Postado por : ShadZ Nov 30, 2018

Tratamento de choque


Após uma madrugada turbulenta o barco de Briney começou a se mover em direção a uma das ilhas da Rota 105, onde Miriam enfrentaria seu primeiro desafio pela Batalha da Fronteira.

O silêncio predominava. Ninguém conseguiu mais dormir após o ocorrido com a Team Aqua, e nas horas seguintes o assunto sequer foi abordado. Não apenas isso, como não havia conversa. Todos se mantinham quietos, olhando para o nada. Apenas Briney mantinha o foco de sua visão, uma vez que ele era quem pilotava o barco. E foi o velho que acabou quebrando o gelo.

— Crianças, eu vou diminuir a velocidade porque estamos nos aproximando de uma barreira de corais. Acho que em vinte minutos estaremos atracando na ilha.

Nenhuma resposta. Briney olhou para trás com uma cara fechada, porque no fundo sentia culpa por ter deixado que eles passassem pela situação de horror da noite anterior. Não só isso, como martelava em sua mente toda hora a lembrança de que um documento considerado segredo de Estado e estava em sua posse agora tinha sido roubado por um culto obscuro cujas intenções eram desconhecidas. Ou nem tanto. Em seu subconsciente ele tinha suposições.

Finalmente desembarcaram. A ilha era vasta e possuía uma grande montanha rochosa, cercada por vegetação densa. Miriam tirou de sua bolsa o guia que era entregue aos desafiantes da Batalha da Fronteira para poder verificar onde seria o local. Após analisar as páginas do encadernado por alguns minutos a menina o fechou e tomou a dianteira do grupo.

— Por aqui — disse com um tom de voz vazio, diferente do seu habitual, causando preocupação em Ruby e Sapphire.

Enquanto a treinadora de Kanto ia em frente, seus amigos estavam mais afastados, conversando entre si sobre a mudança de comportamento dela.

— Ela está diferente, não acha? — indagou Ruby.

— Não é pra menos — Sapphire mantinha o olhar fixo em Miriam. — Dentre nós, ela foi quem ficou mais abalada com tudo que aconteceu ontem.

— Ela vai ter uma batalha importante agora, tomara que isso tudo não acabe mexendo com ela durante o desafio.

— Eu também espero...

Chegaram ao local de entrada após dar a volta na encosta do rochedo. Uma porta colossal de aço estava à frente do grupo, com uma pessoa do lado de fora que parecia vigiar a chegada de desafiantes. Quando o vigia notou a chegada dos visitantes, o mesmo pegou o que parecia um comunicador de rádio e falou algo que não era possível ouvir dada a distância. Como ninguém frequentava aquele local, todos ali já assumiam que qualquer presença incomum era um competidor da Batalha da Fronteira.

As portas se abriram, revelando o interior da instalação. O interior era uma arena bastante extensa, cujos arredores possuíam temática industrial. Era possível ver algumas esteiras e máquinas por todos os lados, bem como passarelas que cruzavam o campo de batalha pelo alto.

De uma das portas de acesso apareceu um homem de estatura alta. Seu rosto era marcado por olheiras leves, mas sua expressão era confiante.

— Sejam bem vindos — sua voz ecoava pela arena. — Vocês estão na Fábrica da Batalha. Meu nome é Noland, e sou o Cérebro da Fronteira encarregado desta instalação. Quem de vocês veio aqui para me desafiar?

Miriam se colocou à frente de seus amigos. Por um momento sentiu sua garganta travar, mas respirou fundo e conseguiu retomar a calma.

— Eu — sua voz saiu firme, apesar de não ter sido com muita naturalidade.

— Ótimo — disse Noland. — Uma batalha de dois contra dois, em dupla, é o que eu proponho. Quem tiver os dois membros de seu time incapacitados é derrotado. Está de acordo?

— Sem objeções.

Noland deu um sorriso de canto e lançou seus dois Pokémons escolhidos na arena, um Rhydon e um Pinsir. Sapphire se surpreendeu ao ver duas criaturas incomuns em Hoenn. Miriam, por sua vez, já era familiarizada com aquelas espécies.

— Você não parece surpresa como alguém que vê dois Pokémons desconhecidos — o Cérebro da Fronteira observou. — Você é de Kanto.

— Acertou — Miriam respondeu com um sorriso discreto, ao mesmo tempo em que trazia seus parceiros para o campo.

Nidoqueen e Venomoth foram os escolhidos da menina. Eram quatro Pokémons de nível avançado na arena, o que fazia com que Ruby e Sapphire voltassem sua atenção ao máximo para a batalha.

— Parece que finalmente teremos serviço — disse o Venomoth. — Maggie, ainda bem que praticamos em dupla.

— Tem alguma coisa errada, Shin — a Nidoqueen respondeu enquanto olhava de relance para trás. — Sinto certo desconforto vindo da mestra.

— Seja lá o que for, cabe a nós passar para ela tranquilidade daqui do campo de batalha. Até que ela recomponha o foco nós vamos ter que nos segurar.

Sapphire e Ruby acompanhavam tudo de perto, encostados na cerca de ferro que separava a área de visitantes do campo de batalha. Estavam apreensivos devido à situação de Miriam, mas naquele momento a única coisa que podiam fazer era confiar nela.

Noland, por sua vez, se mantinha calmo. Já havia visto desafiantes de todos os tipos, nas mais variadas condições, e por isso já esperava por uma batalha fácil ao sentir que a garota estava com a cabeça em outro lugar.

— Qual o seu nome? — perguntou o Cérebro da Fronteira.

A menina nada disse, apenas estava parada no mesmo local com um olhar distante em direção ao chão. No instante seguinte, sacou duas Pokéballs do bolso e retornou Shin e Maggie, já se virando para deixar o local.

— Desculpa, no momento eu não posso te desafiar.

A atitude surpreendeu todos os presentes no local. Inclusive Ruby e Sapphire, mesmo eles sabendo que a amiga não estava estável. Noland ficou sem reação por alguns segundos, até que uma expressão de descontentamento tomou conta de seu rosto.

— Está me dizendo que vai desistir da batalha?

— Não estou em condições agora. Preciso resolver algumas coisas — a desafiante segurava um dos braços enquanto encarava o chão, sua voz mal saía.

