Archive for 16_06

Hoenn Café, capítulo novo e desafio especial


Boa tarde, meus caros!

As últimas semanas têm sido corridas por conta da faculdade, mas ontem mesmo preparei com a Tsuki um cronograma para as próximas 3 semanas aqui no blog. Vou falar brevemente sobre isso e abordar os temas que vocês viram no título da postagem. Sem mais delongas, vamos lá!

Discussão do Hoenn Café

Eu cheguei a mencionar o tema, não sei se foi nas notas do autor do último capítulo, ou se eu cheguei a mencionar no próprio post de abertura do Café, mas para quem ainda não sabe o tema será sobre os 3 tipos preferidos de Pokémon de cada um. Não só isso, mas a pessoa também deverá listar 3 Pokémons para cada tipo que ela colocar na lista.

Sobre a data, o post já está pronto e a publicação do mesmo será nessa sexta-feira, dia 1º de Julho! O horário é o de sempre: meio-dia no horário de Brasília.

Preparem suas listas, porque eu creio que essa discussão vai longe!

A história

O capítulo 4 já está pronto, e o 5 está em andamento. Quero conseguir me adiantar nesse capítulo, e dependendo de como as coisas fluírem na semana que vem já tenho a definição se o capítulo 4 vai ou não estar disponível.

Desafio especial para os leitores

Agora em Julho teremos o Anime Friends 2016, evento que será realizado na cidade de São Paulo. Para este ano, a Aliança Aventuras está realizando um desafio aos leitores que estiverem presentes no evento no dia 16 — o sábado da segunda semana: eu, o Canas, a Star e a Zyky estaremos no evento, cada um portando seu Nintendo 3DS. Quem passar por perto com um 3DS e o Street Pass ligado poderá receber nossos avatares na Praça Mii. Só lembrando que tem uma cambada de gente que leva o 3DS pra lá, então boa sorte. Será que conseguem nos encontrar? ( ͡° ͜ʖ ͡°)


Bem, acho que é isso que tenho a dizer por enquanto. Desejo a todos uma boa semana, e nos vemos no Hoenn Café de sexta! õ/

Protagonistas

Art by: infinitedge2u
Ruby é um garoto que viveu a maior parte de sua vida em Violet, na região de Johto, mas aos 16 anos acabou se mudando para Hoenn quando seu pai, Norman, foi chamado para assumir o ginásio de Petalburg como líder.

Ele tem uma personalidade reservada na maior parte do tempo, e entre várias características se destaca seu gosto por organização. Lugares bagunçados o deixam nervoso a ponto de ficar mal-humorado de uma hora para a outra. É um pouco quieto, devido ao seu jeito fechado, mas isso não significa que seja anti-social. Costuma se relacionar bem com as poucas pessoas que acabam se aproximando. Resolveu se tornar coordenador, mas o motivo que o levou a essa escolha ainda não foi revelado.

Fatos sobre o personagem:

• É bastante sistemático e tem mania de organização;
• Devorador de livros;

Primeira aparição:

Capítulo 1 - Boas-vindas acidentais

Fitas:


Equipe:

  

Se há um adjetivo que certamente descreve Sapphire, este é desastrada. É uma menina gentil e com espírito aventureiro, mas sua falta de atenção pode ser preocupante. Está sempre tropeçando, caindo ou atraindo qualquer outro tipo de tragédia.

Viveu no vilarejo de Littleroot durante toda sua vida, o que a tornou uma pessoa mais conectada à natureza. Prefere o ar livre, e por vontade de conhecer a região de Hoenn decidiu largar o laboratório de Birch, seu pai, para se aventurar como treinadora, sendo que decidiu seguir por este caminho por também querer um novo objetivo em sua vida.

