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Notas do Autor - Capítulo 21


Muita coisa mudou do último capítulo pra cá, não é mesmo?

Espero que não fiquem bravos com essa separação do trio, pois ela não será a última. *insira risada maligna aqui*

Eu vou confessar que cometi um vacilo enorme. No meu planejamento oficial a cena da Anabel com o Stern que abriu esse capítulo na verdade deveria ser o fechamento do 20. Eu não sei que branco que deu na minha cabeça que de repente eu achei que o capítulo estava pronto e postei daquele jeito mesmo kkkkkkkkkkkkkkkk Daí ficou parecendo que a Team Aqua tava explodindo coisas na rua porque sim, e dane-se o resto! Mas espero que agora tudo esteja devidamente explicado. Isso também é a resposta para a dúvida sobre os protagonistas só terem enfrentado recrutas de baixo escalão no Museu Oceânico. Até porque uma ação em conjunto deles exigiria pelo menos um membro mais forte lá, não é?

Miriam vai se separar do grupo para seguir com sua ambição de conquistar a Batalha da Fronteira. O clima pra ela não estava legal também. Sapphire e Ruby até que tentaram aceitá-la convencendo Anabel a deixá-la em paz, mas é muito difícil levar com naturalidade a convivência com uma pessoa que mentiu dessa forma pra você. Miriam sentiu isso e achou melhor seguir seu próprio caminho.

A separação também é estratégica. Manter o trio andando junto sempre prejudica um dos membros, e se na versão antiga de AEH era a própria Miriam, agora foi a vez do Ruby ficar um pouco atrás das duas treinadoras. Apesar de que o futuro da história do Ruby não torna isso algo tão relevante, mas vai ajudar a desenrolar o background dele.

Estamos chegando ao contest agora, será no próximo capítulo. Após isso terminamos o arco de Slateport e partimos para Mauville, a última cidade da primeira temporada de AEH. Ansiosos para o fechamento da Omega Saga? Eu estou, mal vejo a hora kkkkkkkkkkk

Até a próxima! õ/


Capítulo 21

Enquanto tivermos uns aos outros

Art by: kingloomy

Anabel estava em seu quarto de hotel consultando os relatórios do incidente que envolveu a Team Aqua no Museu Oceânico de Slateport no dia anterior. Ainda não havia deixado a cidade, pois as equipes da força-tarefa da Polícia Internacional ainda procuravam rastros que os pudessem levar ao próximo paradeiro da organização criminosa. Tinha ao seu lado uma xícara de café trazida pelo serviço de quarto. A mulher já tinha perdido a conta de quantas daquela havia bebido. Havia passado a última noite em claro.

Ao ouvir batidas na porta, ela estalou devagar o pescoço e pela primeira vez em algumas horas se levantou da sua cadeira. Ao abri-la viu um dos oficiais de sua equipe trazendo algumas pastas, porém com um tom de voz demonstrando urgência.

— Essas são algumas fichas de membros importantes da Team Aqua, mas vamos deixar aqui para que a senhora olhe depois. Por agora precisamos que venha com a gente até o porto da cidade. Temos informações novas e importantes sobre o caso.

Anabel pegou seu sobretudo e partiu para a porta principal do hotel. Uma viatura da polícia já esperava a mulher para conduzi-la ao local onde fora chamada. Poucos minutos se passaram e a viagem transcorreu sem empecilhos até que ela chegasse ao seu destino. Dentro do Porto de Slateport, mais precisamente em uma sala na área do estaleiro, um homem já de certa idade a aguardava. Estava sentado em uma mesa simples, com alguns policiais a sua volta, com visível preocupação.

Anabel logo o reconheceu como sendo Stern, um famoso engenheiro naval da região que trabalhava para a Marinha de Hoenn. Ela foi se aproximando da mesa, onde se sentou justamente do lado oposto ao homem.

— Bom dia, Capitão Stern. Foi por causa do senhor que fui chamada?

— Eu gostaria de não precisar chamar vocês aqui hoje, mas infelizmente ocorreu algo terrível ontem. E tem a ver com o caos que vocês estão investigando.

O homem respirou fundo. Os dedos das mãos estavam entrelaçados como forma de conter sua inquietude.