Noland massageou as sobrancelhas por um breve período. O Cérebro da Fronteira tentou esconder a sua frustração, mas era claro para todos que ele não estava contente com aquela situação.

— Eu não sei o que aconteceu para deixar você desse jeito, mas nós temos compromissos e responsabilidades aqui. Eu não vivo só em função de estar à disposição de desafiantes. Primeiro cuide da sua própria cabeça para depois vir me desafiar. Não me faça perder meu tempo.

Aquelas palavras acertaram Miriam como um tapa. A garota mal conseguia olhar para Noland, muito menos para seus amigos. Um dos juízes de batalha tentou intervir na situação.

— De acordo com as regras da Batalha da Fronteira, uma vez que o desafiante adentra a arena o desafio começa. Desistência implicará na sua desclassificação da competição — ele dizia até que foi interrompido por Noland, que esticou o braço em sua frente.

— Isso quem decide sou eu — o homem então se virou para Miriam. — Resolva seus problemas e me desafie novamente. Mas eu vou te dar apenas esta chance. Que esse erro não se repita.

A menina não esboçou nenhuma reação, apenas saiu pela mesma porta que havia entrado, ainda com um olhar distante. Ruby e Sapphire logo saíram atrás dela, porém a perderam de vista assim que a amiga começou a correr em direção à floresta.

Miriam corria por dentro da mata fechada, afastando arbustos e galhos de árvores baixas com seus braços, ao mesmo tempo em que procurava algum local que fosse aberto e isolado do restante da ilha. Queria ficar sozinha, e então encontrou uma pequena área aberta com vista para o oceano.

Sentou-se na areia mesmo, encostada em um coqueiro, e ficou a encarar o mar enquanto abraçava as pernas e se encolhia como se quisesse sumir daquele mundo.

• • •

O sinal da escola primária de Vermilion tocou anunciando a hora do almoço. Enfim as aulas terminaram naquele dia, e restaria aos alunos apenas as atividades extracurriculares no período da tarde. Um grupo de meninas caminhava em direção ao pátio da frente, onde havia um jardim bem cuidado. Era lá que gostavam de ficar enquanto comiam, devido ao ambiente agradável proporcionado pelas plantas ao redor.

Aos poucos elas se acomodaram. Logo que começaram a comer, os assuntos começaram a ser debatidos. Aquele grupo tinha em comum a vontade de se tornarem treinadoras, o que não era comum em meninas daquela idade. Isso fazia com que elas fossem mais próximas.

— O ano está acabando. A partir do ano que vem eu vou poder entrar na Academia Pokémon, finalmente — disse uma das meninas.

— E como você vai fazer, Kimberly? Vai ter que se mudar pra Saffron? — perguntou outra, que estava logo ao lado.

— Não tem jeito, né? A Academia fica em Saffron, e não tem como eu sair da escola todo dia e viajar daqui até lá e chegar a tempo. Mas vai valer a pena, porque no fim eu vou poder seguir meu caminho como treinadora. E em Saffron eu poderei ver a Sabrina de perto, e quem sabe um dia ser igual a ela.

— Eu gostaria de ser como a Erika.

— Você parece levar jeito com plantas mesmo. Se eu não me engano, foi você quem sugeriu que começássemos a almoçar aqui. Não foi, Claire? — Kimberly sorria, enquanto a amiga acenava com a cabeça. — E você, Lucy?

Uma outra garota que estava lendo um livro ajeitou os óculos ao notar que tinha sido chamada na conversa.

— Agora que você falou eu nunca pensei nisso antes — ela então lançou um olhar de ponderação para o alto. — Mas eu gosto da Lorelei...

— A Lorelei também é incrível! — disse Claire. — E você, Miri? Quando se tornar uma treinadora, você quer ser igual a quem?

Miriam então abriu um largo sorriso, como quem esperava por aquela pergunta. Abriu sua mochila, e de dentro dela tirou um pequeno Raichu de pelúcia, que tinha em seu peito esquerdo um broche preso que imitava a Insígnia do Trovão, do ginásio de Vermilion. A menina ajeitou os seus óculos, estendeu os braços mostrando o brinquedo para as amigas e respondeu:

— Eu quero ser igual ao Tenente Surge!

As meninas se entreolharam, sem ter o que dizer sobre a escolha da amiga. Kimberly tomou a frente, tentando argumentar.

— Miri, você não acha o estilo do Surge meio... — a garota tentava encontrar a palavra certa para não causar um desconforto desnecessário. — Grosseiro?

— O estilo de batalha dele é de imposição e força — Miriam explicava. — Eu admiro a forma como o Tenente está sempre confiante, e como ele mantém a calma mesmo quando está sendo pressionado na batalha. Por isso ele raramente perde!

• • •

Com as lembranças de sua infância a garota riu discretamente. Lembrava de ter tido uma discussão com as outras meninas após isso, já que elas não aceitavam que Miriam se espelhasse em outro treinador que não fosse uma mulher bela e inteligente. Ela sempre gostou de ação, não era de ficar enrolando. Lembrou-se também de ter saído esbravejando, dizendo que quando todas estivessem disputando a Liga Índigo ela passaria por cima de cada uma como se fosse um trem desgovernado.

Miriam colocou a mão na testa e balançou a cabeça em negação.

— Até parece que eu tenho condições de me inspirar no Surge. Se o Tenente me visse assim ele me mandaria dar cinquenta voltas na cidade toda. Ele teria fritado aquela dupla da Team Aqua com um simples Thundershock, enquanto eu só consegui ficar paralisada de medo.

Depois de algum tempo vagando em pensamentos confusos a garota percebeu o som dos arbustos se mexendo atrás dela. Quando se virou para saber o que era, viu Sapphire e Ruby se aproximando. A garota vinha com uma expressão séria, enquanto o menino tinha dificuldades para passar por entre as plantas.

— Se alguma dessas plantas for venenosa, eu vou voltar dos mortos pra te assombrar, Sapphire! — o garoto esbravejava.

— Para de resmungar uma só vez! — Sapphire respirou fundo, antes de se voltar pra Miriam. — E quanto a você, vamos conversar um pouco.

Miriam nada disse, apenas ficou observando Sapphire se colocar ao seu lado.