Fatos sobre a personagem:

• Desastrada, está sempre tropeçando e caindo por aí;
• Viciada em batatinhas;

Primeira aparição:

Capítulo 1 - Boas-vindas acidentais

Insígnias:

  

Equipe:

   



Art oficial da personagem criada por Diego Chinatsu
Miriam é uma treinadora oriunda da região de Kanto, mais precisamente da cidade de Vermilion. Já mais experiente que Ruby e Sapphire, decidiu viajar para a região de Hoenn para enfrentar a Batalha da Fronteira, uma competição de alto nível onde não são permitidos treinadores iniciantes. Trouxe consigo apenas dois Pokémons, pois seu interesse em aliar as carreiras de treinadora e criadora lhe despertou a curiosidade para conhecer as espécies que habitam a região.


Chegou a Hoenn carregando consigo um nome falso, que usava para disfarce em uma operação como estagiária da Polícia Internacional. Após a revelação de sua identidade real a menina se desligou da polícia e passou a seguir pra valer sua carreira como treinadora.

Fatos sobre a personagem:

• Fã nº 1 de Surge, líder de ginásio de Vermilion;
• Quando criança era chamada de "Miri" pelas amigas, mas poucas informações são sabidas a respeito da origem desse apelido;

Primeira aparição:

Capítulo 2 - Artimanhas do destino

Símbolos da Fronteira:

 

Equipe:

   



Notas do Autor - Capítulo 3


ALOLA! Quero dizer, ALOHA! õ/

Ok, esse trocadilho ficou uma porcaria. Vamos ao que interessa...

Chegamos ao terceiro capítulo! Como eu já tinha mencionado em outros posts, e até mesmo respondendo a alguns comentários que vocês me mandaram no capítulo passado, finalmente pudemos ver um pouco de estrada. Já estava na hora de sentir o cheiro das estradas de terra — eu ia dizer "cheiro do mato", mas vocês poderiam interpretar de outra forma, e aqui em AEH não fazemos esse tipo de apologia, hehehe.

Sobre os iniciais, acho que já estava meio na cara que o Torchic ia ficar com a Sapphire, né? O Treecko eu mantive com o Ruby, assim como na fic antiga. E Mudkip também terá o seu momento de brilhar, pra quem curte essa bolota azul mais que os outros dois, fiquem despreocupados!

Essa pergunta é mais para os leitores das antigas: notaram que eles agora têm uma personalidade melhor definida? É, meus amigos, isso tem a ver com a dificuldade da qual andei me queixando tanto no capítulo 4 — esperem e verão. Mas as coisas fluíram numa boa. Chega a ser irônico, porque o bloqueio criativo que eu estava prevendo aconteceu justamente em outra cena! Mas já está tudo resolvido. O capítulo está pronto, e tive a aprovação dos meus revisores Dento e Tsuki! Ele virá em breve, e espero ter feito certo nessa cena. Estou apostando nela.

Por fim, vamos falar sobre a Zinnia.

Ela é uma personagem que me chamou muito a atenção quando eu joguei o Alpha Sapphire. Esse jeito esquisitão dela, e a história da tribo dos draconids. Acho que isso passou despercebido pra muita gente que jogou — vejo que muitas pessoas não deram a mínima pra história dela, e só jogaram o Delta Episode pra pegar o Rayquaza e o Deoxys, e destravar os Mirage Spots.

Eu fiz leves alterações na história, para que ela possa se adequar ao enredo de AEH. Mas tem ainda uma peculiaridade: vai ser uma história paralela! Isso mesmo, é como se fosse uma segunda Aventuras em Hoenn, de um outro ponto de vista que estivesse fora das batalhas e contests, e terá a Zinnia como protagonista. É um side plot, e eu pretendo trazer outros, e ficar brincando de entrelaçá-los ao longo da jornada. Acho que vai trazer uma dinâmica diferente à história, e ao mesmo tempo a oportunidade de aproveitarmos várias aventuras ao mesmo tempo, dando um descanso nos personagens para que eles não fiquem "sobrecarregados", ou sendo utilizados em excesso.