— Meus anos na Marinha me ensinaram algumas coisas, policial. Uma delas é espalhar o caos como forma de distração para manter os inimigos ocupados enquanto o plano maior é executado sem nenhum agente de resistência. Vocês estavam desde ontem investigando o lugar errado.

— O que quer dizer com isso?

— Vocês encontraram alguma pista do que eles queriam no Museu Oceânico?

Anabel ficou em silêncio. Era verdade que não havia nenhum vestígio dos planos da Team Aqua ao atacar o museu. O que a intrigava era o fato de que tudo aquilo parecia apenas um ato ordinário de vandalismo, o que não era esperado vindo de um grupo grande e organizado.

— Vou lhe contar uma coisa que eu acho que não deveria revelar, mas a situação exige isso. Eu estava desenvolvendo um novo transporte para a Marinha. Meu projeto consistia em pequenos submarinos para grupos pequenos de tripulantes, mas que pudesse se locomover rapidamente pelos mares, mesmo estando submerso. Hoenn é uma região pacífica, mantém boas relações com as outras. Mas esses veículos seriam utilizados com a finalidade de patrulhar os nossos mares. Interceptar piratas e contrabandistas.

— Entendo, mas aonde quer chegar?

— Ontem, enquanto assistia o noticiário ao vivo sobre o que estava acontecendo no museu, fui rendido por um grupo de membros da Team Aqua que conseguiram entrar aqui vai saber como. Eles roubaram o projeto.

A expressão de Anabel foi de espanto, algo raro de ver a mulher externar. Ela logo compreendeu a dimensão do problema que estariam enfrentando caso os criminosos transformassem aquele projeto em algo real.

— Se eles tiverem máquinas como essa eles poderão se locomover em alta velocidade por todo o litoral de Hoenn. E nem estou cogitando a ideia deles transformarem essas embarcações em modelos armados, o que é possível de ser feito.

Anabel se levantou da cadeira, fez um cumprimento ao capitão e se preparou para ir embora.
— Vamos ter que mobilizar mais forças para impedi-los. Enquanto ainda é cedo — ela se virou para um dos seus assistentes. — Quero uma reunião com a Elite tão logo eles possam me atender.

• • •

Miriam se sentia em um beco sem saída ao se ver sentada em sua cama no quarto do Centro Pokémon, com Ruby e Sapphire em frente à porta a encarando com expressões sérias. Era a manhã seguinte ao ocorrido no museu. Ruby estava mais incomodado do que de costume, tendo em vista que o contest do qual participaria havia sido adiado por conta da confusão causada pela Team Aqua.

Já Sapphire, sempre alegre e cheia de energia, agora estava séria e retraída. O clima no quarto não chegava a ser pesado, mas algo estava estranho.

— Então... — Miriam tomou a dianteira da conversa. — O que mais vocês querem saber? Acho que já contei tudo ontem.

— É, acho que ficou tudo esclarecido — Sapphire estava recostada em uma parede com os braços cruzados.

Ninguém tentava dizer qualquer coisa, o silêncio era agoniante. Ruby foi o primeiro a sair do lugar. Caminhou até a sua cama e agarrou sua mochila pela alça, tomando em seguida o caminho até a porta do quarto.

— Vou aproveitar que o contest foi adiado e vou praticar. Vejo vocês na hora do almoço.

— Eu também estou indo treinar um pouco. A gente se fala depois — disse Sapphire.

— Ok — Miriam permaneceu sentada na cama, aguardando a saída de sua companheira.

Agora que estava sozinha sentiu seus ombros mais leves. Enfim podia relaxar um pouco, saindo daquela situação sufocante. A garota se levantou e andou até a janela do quarto, que dava vista para a principal rua da cidade. Virando a cabeça para um dos lados era possível ver até mesmo um pequeno pedaço do mar. Não era uma vista como a dos principais hotéis da cidade, mas pelo menos não era tão longe da praia para que ela fosse impedida de ver melhor o cenário.

