava próximo ao seu rosto com uma colher que Miriam segurava enquanto fazia bico.

— A prinxejinha vai comer naum? Olha o aviãojinhu...

— Eu devia ter ficado em casa... Pra sempre!

Sapphire ria ao ver Ruby sendo torturado pelo cheiro do feijão, mas o sorriso foi tirado de seu rosto ao ver que seu pacote de batatinhas não estava mais onde havia deixado. A menina ficou em silêncio profundo, o que fez Miriam e Ruby a olharem com curiosidade.

— Aconteceu alguma coisa? — indagou Miriam.

— Minhas batatinhas. Sumiram.

Ruby abriu um largo sorriso. Pela primeira vez em muito tempo o karma estava atuando a seu favor. Ele estava se contendo ao máximo para não dar risada da situação de Sapphire, que havia perdido aquilo que se recusou a dividir.

— QUEM PEGOU MINHA BATATA?

Os três se atentaram para uma batatinha que caiu no chão entre eles, parecendo ter vindo de cima. Quando viraram sua cabeça para o alto foi possível ver uma criatura nos galhos de uma árvore com o pacote. Com uma das patas ele pegava as batatas aos poucos e comia. Sapphire tinha uma expressão de desgosto como quem já conhecia aquele ser travesso, e a maneira como Ruby olhava para ambos dava a entender que uma batalha campal estava prestes a começar.

— Que bonitinho! — disse Miriam. — Que espécie é essa?

— É um Taillow — Sapphire respondeu já acenando para Dan, que estava por perto. — E vai por mim, de bonitinho esse aí só tem a cara.

A menina fez com que seu Torchic logo entrasse em cena. O pintinho voltou-se para ela com uma clara expressão de má vontade, como quem estava sendo forçado a fazer aquilo.

— Eu sei que você ainda não está muito disposto a colaborar comigo, mas eu acho que essa batalha em particular tem a ver com a nossa dignidade.

A expressão de Dan mudou na mesma hora de viu o Taillow debochado que tinha lhe passado a perna um tempo atrás. As memórias do dia em que foi feito de bobo vieram à tona, e agora ele se esforçava para não sair atacando de uma vez, pois esta era a sua vontade.

Hola, mi amigo! — o Taillow o saudou com um cumprimento carregado de ironia. — Já faz algum tempo, não? Diga-me, já conseguiu tirar toda a areia dos seus olhos?

— Já, da mesma forma que vou tirar esse sorriso da sua cara — Dan se esforçava para não rir em nervosismo.

— Ora, ora, você agora fala com muito mais determinação que antes. Será que eu te incentivei? Ou só está feliz em me ver de novo?

— Eu estou feliz, claro! Fiquei te devendo uma depois daquele dia.

Ruby não compreendia o motivo pelo qual Sapphire havia usado o Torchic. Para ele seria quase um suicídio tentar batalhar com um Pokémon do qual não se podia esperar total obediência.

— Tem certeza, Sapphire?

— Essa é uma batalha que eu acredito que ele quer resolver também.

— Diga-me, nobre rival, como se chama? — indagou a ave.

— Dante. E não te dei essa moral toda pra ficar se considerando um rival meu.

— Hoho, você não tem cara de Dante. Bem, você é quem deveria ser grato por eu permitir que seja considerado meu rival. Eu sou o Taillow mais rápido e imprevisível desses bosques! Pode me chamar de El Falco!

— Isso é sério?

— Putz, esse aí é lelé da cuca! — disse Jeff caindo na gargalhada logo em seguida. — Foi desse cara aí que você tomou um pau?

— Obrigado pelas palavras de apoio...

Dan e El Falco se encaravam, cada um se segurando para não ser o primeiro a fazer um ataque descuidado. Eles eram oponentes já familiarizados entre si, o que tornava a batalha um pouco mais estratégica, dando desvantagem para quem resolvesse se mexer primeiro.

Sapphire tentava manter a calma. Sabia bem da capacidade daquela pequena criatura de passar a perna quando menos se espera. Porém eram ela e seu Torchic que precisavam recuperar a honra, e por isso não havia outra escolha a não ser dar o primeiro ataque.

— Torchic, não vamos dar aberturas para ele desta vez — a garota já preparava seu primeiro comando. — Comece com o Scratch!

Dan correu em direção ao seu adversário, saltando por cima dele enquanto armava suas garras para desferir o ataque. O Taillow apenas ergueu a visão para o Torchic e sorriu com certo tom de deboche. Assim que Dan fez o movimento de aterrissagem, El Falco se esquivou ao se impulsionar para trás e o golpe desferido contra si acabou por partir o galho da árvore onde ele estava.

Bueno, você ficou mais forte! Permita-me mostrar o que sei fazer também!

O pequeno ser voador de imediato criou ilusões de si próprio, que foram cercando Dan até que ele se confundisse a ponto de não conseguir identificar o verdadeiro.

— E essa agora? — resmungou o Torchic, tentando se manter em estado de alerta para um possível golpe furtivo.

Double Team? — indagou Sapphire. — Em que nível está essa praga? Torchic, use o Ember em larga escala, mude a direção das brasas para tentar acertar o máximo deles possível!