— O que aconteceu para você ter desistido da batalha assim, tão de repente?

— Eu andei pensando depois de ontem e acredito que não sirvo pra ser uma treinadora. Por isso eu estou desistindo.

A decisão inesperada da garota colocou os dois amigos em choque. Miriam estava diferente, era como se fosse outra pessoa. Ruby não sabia o que fazer, enquanto Sapphire ficou apenas encarando incrédula a situação.

— Miriam, tem certeza disso? Eu não acho que você está sendo razoável — disse Ruby, tentando amenizar a situação.

— Eu não vou conseguir lidar com isso, eu não devia ter vindo pra cá. Eu acho que vou voltar pra Kanto e... — a fala da menina foi interrompida bruscamente pelo susto que levou ao se ver puxada por Sapphire, que agora a segurava pela gola da camisa.

— Isso é algum tipo de brincadeira, Miriam? — a voz de Sapphire estava áspera e seus olhos pareciam arder em chamas, de uma forma que seus dois parceiros de viagem nunca haviam presenciado. — Você acha que pode desistir assim e ir embora como se nada tivesse acontecido?

Miriam não disse nada, apenas encarava Sapphire com uma expressão de desconforto. Ruby estava atônito, jamais se imaginou naquela situação, até pela boa relação que as duas garotas possuíam entre si, então não sabia lidar com aquele clima tenso.

— Escuta aqui, várias vezes quando você esteve ausente eu e o Ruby conversamos sobre a nossa jornada, e várias vezes nos vimos falando o quanto você acrescentou ao nosso grupo, o quanto você me ajudou com o treinamento para o ginásio de Rustboro e o quanto ajudou o Ruby com o treinamento para o primeiro contest dele. Como acha que a gente se sente vendo você nesse estado?

— Eu não quero que aquilo aconteça de novo, não quero ver minha vida em risco por causa de algo com o qual eu não tenho nada a ver...

— Então treine pra ficar mais forte e evitar que isso aconteça de novo! É isso que eu decidi fazer! Acha que eu não fiquei com medo do que aconteceu ontem também? Eu e o Ruby acabamos de sair de casa, largando uma vida segura e confortável para trás. Como você acha que a gente se sentiu depois do que passamos ontem?

Miriam olhou para Ruby brevemente. O garoto estava sem graça, então desviou o olhar para o lado. Sapphire puxou a gola da companheira com mais força e continuou a falar.

— A gente te conhece há pouco tempo, é verdade, mas você é uma referência para nós! Ver você dizer que vai desistir desse jeito é a mesma coisa que ver você pisar nos nossos sonhos, porque você nos ajudou a torná-los possíveis! E não importa o quanto eu respeite ou admire a pessoa, eu não vou deixar ninguém passar por cima dos meus sonhos.

Miriam virou seu olhar para baixo, com uma expressão pesada e continuou quieta. Sapphire já sentia seu sangue ferver à medida que o silêncio da amiga a incomodava.

— Vai continuar sem dizer nada?

Assim que fez a pergunta, Sapphire sentiu o pulso que segurava a gola de Miriam ser agarrado por uma das mãos da amiga, com uma força que chegava a machucar. A menina, antes quieta, começou a gargalhar descontroladamente, quase como uma risada diabólica.

— O que é isso? — indagou Sapphire, sem entender nada, até que Miriam levantou o olhar para ela com um sorriso quase em tom de deboche.

— Quem você pensa que é pra me segurar pela gola, novata?

Sapphire pareceu surpresa ao ver a repentina alteração de humor de Miriam, mas logo devolveu o mesmo sorriso.

— E quem você pensa que é pra passar por cima dos meus sonhos, gringa?

Ruby, que apenas observava o desenrolar da cena, preferiu não se intrometer.

— Eu devo ter algum encosto. Só atraio gente doida — disse o garoto, dando um tapa na própria testa.

• • •

As portas da Fábrica da Batalha se abriram, revelando mais uma vez Miriam, Sapphire e Ruby. A desafiante desta vez tinha um olhar focado e encarava Noland diretamente nos olhos.

— Sendo bem sincero, achei que você não voltaria — comentou o Cérebro da Fronteira.

— Achou errado, otário! — Miriam agora sorria confiante, já sacando as Pokéballs para a batalha. — Vamos ao que interessa, que sou eu chutando a sua bunda e conquistando esse símbolo da fronteira!

Em um breve instante os Pokémons de cada um já estavam na arena para dar início à batalha. Sapphire e Ruby ainda estavam apreensivos. Cérebros da Fronteira eram mais poderosos que os líderes de ginásio, alguns inclusive chegavam a ser comparados com membros da Elite dos Quatro das regiões. Mas Miriam era experiente e já parecia estar com a cabeça no lugar.

— Vamos começar isso logo — Miriam estendeu o braço para dar a ordem a sua equipe. — Venomoth, separe aqueles dois com o Poison Powder! Nidoqueen, avance e use o Body Slam no Pinsir!

Shin soltou os esporos venenosos com pressão para que o alcance da técnica fosse aumentado e mirou bem no meio dos dois adversários, que foram obrigados a se afastar indo cada um para um lado diferente.

— Ela já começou com uma estratégia para separar o time adversário! — disse Ruby.

— A Miriam tem um estilo de batalha bem agressivo — Sapphire comentou enquanto observava atentamente a batalha. — Não deu pra reparar durante o nosso treino em Rustboro, mas agora que ela está levando as coisas a sério isso fica bem claro.

Maggie, por sua vez, disparou em direção a Pinsir. Apesar do seu tamanho, a Nidoqueen conseguiu pegar bastante velocidade devido ao impulso que tinha dado logo após o golpe de Shin, e por isso conseguiu chegar com rapidez até o adversário, que estava distraído tentando se esquivar do pó venenoso da mariposa.

Pinsir, porém, conseguiu se esquivar de última hora. O besouro tentou reagir rápido tentando acertar um Brick Break, porém Maggie se defendeu bem o suficiente para não sofrer muitos danos. Noland observava paciente os primeiros movimentos de Miriam. Ele gostava de estudar o adversário para depois planejar maneiras de controlar seu ímpeto.