Decidiu que não ia ficar sozinha ali. Arrumou sua mochila e saiu daquele lugar para poder andar pelas ruas. Ao atravessar a porta do Centro Pokémon Miriam foi recepcionada pelo vento fresco típico da cidade. Da primeira vez que estivera ali, logo que desembarcou do navio vindo de Kanto, ela não havia tido a oportunidade de conhecer melhor Slateport. Ali, agora, estava sua chance, até mesmo por não depender de outras pessoas.

— Agora estou livre do meu emprego e tenho um tempo só pra mim — disse consigo mesma após respirar fundo. — Quero que essa tarde seja uma oportunidade de criar boas lembranças pro futuro!

• • •

O jeito provocativo de Courtney caminhar quase conseguia disfarçar o ar de preocupação que pairava sobre os membros da Team Magma. A mulher andava depressa pelos corredores da sede da organização, indo em direção à sala do líder.

Por onde passava era cumprimentada pelos guardas de prontidão, mas ela se mantinha quieta. Seu olhar era sério e sua mente sobrecarregada só a fazia desejar poder terminar tudo que tinha para fazer o quanto antes.

Ao passar pela porta automática percebeu que os dois membros que formavam o alto escalão com ela já estavam presentes. Tabitha estava quieto, com uma feição séria, aguardando a chegada da mulher para que a reunião tivesse início. Ele ocupava o mesmo cargo de executivo da organização em que Courtney atuava. Acima deles estava o terceiro membro na sala, líder de toda a equipe. Um homem que já era demarcado por traços da idade, mas que se mantinha com postura firme perante seus subordinados, sem demonstrar fraqueza alguma. Seu cabelo era médio e rubro como o interior de um vulcão ativo. Os olhos cansados e contornados pelo tom escuro de suas olheiras se escondiam atrás dos óculos que usava.

— Peço desculpas pela demora, Sr. Maxie — disse Courtney com cordialidade. — Estive até agora finalizando os preparativos para nossa próxima missão.

— Sente-se — disse o líder, sem demonstrar qualquer reação ao atraso de sua subordinada, que não tardou a seguir a ordem. — Nosso informante dentro da Team Aqua nos comunicou alguns fatos preocupantes. Pelo que parece eles roubaram um projeto de veículo sub-aquático que estava sendo desenvolvido para a Marinha. Com isso o poderio tecnológico deles vai avançar. Isso vai tirar a vantagem que tínhamos até agora.

— Não é hora também de pensarmos em transportes aquáticos para nossa organização? — questionou Tabitha.

— Com eles agindo submersos não seria nem um pouco prudente ficarmos expostos no meio do mar. Até porque lá eles terão o terreno todo a favor em um provável combate — analisou Courtney. — Temos então que nos reforçar mais ainda para garantir que sejamos superiores em terra firme.

— Ou então avançar mais com nosso plano e despertar a criatura primordial.

— Exatamente como o Tabitha disse, a hora agora é de acelerar as etapas do nosso plano — Maxie tomou a fala de volta. — O próximo passo é irmos para Mauville para pegar o gerador da usina termoelétrica da cidade.

Courtney e Tabitha assentiram, mostrando conhecerem todo o procedimento de como aquela etapa seria executada. Maxie, no entanto, continuou seu discurso.

— Temos um problema, porém. Nossa fonte informou que a Team Aqua está com a mesma pretensão, e já começou a se preparar para ir lá pegar o gerador — o líder cerrou o punho com tamanha força que parecia estar tentando esmagar algo. — Parece até que eles estão lendo nossos movimentos. Temos que chegar lá antes deles! Não deixem que aqueles canalhas tomem a dianteira que lutamos tanto tempo para manter!

— Sim, senhor! — os dois executivos assentiram em uníssono, batendo continência.

— A reunião acabou. Daqui vocês dois vão direto preparar as equipes que vão para a operação em Mauville. Temos que ser rápidos como nunca.

Courtney e Tabitha saíram da sala às pressas. Maxie permaneceu sentado em sua cadeira, com os olhos fechados e uma expressão pensativa.

— Archie, eu sei o que você está planejando. Você vai pagar por ter entrado em nosso caminho, seu verme imundo.