Ela será peça-chave no roteiro principal, que é uma fusão de todos esses plots. Então atentem-se aos movimentos dessa personagem, porque ela pode revelar brechas interessantes sobre o futuro de AEH!

Bem, acho que por hoje é só. Espero que tenham gostado do capítulo, e muito obrigado a quem está acompanhando a história! O feedback de vocês tem sido crucial para eu saber onde posso continuar investindo e onde posso fazer melhoras.

Até a segunda discussão do Hoenn Café, que está próxima! Vejo vocês lá! õ/

Capítulo 3

Caminhos a serem trilhados

Sapphire acordou assustada com o som agudo do despertador tocando. A menina, que havia passado a última noite em claro planejando os detalhes finais para a sua partida em jornada, estava debruçada na cama, com sua roupa casual toda amarrotada. Ela abriu os olhos devagar, lutando contra suas próprias pálpebras, naquele momento pesadas como um Rhyperior. Ainda recuperando a lucidez, olhou para os lados com uma expressão vaga e exausta, sem se dar conta da importância daquele dia.

Quando se viu consciente, deu um salto desesperado da cama. Dez da manhã. Muito além do que era o combinado para que ela estivesse no laboratório de seu pai. Correu depressa para o banheiro, onde tomou uma ducha rápida para se livrar do sono. Pegou uma roupa mais leve, arrumou os seus cabelos prendendo-os com um laço vermelho, que lhe atribuía uma aparência mais inocente. Escovou os dentes rapidamente e desceu as escadas como um míssil. Ou melhor, como uma bola. Na correria ela trançou as próprias pernas, levando um tombo violento. Apenas um berro foi ouvido antes do baque surdo que quase fez tremer o chão, tamanha foi a força da queda.

— Sapphire, você está bem? — perguntou Cecilia, vindo ao encontro da filha com uma expressão preocupada. — Você se machucou?

— Por sorte não, mas agora não posso falar! Estou muito atrasada! TCHAU!

— Espere, e o café da — só então Cecilia se deu conta de que a menina já tinha desaparecido da casa — manhã?

A garota disputava corrida com o vento, pensando apenas em chegar o mais rápido possível. Após cruzar algumas casas, ela enfim chegou ao laboratório de Birch, a maior construção daquele pequeno vilarejo. Ela deu um empurrão na porta, que bateu de forma brusca na parede assustando os presentes, entre os quais estavam Birch, Ruby e alguns assistentes de pesquisas. O pai da menina deu um longo suspiro em negação.

— Sapphire, era para você estar aqui há duas horas — disse o cientista. — Aconteceu algo?

— Beeeeem, eu acho que perdi a hora — respondeu a garota com um sorriso travesso, tentando disfarçar a falta de ar. — Espero que não estejam irritados comigo.

O cientista balançou a cabeça negativamente, mas resolveu não questionar. Apenas voltou sua atenção para o que precisava ser feito: dar aos dois tudo o que era necessário para que pudessem sair em jornada estando bem preparados. O homem caminhou até uma mesa distante, deixando naquele local dois jovens curiosos. Quando retornou, trazia consigo uma maleta e um pequeno aparelho em tamanho de bolso. Ele entregou o dispositivo nas mãos de sua filha.

— Acredito que você já sabe o que é isso — disse, mostrando um sorriso.

— É claro que eu sei — respondeu Sapphire, ainda curiosa. — Não me diga que eu sou “a escolhida”.

— Eu tive muito trabalho para construir essa Pokédex. Precisei da ajuda de Samuel Oak, senão eu sequer teria terminado esse aparelho. É parte do meu projeto trazer a grande invenção dele para a nossa região e ajudar os treinadores daqui, mas para isso seria preciso coletar um bom nível de informações. Por isso a guardei e tive tanto rigor na hora de escolher quem iria carregá-la por Hoenn, e agora vi em você a escolha certa. Fico feliz em ter aguardado. Afinal, quem melhor que minha filha para levar para mim algo tão importante pelo continente inteiro sem me fazer perder a tranquilidade?