Muy lento! — Falco desviou da rajada de brasas com facilidade e com velocidade acertou um golpe com seu bico em Dan, que caiu dando cambalhotas para trás.

O Taillow pousou em outro galho fazendo uma pose heróica ao tapar parcialmente o rosto com uma de suas asas como se fosse uma capa.

— Não vai pensando que só você melhorou desde a última vez que nos vimos, niño. Eu também estou em constante desenvolvimento de minhas habilidades. Sou o ser mais rápido dessa área, você não vai conseguir me alcançar do jeito que está agora.

— Não enche! — Dan aos poucos se levantava, ainda atordoado com a pancada que sofrera antes. — Eu vou fazer você engolir esse seu orgulho hoje mesmo!

— Heh, me gusta su determinación.

Ao comando de Sapphire, Dan estufou o peito para lançar uma nova rajada de brasas contra seu oponente, porém o mesmo alçou vôo para se esquivar mais uma vez. A garota abriu um sorriso de canto, parecendo ter previsto o que acabara de acontecer.

— Torchic, segure o golpe! Em vez disso, se impulsione para saltar até ele e aplique um Scratch!

Como ordenado, o pequeno Pokémon de fogo avançou em um salto até ficar frente a frente com o Taillow atacando-o em cheio com suas garras, o que fez com que ele perdesse o equilíbrio e fosse ao chão pela primeira vez naquela batalha. Dan pousou em cima de El Falco, prendendo a ponta de suas asas. Dessa vez não cairia no truque com a areia.

— Agora, Ember! — Sapphire gritou esticando um de seus braços para a frente com o punho cerrado.

O disparo de brasas a queima-roupa foi o bastante para deixar o Taillow bastante prejudicado. O ar confiante do Pokémon voador agora dava lugar a um semblante irritado.

— Isso dói, seu desgraçado...

— Começou a falar normal agora? Onde foi parar aquele seu alter ego irritante?

— Acredite em mim, você vai preferir ter continuado lidando com ele.

De repente El Falco abriu suas asas e as mesmas se enrijeceram enquanto emitiam uma aura de energia que dava a sensação de que estavam brilhando com intensidade. Dan se posicionou em estado de alerta, pois sabia que aquele ataque viria com a força de alguém que tinha seu orgulho ferido. Ele se manteve de prontidão, aguardando as orientações de Sapphire.

— Torchic, cuidado! Ele está armando um Wing Attack. Mantenha a guarda e espere pela aproximação.

Assim que o Taillow se atirou em direção de Dan para realizar o ataque, Sapphire decidiu colocar em prática sua estratégia para finalizar aquela batalha de uma vez por todas.

Sand Attack!

Dante foi ágil o bastante para usar suas patas para lançar areia do chão direto contra os olhos do oponente momentos antes do ataque ser executado. El Falco freou de forma brusca, incomodado com sua visão danificada. Sapphire ordenou que Dan se movimentasse para as costas do Taillow para dar o golpe final.

— Dessa vez sou eu quem decide o fim da batalha! — Dan sussurrou para Falco.

Ember! — comandou a treinadora.

El Falco foi alvejado com uma última, porém não menos poderosa rajada de brasas. Sem se aguentar de pé, o Taillow fez uma última revelação antes do fim do combate.

— Você ganhou meu respeito. Meu nome verdadeiro é Jet — e caiu nocauteado.

— Pra que usar apelido se o cara já tem um nome legal? — ponderou Jeff.

— Jeff, cala a sua boca — falou Dan, já exausto.

Sapphire abriu sua bolsa e começou a mexê-la por dentro com rapidez. Dela retirou uma Pokéball vazia e logo a arremessou contra o Taillow desacordado. O aparelho tragou o Pokémon voador para seu interior e, após alguns espasmos, emitiu um sinal sonoro confirmando o sucesso na captura. A menina agora tinha um novo membro na equipe.

A garota caminhou até a Pokéball e a recolheu do chão, exibindo para seus companheiros de viagem um sorriso satisfeito. Como possuidora de uma insígnia, ela não podia mais se deixar ser feita de boba por Pokémons selvagens.

— Você me deu muito trabalho, agora vai ter que compensar me ajudando a ficar mais forte. — ela disse para a Pokéball.

Em seguida ela olhou de relance para Ruby, que assistia tudo com bastante atenção. O garoto tinha uma expressão de surpresa com a maneira como a batalha se desenrolou, e parecia ter se divertido a assistindo. Sapphire se pegou pensando em como aquele Taillow havia sido o responsável pela primeira vez que eles se encontraram, e nem percebeu que aquela memória havia tirado dela um sorriso singelo.

— Hã, o que foi? — perguntou o menino ao perceber que estava sendo observado.

— Nada — a menina tentou disfarçar. — Eu tava lembrando de algumas coisas, só isso.

Sapphire guardou a Pokéball consigo e assim os três continuaram sua caminhada em direção ao sul, onde esperavam pegar um transporte que os levaria até Dewford, passando antes pela ilha onde estava demarcado o primeiro desafio de Miriam na Batalha da Fronteira.

Animados, eles continuaram seguindo em frente, tentando conter a ansiedade para começar a explorar as primeiras áreas da famosa costa de Hoenn.

FIM DO CAPÍTULO 11

  

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