• • •

Miriam caminhava em direção à praia ao sul da cidade. Mantinha as mãos nos bolsos da calça e andava cabisbaixa, pensativa, desviando de pessoas e obstáculos sempre que sentia sua aproximação. Sua atenção era dispersa e seu olhar vago. Parecia desapontada.

Passou em frente ao farol da cidade e lá foi abordada por Ethan, que observada o local em volta.

— Olha que farol maneiro que eles têm aqui! — disse o rapaz. — Sabia que eu já tive uma batalha que fez um farol ser demolido?

— Deve ter sido divertido — foi tudo que a menina conseguiu dizer enquanto continuava seu caminho sem parar para mais nada.

— Ok então — disse o rapaz um pouco sem jeito, se perguntando se tinha dito algo errado. — Mas eu acho que você devia tentar um dia.

Ao enfim chegar à praia Miriam procurou o lugar mais isolado, onde pudesse ficar sozinha. Encontrou o lugar ideal atrás de algumas rochas, ficando lá apenas a observar o mar enquanto refletia.

Sabia que Ruby e Sapphire não estavam satisfeitos com a sua identidade dupla. Não entendia sequer por que razão eles haviam se colocado à sua frente para defendê-la quando foi repreendida por Anabel. Talvez fosse por pena, ou então algum último vestígio da amizade que construíram nesses poucos meses que passaram viajando juntos.

— Não dá pra culpar os dois, eu também ficaria indignada se alguém mentisse pra mim por tanto tempo — sussurrou, sabendo que ali não seria ouvida. — Acho que a partir daqui eu vou ser um incômodo se as coisas continuarem do jeito que estão.

A garota sacou as três Pokéballs que carregava consigo, trazendo sua equipe. Nidoqueen, Venomoth e a pequena Mudkip estavam agora ao lado de sua treinadora.

— Bom, posso dizer a vocês que agora estamos livres. Eu pedi pra sair da polícia e não trabalho mais para Anabel. Podemos focar total agora nos treinamentos e na Batalha da Fronteira!

Os três companheiros de Miriam pareceram bastante animados com a ideia de que poderiam focar em uma aventura sem nenhum tipo de obstáculo. A treinadora sorriu com a reação de sua equipe. Mesmo que já esperasse por uma resposta positiva ela ainda se sentia feliz em saber que todos eles estariam bem mais satisfeitos dali em diante.

— Não vou precisar esconder mais minha identidade verdadeira. Não vou precisar mais mentir pras pessoas sobre quem eu sou — a menina parou de falar por um breve instante, jogando uma mecha de cabelo para a parte de trás da orelha. — Nem todo mundo aceitou conhecer quem sou de verdade, mas isso não importa mais. Ver vocês felizes foi a prova que eu precisava de que tomei a decisão certa. Vamos dominar essa região toda. Só temos uns aos outros, mas isso já é mais que o suficiente!

Ela puxou de dentro de um dos seus bolsos sua licença de treinadora, tão sonhada alguns anos atrás. Era sim uma treinadora mais experiente que Ruby e Sapphire, mas teve apenas um ano viajando em jornada. Logo após sua primeira disputa em uma Liga Pokémon, onde foi derrotada ainda na primeira fase, Miriam largou de lado seu sonho, se privando do direito de continuar insistindo e treinando para ficar melhor.

Seus Pokémons aos poucos foram perdendo o interesse em continuar com a menina. Nidoqueen e Venomoth foram os únicos que mantiveram sua lealdade. Em Hoenn ela estava começando praticamente do zero, e mesmo assim escolheu competir na Batalha da Fronteira para que pudesse provar para si mesma que era capaz de superar um grande desafio.

— Se há um momento para voltar atrás, é esse — ela disse. — Eu cometi um grande erro ao não tolerar minha inexperiência.

Ela se virou para sua equipe novamente, focando o olhar mais nos seus dois parceiros mais antigos.

— Por causa disso os nossos antigos amigos acabaram indo embora. E mesmo na época eu não dei importância. Só agora percebi que a culpa foi toda minha. E vocês ainda assim ficaram ao meu lado. Minha melhor forma de corresponder é levando nosso time cada vez mais para o alto.