— Quando eu morava em Violet, alguns treinadores possuíam uma Pokédex, mas essa é a primeira vez que vejo uma tão de perto — analisou Ruby, sem tirar os olhos curiosos do dispositivo.

Logo em seguida Birch pegou a maleta e a colocou com cuidado em cima da mesa onde eles estavam. Desfez as duas travas, revelando três Pokéballs dentro dela. Elas brilhavam com intensidade, refletindo a luz vinda das lâmpadas acesas do laboratório, mostrando que estavam perfeitamente lustradas e bem cuidadas. O cientista sorriu, bem como Ruby e Sapphire, esta última já a ponto de transbordar de euforia.

— Aqui estão três Pokémons especiais, conhecidos por serem excelentes para treinadores que estão começando.

Birch liberou os três monstrinhos para que Sapphire e Ruby pudessem avaliar as escolhas. O primeiro era um pequeno lagarto verde com a cauda mais escura e uma coloração vermelha que ia da barriga até a parte de baixo de sua boca. Seus grandes olhos amarelos observavam o local com certa estranheza, parecendo um pouco surpreso em ver um cenário diferente do habitual. O segundo era um anfíbio de cor azulada, com a barriga e a cauda em tons mais claros. Acima da cabeça, que mantinha uma expressão de curiosidade, surgia uma espécie de crista, e em cada bochecha uma barbatana de cor amarelada. Por último, um pintinho de penugem alaranjada, exceto pelas asas e crista amarelas. Possuía um olhar desconfiado, e parecia não querer socializar muito.

— Estes são Treecko, Mudkip e Torchic — disse Birch. — São, respectivamente, dos tipos planta, água e fogo.

Os jovens olhavam animados para as pequenas criaturinhas. Eles analisavam cada um, tendo em mente que aquela escolha seria para a vida toda. Sapphire foi a primeira a se manifestar.

— Acho que vou ficar com o Torchic — disse a menina. — Ouvi dizer que eles são bem fortes, especialmente quando evoluem.

— Nesse caso acho que vou ficar com o Treecko — falou Ruby. — Digamos que ele tem uma beleza exterior diferenciada, parece ser bem forte e, por ser um Pokémon do tipo planta, provavelmente tem uma lista de possíveis ataques muito belos. Com certeza me ajudará nos contests.

O pequeno Treecko pareceu irritado ao ouvir o comentário do garoto, mas sequer teve tempo de reagir, e já foi recolhido de volta à Pokéball, bem como o Torchic. Birch, no entanto, coçou a barba por alguns segundos, parecendo preocupado.

— Só preciso dizer a vocês uma coisa. Escolheram Pokémons por parecerem mais fortes. Isso é um erro bastante comum no começo. O certo é que vocês procurem as personalidades deles, as características. Pokémons são como nós, cada um com suas peculiaridades, e só aqueles que conseguem ver o que está atrás da cortina de seus corações podem compreendê-los, e assim se tornar grandes treinadores. Entenderam?

Ruby e Sapphire não pareciam ter compreendido bem as palavras do professor, mas assentiram de forma a não fazer transparecer suas dúvidas. Birch ainda parecia desconfiado, mas decidiu não forçar o lado dos jovens. Aquele era um momento emblemático em suas vidas, e a euforia de ter o primeiro Pokémon era algo que todos os aspirantes a treinador deveriam poder desfrutar um dia.

Birch recolheu Mudkip para a Pokéball, e ficou encarando a esfera em sua mão. Ele ainda a olhava com uma expressão não muito feliz, mas ao ter uma ideia pôde se sentir mais aliviado. O pesquisador caminhou até sua filha, ainda um pouco pensativo.

— Sapphire, eu vou te pedir mais um favor — o homem então abriu um bolso na lateral da mochila da menina, onde enfiou a Pokéball contendo a criatura aquática — Quero que leve Mudkip com você também.