Maggie e o Pinsir travavam uma batalha de força, cada um segurava os braços do outro tentando empurrar seu oponente para trás, mas a força de ambos era equiparável.

— Venomoth, dê apoio à Nidoqueen e use o Aerial Ace no Pinsir!

— Não confunda o Poison Powder com uma parede sólida — disse Noland. — Rhydon, intercepte aqueles dois com Rock Slide!

Várias pedras foram arremessadas na direção da dupla de Pokémons venenosos. Até mesmo o Pinsir teve que se esquivar para não ser pego pelo golpe do seu aliado. As pedras ultrapassavam os esporos venenosos, ajudando a dissipá-los.

— Não fiquem se gabando só porque colocaram essa poeira colorida na nossa frente — disse o Rhydon. — Ninguém aqui nasceu ontem!

O Pokémon de pedra, no entanto, foi tomado por uma aura púrpura e começou a levitar na arena. Em seguida, seu corpo foi arremessado para longe. Quando conseguiu se levantar, após bastante esforço, notou que Shin tinha seus olhos emanando uma energia de cor semelhante àquela que o envolveu.

— E você não fique se achando só porque conseguiu anular uma técnica que tinha apenas o intuito de atrasá-los — disse o Venomoth em resposta. — Nós viemos aqui com um propósito, e não sairemos sem antes cumprí-lo.

Maggie sorriu ao ouvir as palavras de sua dupla. Sabia que podia contar com ele para segurar o Rhydon enquanto ela tentava incapacitar o Pinsir. Mas o besouro tinha mais velocidade que ela, e por isso precisaria ficar atenta a qualquer tentativa de inverter a situação. Precisava manter a calma e usar a cabeça para tentar prever a movimentação de seu oponente.

— Você não é conversador igual ao seu parceiro — disse a Nidoqueen, recebendo de volta apenas o silêncio de Pinsir. — Que seja, eu não preciso que você diga nada, apenas saia da nossa frente para que a gente possa ganhar essa batalha de uma vez!

Maggie correu em direção ao oponente inseto e se atirou em cima dele com seu corpo. O besouro se esquivou em um movimento forçado, dando um salto para trás. Sua velocidade era bem maior, por isso tinha mais facilidade para desviar. Mas a Nidoqueen sorriu triunfante, deixando-o confuso.

Distraído, o Pinsir não notou Shin aparecer em suas costas. A proximidade entre os dois era suficiente para um golpe direto de quem fosse mais rápido.

— Vai dar um descanso! — o Venomoth então lançou uma nuvem de poeira que deixou o adversário atordoado.

Shin então se afastou e Pinsir caiu adormecido no chão. Rhydon enfim conseguiu se aproximar do centro da batalha de novo e se colocou na frente do aliado para tentar protegê-lo enquanto estivesse naquele estado, quando foi a vez de Maggie tomar a iniciativa de ataque.

— Acabe com isso agora! Earth Power! — gritou Miriam.

A Nidoqueen saltou e desferiu um golpe direto para a direção de baixo. Não acertou os oponentes diretamente, mas a sua intenção era justamente criar um abalo no chão. Toda a estrutura da arena tremeu, e uma fenda se abriu. Rochas emergiram brutalmente de dentro do buraco, acertando Pinsir que estava indefeso e o levando a nocaute. Rhydon conseguiu se esquivar de última hora, mas o tremor foi suficiente para abalar a sua estrutura corporal.

— Pinsir fora de combate! — anunciou o juiz de batalha. — O Cérebro da Fronteira Noland possui apenas Rhydon em condições de batalha!

Ruby e Sapphire vibravam muito com a vantagem que Miriam havia conseguido. A desafiante sorria em tom de triunfo, percebendo que a batalha estava se encaminhando para um final favorável. Shin e Maggie também pareciam aliviados de terem se livrado de um adversário, mas ainda se mantinham atentos para qualquer tentativa de anular a vantagem por parte de Rhydon.

— Falta só um — sussurrou a Nidoqueen. — Aguente mais um pouco, Shin. Vamos vencer essa!

— Você é quem está ofegante e eu que tenho que aguentar mais um pouco? Heh, que irônico.

Noland retornou Pinsir para sua Pokéball. Estava em desvantagem agora que um de seus Pokémons havia sido derrotado. Mesmo assim o Cérebro da Fronteira mantinha a calma. Estava acostumado a lidar com situações de desvantagem, e não entregaria aquela batalha tão fácil.

— Tenho que reconhecer que você é habilidosa, mas a batalha ainda não terminou. Rhydon, Earthquake!

A criatura de pedra pisou com força no chão, fazendo com que um forte tremor se iniciasse. Shin alçou voo para não ser pego, enquanto Maggie não tinha pra onde fugir, ou sequer algum movimento defensivo que a fizesse diminuir os danos. A roedora caiu de joelhos, bastante desgastada, mas ainda em condições de continuar.

Rhydon se aproveitou da brecha para forçar o combate próximo contra Shin e tentar tirá-lo de vez da disputa.

Horn Drill! — Noland ordenou.

— Venomoth, intercepte o ataque! — Miriam tentou logo dar um comando em resposta.

Shin via o Rhydon adversário se aproximando com um ataque que decretaria sua derrota instantânea caso acertasse. O inseto, porém, manteve a tranquilidade. Tudo a sua volta pareceu desacelerar, enquanto ele pensava em uma saída.

— Se eu contra-atacar com Sleep Powder eu consigo pará-lo de uma vez, mas a probabilidade de acertar esse ataque é menor. Já funcionou uma vez contra aquele Pinsir, não acho que esse aí cairia no mesmo truque. O Poison Powder tem mais chance de surtir efeito, mas o risco dele seguir com o ataque até o fim é alto. Eu teria que deixar o resto por conta da Maggie.

Sua mente trabalhava em um ritmo incomparável. Shin era capaz de realizar uma leitura tática com uma velocidade tão grande que conseguia fazer isso durante uma batalha, ampliando muito a sua capacidade de improvisar soluções.

— E se eu repelir esse sujeito e ainda puder causar dano? — a mariposa sorriu. — Decidido. Será o Psychic de novo.