Nidoqueen parecia se alegrar a cada fala de Miriam. Sentia sua inspiração voltando, já conseguia imaginar sua mestra e melhor amiga voltando a ser quem era. Venomoth era mais reservado, mas era possível notar sua satisfação. A única que ainda parecia um pouco perdida era a Mudkip, que era a novata naquele time. Mas Miriam logo tratou de solucionar as dúvidas da pequena anfíbia.

— E quanto a você, não se preocupe. Nós vamos treinar bastante para que você fique tão forte quanto eles dois. Vou precisar de ajuda nas próximas batalhas, e acho que você tem um grande potencial escondido.

Miriam retornou sua equipe para as Pokéballs, as guardou e encarou a cidade que se estendia após a praia. O ponto onde desembarcara para iniciar sua viagem por Hoenn seria agora o mesmo que lhe daria a oportunidade de um recomeço, dependendo apenas de sua própria vontade.

— Só tenho mais uma última coisa a resolver antes de ir em frente.

Miriam então prosseguiu em direção à cidade, bem mais eufórica do que esteve durante aquele dia inteiro. Dali de perto um garoto de cabelos loiros a observava de trás de um poste, com um sorriso misterioso.

— Finalmente encontrei uma.

• • •

— Estou de volta — disse Ruby que entrava no quarto do Centro Pokémon se espreguiçando. — O treinamento tem sido bem produtivo. Treecko está começando a corresponder bem. Acho que ele anda de bom humor desde aquela batalha contra a Team Aqua... Sapphire?

A menina estava bem quieta, diferente do normal. Em sua mão um pedaço de papel com algo escrito. Ruby deduziu que fosse um bilhete, e sua suspeita logo foi confirmada por Sapphire quando a mesma o estendeu a ele.

— Leia.

O coordenador pegou o bilhete das mãos de sua amiga. Começou a sussurrar o conteúdo, ficando surpreso a cada nova linha escrita.

— “Sinto que as coisas ficaram um pouco complicadas depois que tive que explicar tudo que estava acontecendo. Nunca tive a intenção de esconder nada de vocês, mas era o meu dever naquele momento. Não os culpo por estarem desconfiando de mim agora, sei que não é fácil sentir segurança na presença de uma pessoa que acabamos de perceber que não era quem conhecíamos. Eu mesma não me conheço agora, por isso estou indo sozinha dessa vez para que eu possa me descobrir. Que um dia qualquer a gente possa se reencontrar em circunstâncias mais leves. Até lá fiquem bem e busquem seus objetivos com tudo que têm. Abraços, Miriam.” Nossa. Por essa eu não esperava.

Sapphire estava calada. Ainda não havia conseguido processar a informação. Ruby não parecia abalado como a garota, porém não escondia um semblante de culpa.

— Será que tem alguma forma de reverter isso, Ruby?

— Acho que sim, mas não agora. Já nem sabemos onde ela pode estar agora. Talvez já tenha até saído da cidade. Mas agora não adianta mais. O que a gente pode fazer é focar no que temos de desafios pela frente, seguir nossa jornada e torcer para que um dia a gente volte a encontrá-la.

Ruby foi tomar seu banho. Sapphire por ter chegado antes do garoto já havia feito o mesmo minutos antes. Daqui a pouco desceriam até o refeitório para jantar, e lá eles teriam pela primeira vez naquela jornada a sensação de que a mesa estava vazia.

• • •

Na saída da cidade, Miriam encarava a estrada adiante. Agarrando a alça de sua bolsa com força, a garota tentava não relutar com a decisão que havia tomado. O vento corria mais forte, e logo a frente estaria seu próximo desafio na Batalha da Fronteira. Ela precisava seguir em frente, mas sentia como se algo a puxasse para trás ainda.

A treinadora se virou uma última vez para a cidade de Slateport, como se procurasse por algo que ela sabia que não chegaria. Num último suspiro ela se vira de volta para a estrada, esfregando o rosto para limpar uma lágrima que deixou escorrer, mesmo contra a sua vontade.

— Espero que possam me perdoar um dia — disse enquanto tentava disfarçar a voz deturpada pela garganta fechada. — Viajamos juntos por pouco tempo, mas eu amo vocês.

FIM DO CAPÍTULO 21

  


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