— Espera um pouco — Sapphire o interrompeu. — Achei que não fosse ético dar dois Pokémons para um treinador iniciante. Digo, alguns podem ter, mas já tendo feito a captura ou ganhado antes. Eu não posso receber dois de um professor.

— Não estou te dando o Mudkip — Birch riu, um pouco sem graça. — Só que também não posso ficar com este Pokémon. Estamos lotados de trabalho pra fazer e não vai sobrar tempo pra cuidar dele até aparecer um treinador novato. Nesse caso, quero que leve Mudkip para encontrar alguém apropriado.

— Tá dizendo pra eu decidir se algum treinador é digno de receber esse Mudkip?

Sapphire estava incrédula. Por muitas vezes ela viu seu pai realizando este tipo de tarefa, mas isso não significava que ela tinha noção de como avaliar tais atributos. Birch, por outro lado, tinha confiança de que a menina saberia realizar este trabalho de forma correta.

O homem apenas afagou os cabelos da filha, bagunçando-os de forma a tirar o laço que os prendiam. Sapphire fez uma cara emburrada, enquanto Birch ria com a filha.

— Você vai ter certeza quando encontrar o treinador certo.

• • •


No Centro Pokémon de Oldale, uma menina repousava sentada a uma das mesas do refeitório. Ela aparentava estar bem descansada, indicando que havia acabado de acordar. À sua frente, na mesa, jazia uma xícara de café quente. Ela se mantinha recostada no sofá de couro, mexendo a bebida com uma pequena colher de açúcar.

Ela pegou um panfleto de sua mochila, e começou a ler devagar. Era um informativo sobre uma grande competição que estava prestes a começar em Hoenn, conhecida como Batalha da Fronteira. Era um evento simbolizando uma parceria entre as regiões de Kanto e Hoenn, e naquele ano a segunda seria a sede da competição.

Os olhos passeavam de linha a linha, colhendo algumas informações sobre o evento, tais como período inscrição, modelo de competição, dentre outros detalhes. Ela estava tão centrada no panfleto que sequer notou a aproximação de uma das enfermeiras do local, que estava cuidando da recepção naquele dia.

— Senhorita Miriam — disse a enfermeira, fazendo a menina tomar um susto e dar um salto do sofá. — Já foi chamada três vezes.

— Sério? — ela indagou em tom de surpresa. — Mil perdões! Eu estava completamente distraída! Aconteceu alguma coisa?

— Na verdade eu só vim informá-la que seus Pokémons já estão liberados.

A menina sorriu ao receber a notícia. Seu destino era a cidade de Rustboro, mas ela já tinha passado alguns dias caminhando sem descanso pelas estradas, e por isso uma parada era necessária ao encontrar uma cidade como Oldale. Agora que seus companheiros estavam revigorados, era hora de partir.

Miriam caminhou até o balcão de recepção, onde recebeu suas Pokéballs de volta. Pediu mais algumas informações sobre o trajeto até o seu próximo destino, Petalburg, e enfim saiu pelas portas do hospital. Caminhou um pouco em direção à rota, mas logo deu uma parada, fazendo uma cara de dúvida. Sentia que estava se esquecendo de algo.

— O PANFLETO! — e saiu correndo de volta para o Centro Pokémon.


• • •


Alguns últimos detalhes foram acertados para que finalmente Ruby e Sapphire pudessem partir. Dado certo tempo, eles já estavam em frente à rota de saída de Littleroot e o próximo destino seria Oldale. Pararam uma última vez, deixando que a brisa fresca corresse à frente, e resolveram seguir.

Eles caminhavam pela rota tranquilos, porém depois de alguns minutos Ruby percebeu que  havia algo errado com Sapphire, que parecia sentir algum incômodo. O garoto não sabia ao certo o que estava se passando, talvez o nervosismo de poder sair em jornada estivesse afetando a sua companheira de estrada. Ele fez menção de tocar no ombro dela, mas percebeu um recuo brusco por parte da garota, seguido de um gemido de dor.