Momentos antes de Rhydon colidir com Shin, os olhos do Venomoth começaram a brilhar novamente, fazendo com que o primeiro fosse impedido de seguir com sua trajetória. Em seguida, o Pokémon de pedra foi arremessado violentamente contra o chão, criando uma cratera rasa, mas ainda assim a queda causou bastante dano.

— Maggie, agora! — Shin alertou sua parceira sobre a oportunidade criada.

Rhydon ainda tentava se levantar quando notou a aproximação da Nidoqueen. Ela saltou em direção a ele segurando uma das rochas que ela mesma havia criado quando usou o Earth Power. Aquela, no entanto, era uma outra técnica chamada Superpower, considerada super efetiva contra Pokémons do tipo pedra.

O golpe acertou em cheio, levando Rhydon a um nocaute imediato. Maggie estava ajoelhada, ainda abraçada à rocha, enquanto Shin permanecia atrás dela, observando o desfecho da luta.

O juiz de batalha aguardou alguns segundos, mas logo confirmou o fim daquele confronto ao erguer a bandeira que representava o lado de Miriam.

— Rhydon fora de combate! O Cérebro da Fronteira Noland não possui mais Pokémons disponíveis para batalha. Vitória da equipe desafiante!

A menina correu para dentro do campo de batalha em direção aos seus companheiros de equipe. Ela os abraçou enquanto dava uma risada de felicidade, mas ao mesmo tempo de alívio.

— Vocês são incríveis! Eu não sei o que faria sem vocês dois.

Noland se aproximou de Miriam com um sorriso estampado no rosto. A garota se virou para o Cérebro da Fronteira, ainda descontente com o que havia ouvido mais cedo. O homem retirou do bolso de seu jaleco uma pequena insígnia de cor dourada, com três losangos cunhados em baixo relevo.


— Antes de te entregar isso, você ainda não me respondeu a pergunta que eu te fiz antes de adiar a batalha.

— Hã? — a menina pareceu confusa. — Que pergunta?

— Seu nome.

— Ah, claro! Me chamo Miriam.

— Certo, Miriam. As coisas que disse mais cedo, não foram por razões pessoais. A Batalha da Fronteira não é um desafio fácil, existem outros Cérebros ainda mais rigorosos que eu. Por isso eu me sinto no dever de testar o lado emocional do competidor quando descubro que sou o primeiro a enfrentá-lo. Eu realmente achei que você não voltaria, mas você veio e me surpreendeu com uma ótima batalha. E é por isso que eu entrego a você agora o Símbolo do Conhecimento, a prova de que você superou o desafio da Fábrica da Batalha.

A menina recebeu o símbolo da fronteira das mãos de Noland. Era o primeiro passo que ela dava para concretizar o seu objetivo de ser uma treinadora certificada por uma das mais importantes e desafiadoras organizações de treinadores.

— A sabedoria também se faz necessária quando precisamos resolver conflitos internos — Noland prosseguiu. — Espero que carregue isso para o seu futuro. Você é brilhante em batalha, e se continuar nesse caminho a tendência é amadurecer e ficar ainda melhor. Espero receber notícias suas em breve dos outros Cérebros da Fronteira. Foi um prazer enfrentá-la.

— Eu que agradeço, e pode ter certeza que você ainda vai ouvir meu nome de novo. Ainda faltam seis símbolos.

• • •

Já estava na metade da tarde quando o trio se reuniu com Briney na praia. O sol já não era tão forte, e o vento vindo do mar já era um pouco mais fresco. O velho havia ficado para cuidar do barco enquanto Miriam cuidava de seus afazeres, o deixando preparado para quando os jovens retornassem.

— Conseguiram o que queriam aqui? — perguntou o navegador.

— Aye, capitão! — Miriam agora exibia sorridente o seu símbolo da fronteira.

Briney não perguntou nada. Apenas se sentiu aliviado ao ver que o bom humor dos treinadores havia retornado. Talvez não viesse a saber o que aconteceu dentro daquela ilha, mas pelo menos sabia que o trajeto até Dewford teria um clima mais leve, mesmo que ainda tivesse que resolver questões sobre a noite anterior quando chegasse lá.

O capitão recolheu a âncora, e assim a embarcação partiu em direção à ilha onde Sapphire enfrentaria seu segundo ginásio. A cidade não estava longe, já haviam percorrido mais da metade do caminho.

— Talvez a gente chegue a tempo de arrumar um lugar pra dormir por lá — disse Briney, deixando os jovens eufóricos.

— Quando chegarmos ao Centro Pokémon reservamos os quartos — falou Ruby. — Mas já vou avisando que eu vou ser o primeiro a tomar banho.

E assim o barco seguiu a todo vapor, cruzando o vasto oceano em direção à próxima parada. Apenas algumas horas os separavam do porto de um dos principais pontos turísticos de Hoenn. Dewford estava logo à frente, com alguns encontros interessantes marcados pelo destino.

FIM DO CAPÍTULO 13

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  1. Eu ainda estou digerindo o que acabei de ler. Esse capítulo começou de uma forma tão pra baixo, de repente descendo rapidamente uma ladeira em direção ao fundo do poço onde a Camila se viu sem saída. A cada capitulo, eu tenho a sensação de que ela tem uma coisa que sempre chama a minha atenção, mesmo que ela não faça nada. Só hoje eu pude ter a certeza de que, como eu mesmo comentei no CHAT DA ALIANÇA NO DISCORD (alô leitores de AeH, pode chegar), ela é minha personagem favorita (desculpa Ruby, desculpa Sapphire).

    Eu ainda estou impactado como eu consegui ser tapeado. Primeiro, porque eu imaginei que teria todo um arco em que esses sentimentos ruins teriam de ser trabalhados e que ela voltaria daqui a dois capítulos botando pra foder (como sempre). Mas esqueci de que aqui não é Johto, não estamos lidando com histórias clichês e estamos falando da Camila. Ainda me sinto feito de trouxa por ter imergido tanto na história até esquecer de que por mais que ela fique pra baixo, ela dá a volta por cima em 13 ssegundos.

    E ESSA BATALHA? Meu, esse capitulo está incrível! Eu não tenho nem palavras pra descrever o quão maravilhoso ficou ele!

    Parabéns! Ansioso DESDE JÁ pro 14!!!

    See ya!

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    1. O capítulo passado começou com um clima agradável e terminou de forma bem tensa. Eu quero fazer isso mais vezes no futuro, mas isso não significa que leitores de Hoenn jamais vão ver o contrário. Eu não diria que a Camila se recuperou do trauma, foi uma experiência bem desagradável, mas ela percebeu que resolver isso fica pra depois, que ela tem que seguir em frente. E a Camila é assim, ela consegue entender isso com mais rapidez que os outros.

      Sobre esse seu comentário de ter esquecido que aqui não é Johto, não é bem assim kkkkk Eu posso dizer que você teve sua parcela de culpa nesse capítulo porque eu consegui aprender muita coisa que serviu de base aqui com o arco de Olivine. Em especial com o Ethan, e isso acabou se refletindo na Camila. Ninguém é feliz ou triste em 100% do tempo, então temos que trabalhar o máximo de emoções possíveis em cada personagem para torná-los mais vivos. Sim, a Camila nesse ponto aprendeu com o Ethan, e olha que eles nem se encontraram ainda (e melhor eu não dizer mais nada, senão você me mata kkkkk).

      Gostou da batalha? Mas o Noland nem teve chance! O foco no capítulo foi tanto no interior da Camila que eu acabei nem conseguindo dar muita atenção à batalha. Fiquei até com medo dela ter ficado meio sem sal, mas o comentário da Shii lá no grupo sobre isso também me deixou mais tranquilo e confiante de que o resultado final foi positivo.

      Valeu pelos elogios. E apesar do imprevisto aqui no meu quarto, eu garanto que vou trabalhar para que o 14 saia ainda esse ano! Ele já está na metade, então bora fazer aquela força nas noites produtivas que eu vou conseguir!

      Até a próxima! õ/

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  2. Bem, Shadow, querido Sombrinha do povo, amei o capítulo. Acho que tirando o que eu comentei no Discord, nada a reclamar.

    A parte que mais gostei foi de ver o desenvolvimento da Camila como personagem, seja no sentido de maior adição de background, mostrando até seu ídolo na infância (tara, pera, não sei cortar, só imagine o corte), ou seja no sentido do correr da história, que manda esse amadurecimento necessário pra ela.

    Sobre a batalha, tirando o pequeno detalhe lá, foi Toda incrível, sua descrição do Superpower mostra até um modo diferente de ver o golpe, um que eu não usa a muito, por sinal.

    Então, enfim Dewford. Espero grandes coisas nesse arco, e espero um pouco de Briney também.

    Fecho aqui então o comentário. Valeu e até a próxima!

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    1. Salve, mano Napoleão, melhor intérprete do Mickey tiltado que já vi!

      Fico feliz que tenha gostado dessa construção de background pra Camila. É algo que eu notei recentemente que faltou em AEH, e por isso estou criando essas histórias aos poucos pra ajudar no desenvolvimento dos protagonistas sem prejudicar o andamento da história principal. A Sapphire e o Ruby também vão ter a vez deles em breve.

      Sim, a Camila pode ser um ano mais velha e mais experiente que a dupla que vimos desde o primeiro capítulo, mas ela ainda é nova, e portanto está vulnerável ao lado mais traiçoeiro da vida. Mas ao mesmo tempo ela tem essa personalidade forte que a ajuda a voltar pros trilhos e seguir em frente. Claro que ela ainda vai ter dores de cabeça com o que aconteceu no capítulo 12, mas vamos ver como ela vai lidar com isso ao longo do tempo.

      Isso! Chegaremos a Dewford no próximo capítulo! Eu estou feliz que tenhamos conseguido alcançar isso ainda esse ano, e espero que em Dezembro mesmo esse 14 seja postado! E é claro, teremos Briney em Dewford. A participação dele ainda não acabou. Let Peeko be your guide!

      Valeu pela presença, meu parceiro! Até a próxima! õ/

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  3. DAT CAPITULO! MEU ARCEUS! A CAMILINHA! QUE LINDA! QUE FOFA! EU QUERO CONHECÊ-LA! (hehe) MEU ARCEUS! Eu quero ver ela dormindo com a pelucia do Pichu, escondida de todo mundo kkkkkk

    Eu estranhei um pouco no inicio ela se afastando e tal, mas depois ficou tudo bem fechadinho gostei muito! E ELA BRIGANDO COM A SAPPHIRE! "SUA GRINGA" MEU DEUS! FICOU ÓTIMO!

    A Batalha ficou muito boa, eu achei que seria mais intensa, e até achei que a Camila ia perder, mas até que ela levou de boas o primeiro desafio, agora é esperar o próximo gym da Sapphy e ver o Ruby pegar um bronze com a lagartixa.

    Que venham as férias de verão desse trio maravilhoso!

    P.S.: MEU DEUS! ADOREI CONHECER OS POKÉMON DA CAMILA! QUE DUPLA INCRÍVEL!

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    1. E essa ansiedade em vê-la criança novamente? Até parece que você não anda sabendo de determinadas coisas que virão futuramente kkkkkk

      A Camila teve um abalo psicológico com o que aconteceu no caminho pra ilha, mas bastou a Sapphire dar um acorda nela pra tudo voltar ao normal. Bom, pelo menos por enquanto, já que a Team Aqua vai voltar, e com ela as lembranças dessa noite maldita.

      Eu realmente fiquei com receio da batalha ter ficado muito vaga ou muito rápida, mas que bom que curtiu. Eu tinha a intenção de fazê-la mais intensa, mas o foco do capítulo foi mudando tanto que ela acabou ficando em segundo plano. As próximas com certeza ficarão mais complicadas pra ela, a Batalha da Fronteira não é para iniciantes!

      A dupla dela até que combina, não é? Maggie e Shin possuem um trabalho em equipe muito forte, e por isso eles conseguiram passar pelo desafio do Noland sem maiores problemas.