— Onde você se machucou? — perguntou o garoto.

— Do que você tá falando? Eu não tô machucada! — Sapphire fez cara de desentendida, tentando ainda disfarçar a dor.

— Não tem como esconder. Sua cara denuncia claramente.

Sapphire deu um suspiro. Sabia que naquela altura já não era mais possível esconder de Ruby a dor que sentia. Era seu braço direito que doía, e ela resolveu abrir o jogo.

— Eu acabei caindo da escada lá em casa hoje cedo — disse, exibindo um sorriso sem graça enquanto coçava a parte de trás da cabeça. — Mas só começou a doer agora...

— Caiu da escada!? — o garoto arregalou os olhos. — Senta aí agora mesmo! Temos que ver como está o seu braço! Esse tipo de queda é muito sério!

Ruby imediatamente fez com que a menina se sentasse em um tronco de árvore próximo à estrada de terra, e de dentro de sua mochila retirou um kit de primeiros socorros. Ao perguntar onde doía, Sapphire sinalizou a região do cotovelo, e o garoto prontamente utilizou um spray para amenizar o incômodo. Em seguida, retirou algumas faixas, e enrolou o braço da menina com elas, apertando o curativo com um nó em seguida, o que a fez resmungar baixo.

— Precisa apertar tanto? — questionou Sapphire.

— É apenas para firmar o seu braço, assim você não fica mexendo muito ele enquanto se recupera.

Os dois descansaram após o breve tratamento. Ruby respirou fundo, recuperando o fôlego após o trabalho de imobilizar o braço de sua amiga. Sapphire ainda sentia um desconforto por conta de seu braço estar praticamente imobilizado pelas faixas que o apertavam, mas a dor já começava a desaparecer por conta do efeito do spray.

— Acabamos de sair e você já está gastando os suprimentos médicos? — disse o menino com um ar de preocupação. — Desse jeito vamos morrer em poucas semanas...

— Deixa de ser dramático! — Sapphire resmungou. — No máximo não teríamos curativos para alguns machucados.

— O que poderia nos causar uma infinidade de infecções — Ruby fez uma pausa com uma expressão beirando o desespero. — Aí vem a parte onde a gente morre.

Os dois então riram, enquanto permaneciam sentados no tronco jogado. Eles não tinham pressa para cruzar a estrada. Estavam aproveitando cada momento daquele novo estilo de vida, que os acompanharia por um bom tempo a partir daquele dia.


O clima era agradável. Um sol ameno indicava que o tempo não traria complicações naquele dia, então eles poderiam viajar sem preocupações. Oldale também não era tão longe, então qualquer surpresa inesperada e eles teriam um abrigo no Centro Pokémon. Mas naquele momento só queriam mesmo era sentir o espírito de aventureiros nascer em suas almas.

— Por que não aproveitamos esse descanso para conhecer os nossos novos amigos? — Sugeriu Sapphire, retirando a Pokéball de Torchic do bolso.

— Tem razão. Acho que é a oportunidade perfeita — concordou Ruby.

Os dois liberaram seus Pokémons escolhidos, e se animaram para uma apresentação. O que eles não esperavam era uma recepção bem indiferente de Treecko e Torchic. O réptil lançava um olhar nada amigável para Ruby, enquanto Sapphire não conseguia se aproximar do pequeno inicial de fogo, que se retraía de forma desconfiada.

— Eles não deveriam ser de espécies amigáveis? — questionou Ruby, claramente com medo de chegar perto de seu Pokémon.

— Mas eles são — respondeu Sapphire. — Será que estão chateados com alguma coisa?

Os dois caminharam para lados distintos, mas ao mesmo tempo se afastando de seus treinadores. Ruby fez menção de retornar Treecko para a Pokéball, mas foi impedido por Sapphire.

— Deixa eles pegarem um pouco de ar livre — disse a garota. — Talvez isso melhore o humor dos dois.

• • •

“Do solo surgiu o grandioso titã terrestre. Do oceano emergiu o majestoso imperador dos mares. E estes batalharam de forma devastadora durante dias, disputando a hegemonia, o domínio de nosso planeta. Um queria expandir os continentes. O outro queria cobrir tudo com água. E dos céus desceu o guardião de todos nós, e acalmou os dois monstros.

Alguns anos se passaram, e nosso povo continuava cultuando Lord Rayquaza como o salvador de nossa raça, até que os sacerdotes previram a destruição vinda dos mesmos céus de onde nosso grande rei viera. Seria um castigo divino? Ou um destino reservado para nós? Não, nenhum. Acreditávamos fortemente que era apenas um acidente, que nada daquilo seria oriundo de uma força superior, senão a da própria natureza.

Canalizamos a energia de nosso povo em um único membro de nossa tribo. Este se dirigiu até os mares distantes do sul e de lá utilizou todo o poder que lhe foi concedido para implorar ao grande salvador por mais uma intervenção divina. E ele veio. Mais uma vez estávamos salvos.

Este homem que concentrou o poder de nosso povo ficou responsável por passar as histórias de Lord Rayquaza para as gerações mais jovens, e por isso ficou conhecido como o Guardião da Sabedoria. Este título é o mais importante de nossa cultura milenar, e é passado de geração em geração para os jovens que são escolhidos para receberem a dádiva do poder do grande dragão celestial.”

— E agora é chegada a sua vez, minha querida neta — dizia uma velha senhora para uma garota de aparentemente vinte anos de idade, que estava sentada à sua frente com uma feição de desdém.

— Está dizendo que um suposto deus onipotente que nos salvou de um apocalipse de meteoros decidiu sem motivos aparentes que eu vou deter a responsabilidade de coletar o “poder” — a garota fez sinal de aspas — da nossa tribo e salvar o planeta junto com ele caso aconteça algum problema? Conta outra.

A velha imediatamente levantou-se em fúria, puxou um leque de dentro de suas vestes e o usou para golpear com força a cabeça de sua neta, que apenas soltou um baixo gemido de dor.

— Mostre respeito pela história de seu povo, garota! E basta de blasfêmias! Acha que eu tive a brilhante ideia de colocar VOCÊ para um cargo tão importante? Foi agraciada com um dom divino, mostre um pouco de maturidade! Já está na hora de você crescer, Zinnia!

A garota revirou seus grandes olhos pretos, parecendo não se importar muito com o sermão de sua avó. Zinnia era uma menina de boa criação, mas não gostava de carregar o peso de uma responsabilidade tão grande. Por isso acabava agindo de forma infantil, numa última tentativa desesperada de não precisar levar uma vida cheia de regras. Em vão.

— Tsc, balela! Estão querendo me aprisionar sob o pretexto de que eu agora sou responsável por decorar uma mísera lenda e sair contando pra todo mundo que eu encontrar pela frente. Suave, eu saio espalhando a historinha de vocês. Só não me faça passar o resto dos meus dias parada igual uma estátua, esperando acontecer alguma porcaria qualquer que a gente nem sabe o que vai ser!

Zinnia então virou as costas para a sua avó, que a encarava com uma expressão de desgosto. A garota não disse mais nada. Apenas bufou e saiu pela porta da casa de sua parente. Ela caminhou pela rota próxima a seu vilarejo, onde deitou-se numa rocha plana e ficou a observar as nuvens.

Ela fazia parte da tribo dos draconids, um povo nativo da região de Hoenn, que guardava grandes histórias, mas também grandes segredos, o que só fazia as pessoas se sentirem mais atraídas por sua cultura peculiar. No entanto, Zinnia não parecia se empolgar com sua raça, e a pressão de ser a escolhida para carregar o título de Guardiã da Sabedoria só a deixava ainda mais tensa.