      Valeu pelo apoio, cara. Até a próxima! õ/

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  4. Eae cara,

    Eu gostei muito desse capítulo, Camila é uma ótima personagem sendo um ótima treinadora, vencendo de 2x0, um resultado muito bom. Por causa daquele flashback agora eu estou curioso com as aventuras dela em Kanto, o que será que aconteceu com aquelas garotas...
    Briney ja demonstrou ter um ótimo coração, se preocupando com as crianças.
    Agora é partir para Dewford, onde Sapphire buscara sua segunda insígnia. Provavelmente encontraremos Steven daqui a pouco, que é meu campeão favorito despois do Green/Blue.
    Sobre a batalha, não foi muito desafiadora para a Camila, mas a estratégia deixou tudo mais interessante, junto com a visão dos pokemons que é sempre legal de ver, gostei principalmente da Shin.
    A discussão da Sapphire com a Camila foi genial, e nessa conversa quem eu gostei mais foi o Ruby, que ficou na dele, realemte ele sø atrai louco, mas assim que é divertido!

    Acho que é isso, espero ansioso o próximo capítulo!

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    1. Rapaz, se bobear essas meninas nem se tornaram treinadoras, ou talvez tenham... Será que uma série spin-off seria uma boa ideia? Não Shadow, você ainda tem um plot inteiro pra seguir em AEH, depois a gente pensa nisso!

      Sim, aos poucos vocês vão começar a ver que o Briney é um personagem correto e com um forte senso de justiça, apesar do jeitão mais carrancudo dele kkkkkkkkkk

      Fico feliz que tenha gostado do Shin. Cara, quando eu pensei na batalha em um primeiro momento, eu acreditava que a Maggie teria mais destaque, porque ela é a powerhouse da equipe da Camila, e o Shin seria mais discreto. Mas saiu totalmente o contrário. Vamos ficar de olho nesse Venomoth safado para não sermos surpreendidos novamente!

      Pobre Ruby, tudo que ele pode fazer é ficar assistindo a treta rezando pra não sobrar pra ele kkkkkkkkk

      Valeu pelo comentário, Alefu! O próximo capítulo está em andamento. Espero poder trazê-lo em breve, mas quando estiver pronto vocês serão avisados lá no grupo.

      Até breve! õ/

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  5. Está na hora de conferir o resultado dos seus últimos meses de esforço nessa batalha! Deu um trabalhão decidir os nomes para os Pokémon e como aluta iria fluir, lembro que você não queria partir direto para a pancadaria, a introdução seguida da desistência da Camila e o seu mini arco foram uma ótima sacada, a própria luta fluiu bem melhor. É daquelas ideias que a gente só tem quando tá com a mão na massa, e fez toda a diferença no capítulo. Ao mesmo tempo que sinto que a Camila se recuperou rápido demais desse trauma, tenho a impressão de que voltaremos a lidar com ele mais vezes. Talvez não a impotência frente à treinadores poderosos, mas como todo mundo apontava o dedo pra ela dizendo o que ela devia ser e o que seguir, vai ser bom vê-la tacando o foda-se geral kkkk Por mais arcos que desenvolvam assim seus personagens!

    O flashback do passado dela foi outro toque a mais, sempre tivemos aquela imagem da Camila espontânea vinda de uma região longínqua, mas nunca soubemos o bastante. É ótimo ver o que construiu sua personalidade, que ela também tem ídolos e parece ter tido uma infância meio solitária porque as demais meninas a consideravam grosseira demais. Talvez ela esconda sua força atrás do sorriso com medo de que a machuquem de novo, e o bom é que justamente a Sapphire sabe como lidar com esse tipo de gente kkkk Espero que os flashbacks das lembranças continuem!

    Eu sempre preferi trabalhar com Pokémon de nível alta para as lutas importantes, podemos experimentar golpes como Earth Power e Superpower pra acabar de vez com o adversário kkkkkk Shin e Maggie são uma ótima dupla, e são mais parecidos do que imaginei, todo mundo nesse time gosta de descer pra porrada kkkkkkk E a Camila se saiu muito bem para uma primeira luta oficial, vai ser fácil de conseguir manter a excelência nos próximos cérebros, sem contar que o time dela continua um mistério agradável. Ótima batalha, o suficiente para não enrolar demais, até porque a luta de verdade é o que ela estava travando por dentro (sem contar que uma derrota significaria retomar o caminho para essa ilhota perdida onde Judas perdeu as botas, não é à toa que o Noland fica tão estressado de trabalhar aí kkkkkk) E que venha Dewford e um arco que traz tantas lembranças da Hoenn antiga!

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    1. Rapaz, nem fala! kkkkkkkkkkkkk Você viu o tempo que levou pra esse capítulo sair. E só começou a fluir mesmo quando tivemos essa mudança radical de foco. Se fosse apenas a batalha ele jamais teria visto a luz do dia. Apesar de você ter acompanhado o andamento do processo, eu evitei te mostrar muito do conteúdo para que você pudesse ter a experiência necessária para dizer se foi tudo ok ou não. E isso que você disse é verdade, são ideias que a gente só tem enquanto está tentando escrever. Um motivo a mais para não deixar os bloqueios criativos nos impedirem de ficar horas encarando o Word com cara de mau, pensando no que pode ser feito para prosseguir com a história.

      Às vezes essa necessidade de terminar tudo em um único capítulo acaba me prejudicando. Eu sei que ficou essa sensação dela ter se recuperado rápido, eu mesmo fiquei com esse sentimento ao ler o produto final da primeira vez, mas faz parte da personalidade da Camila não se deixar abater por muito tempo com coisas negativas, como é o próprio exemplo que você deu da infância dela comparada às outras meninas. Mas a sombra da Team Aqua ainda vai voltar a atormentar a cabeça deles de novo, espere só!

      Nem fala! Você sempre disse que eu conseguia fazer boas lutas só com Tackle e Growl antigamente, mas a verdade é que é impossível kkkkkkkkkkkkkkkk Níveis maiores dão uma variedade muito maior de opções que podem ser usadas ou combinadas, e uma batalha em dupla potencializa bastante esse tipo de coisa. Uma pena para o Noland, que acabou sendo derrotado fácil, mas talvez no futuro ele tenha a chance de mostrar que é um treinador muito bom, e que a Camila o venceu com facilidade porque ela mesma possui um potencial enorme.

      Eu só sei é que esse arco foi encerrado. Dewford vem aí, e eu sei que você espera bastante desse arco até por gostar do Brawly kkkkk Relaxe, eu tenho mesmo memórias nostálgicas dessa cidade por causa da Hoenn antiga, então vou tomar cuidado ao máximo para trazer algo que vocês gostem.