Uma pequena criatura apareceu próxima à menina. Era rosada, com as pontas das orelhas e pés amarelas. Tinha uma expressão indecifrável, mas Zinnia parecia entendê-la muito bem. Era sua companheira Whismur, que a menina nomeou como Aster. Zinnia a recolheu para perto de si, onde ficaram por horas apenas apreciando o céu de sua terra.


— Draconids, Rayquaza, profecia... Eu vou é embora daqui — dizia para si própria. — Eu tenho o direito de viver a minha vida da forma que eu quiser, e ninguém vai me impedir por causa de uma religião idiota!

FIM DO CAPÍTULO 3


  

Atualização dos bastidores


Beleza, meus caros?

Vamos aqui falar um pouco sobre como andam as coisas por aqui, o progresso da fic, o novo post do Hoenn Café que está a caminho, e um pouco aí da vida. As postagens cessaram um pouco? Sim, mas isso não quer dizer que eu estive ausente.

Realidade paralela onde vocês leitores são a Jessie e eu o
Pidgeotto: "Vai trabalhar, vagabundo!"
Minha vida vai muito bem, obrigado. Me dei bem em umas provas na faculdade que estavam exigindo um pouco da minha atenção — aquela sensação de você olhar as notas e se deparar com um belo 9 em uma matéria que você achava que ia levar bomba, acho que todo ser humano na face da Terra deveria ter o direito de experimentar essa sensação incrível pelo menos uma vez na vida. O trabalho vai caminhando como sempre, mas essa semana estou na expectativa porque vai ter salário — essa parte nem dá pra comemorar muito, pois na primeira semana metade dele já vai embora pagando contas, especialmente o cartão de crédito que segue com uma faca apontada no meu pescoço por conta de uma peça nova que precisei comprar para o computador.

Em casa, tudo normal. Bem, é isso. Estresse sempre vai ter, e nesses últimos dias tenho me irritado bastante com algumas coisas, mas de modo geral está bom. Sou tão positivo que a própria raiva que senti em um desses momentos estressantes eu consegui usar para escrever uma cena do capítulo 4, que acredito que vocês vão achar legal.

E falando na história, vamos a ela!

O capítulo 4 foi complicado de escrever. Desde os meus primeiros posts mais impessoais, como este, que venho fazendo desde que reabri o blog, eu tenho dito que eu enfrentaria dificuldades com ele por conta de um tipo de história que eu ia estrear nele, e que eu não estava acostumado a escrever. Espero ter feito algo legal, mas estou confiante.

Por incrível que pareça, essa cena eu até concluí com rapidez. O que veio depois foi um bloqueio criativo, no qual eu tive que sentar e analisar possibilidades para o que mais poderia aparecer no capítulo. Então tive aí essa pequena demora em terminá-lo. Eu pretendia postar o capítulo 2 só depois de ter o 4 concluído, mas como eu vi que ia demorar um pouco, eu acabei lançando logo para não deixá-los em uma espera muito longa. O capítulo 5, no entanto, já acredito que será mais fácil, pois ele vai reaproveitar algumas coisas de um capítulo da AEH antiga — sim, o que o Canas mencionou em AES recentemente é verdade, sobre eu ter a AEH antiga salva aqui nos meus arquivos. Uma vantagem disso é que eu vou ganhar mais tempo para planejar a continuidade do plot principal.

Para terminar, um aviso sobre o próximo post do Hoenn Café: vamos listar nossos tipos preferidos de Pokémon, e citar os 3 preferidos que temos em cada um desses tipos! Então vão pensando bem nas escolhas. Quero ver novamente boas listas como as que apareceram na primeira discussão!

Acho que é isso.

AH, QUASE ME ESQUECI!

Sexta-feira, dia 3 de Maio, lanço o novo capítulo! Horário de sempre (meio-dia no horário de Brasília). Fiquem ligados!

Nos vemos! õ/

- Copyright © 2013 - 2018 Aventuras em Hoenn - ShadZ - Powered by Blogger - Designed CanasOminous -