      Até a próxima, bro! õ/

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  6. Hey Lil Sombra
    Tudo bom contigo?

    Que batalha bom hein cara?Camila descendo a porrada e mostrando que não tá pra brincadeira huahsuahs

    O começo deu continuidade pro final do outro capítulo o que faz o total sentido já que eles estavam naquela inocência de vamos começar a jornada,que mundo bonito,então chega uma seita maligna que louva um peixe e quase joga eles na boca de um Sharpedo,é um baita choque de realidade,principalmente pro Ruby e a Sapphire que são novatos,mas no final a Camila que foi mais afetada percebendo que não conseguiu fazer nada pra evitar aquilo.


    A Camila simplesmente desistindo da batalha foi muito surpreendente,mas ainda assim foi bem sensato da parte dela,o resultado da batalha provavelmente seria diferente se ela enfrentasse ele naquele estado

    Esse flashback dela foi bem interessante,principalmente sabendo que ela se inspira no Surge,e que provavelmente conhece ele,será que o menino Killer vai fazer referência a Camila quando o Surge aparecer?Não sei,mas seria legal se ela fosse aprendiz dele


    E a Sapphire puxou pela gola,chamou pra conversar no cantinho e jogou a realidade na cara da Camila,que por um momento enlouqueceu e mandou a lendária risada diabólica de vilã,seria Camila a verdadeira vilã de AeH?uahsuahshuas


    E que batalha,começou com uma referência maravilhosa huahsuahs
    ,mas deixando a referência de lado é muito interessante ver uma batalha de mons mais experientes/com maior possibilidades de golpes,aumentou bem mais as combinações mesmo que

    Gostei da sincronia e confiança da Maggie e do Shin,mesmo que eu não seja o maior fã de Venomoths,cara eu não sei se você já assistiu Noragami,mas o Venomoth analisando a batalha e pensando rapidamente na melhor possibilidade lembrou muito a relação da Bishamonten e do Kazuma,mas se você não conhecer isso vai ser só uma referência aleatória huahsuahsuas


    See Ya

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    1. Batalha com a Camila tem que ser daquele jeito, né? Quebra-pau e cabeçada em gente de-sa-gra-dá-vel! Mas brincadeiras a parte, ela teve que batalhar duas vezes: a primeira com ela mesma, pra só depois poder enfrentar o Noland. Tudo bem que teve aquela ajudinha da Sapphire, mas ainda assim a Camila tem seus méritos por ter conseguido separar as coisas. É claro que o trauma da noite anterior ainda deve perturbá-la por um tempo, mas ela não podia deixar que aquilo afetasse seu progresso na Batalha da Fronteira. Era hora de seguir em frente.

      A referência antes da batalha foi pra você kkkkkkkkkkk A Batalha da Fronteira é sim uma competição para treinadores mais experientes, então como você mesmo disse foi importante a Camila recuar num primeiro momento para poder colocar a cabeça no lugar. É uma competição que não perdoa erros, então ela precisava estar mentalmente estável para poder batalhar.

      Sobre o flashback dela, foi uma forma de começar a mostrar o background da personagem, um pouco sobre como ela chegou ao que é hoje. Pretendo trabalhar isso no Ruby e na Sapphire também, porque é algo que eu achei que ficou faltando no começo da história, já que eu resolvi dar atenção a outros pontos.

      Maggie e Shin são parceiros de longa data, então é comum que eles saibam trabalhar bem um com o outro. Mas isso não significa que será sempre fácil como dessa vez. A Batalha da Fronteira é intensa, e cedo ou tarde esse entrosamento será colocado à prova.

      Valeu pela força, guerreirinho! Até a próxima! õ/

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  7. Alo, é da produção né? Poderiam fazer o favor de trazer uma Camila pra esse Oscar de capítulo? Rsrsrs

    CARA, depois daquele papo que tive contigo a uns tempos atrás, esse capítulo acabou tornando-se bem pessoal para mim e creio que pra muitos. Óbvio que a Camila influenciou nisso, mas creio ter sido pelo fato de ter estado na mesma situação que ela, como tantas outras pessoas por ai que acabam por ter esses momentos de fraqueza durante as jornadas da vida. Também ressaltou que ninguém vence sozinho e é muito importante o cultivo das amizades que formamos pra sempre sermos mais fortes. Juntos podemos ser algo mais ><!! A experiência de ler foi de longe a melhor que já tive 10/10, me fortaleceu emocionalmente.

    Em termos técnicos é o de sempre, conduziu bem a história e não deixou nem pra mais, nem pra menos o desfecho. Equilíbrio sempre. Bem escrito e surpreendente.

    Shadowzinho, esse foi 10/10 mesmo meu consagrado! Espero que o desenrolar dos próximos cheguem a nos proporcionar uma experiência tão única e especial quanto esse, essas experiências só são obtidas aqui no Aliança que, de longe, é o melhor conjunto de histórias e autores.

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    1. Oscar aqui não tem, mas tem o Omascar lá em Johto e Sinnoh. É quase a mesma coisa, então dá uma conferida lá pra ver. :v

      Que bom que esse capítulo teve um impacto positivo pra você. Eu nem tinha planejado fazer algo que pudesse influenciar (não sei se é a palavra adequada, mas você entendeu o que eu quis dizer) a vida das pessoas, a história é feita mesmo pra quem acompanha se divertir lendo. Então esse tipo de feedback é bem inesperado quando eu recebo.

      Ele mostra que mesmo uma pessoa como a Camila ainda tem seus momentos de insegurança e dificuldades, alguns traumas que precisam ser superados para que ela possa seguir em frente. Isso se aplica a todo mundo em certo ponto da vida, para uns mais cedo, para outros mais tarde. E como lidar com isso é algo que cada um tem que descobrir.

      Fico feliz que tenha curtido. Com esse capítulo encerramos mais um arco da história, e a partir de agora é Dewford, que promete muito pra esse 2019! Só vamo!

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  8. ESTE FOI SEM DÚVIDA O MEU CAPÍTULO PREFERIDO ATÉ AGORA <333

    que linda a minha camila a lidar com os seus fantasmas! é óbvio que talvez a situação e às mágoas do capítulo anterior ainda não estejam totalmente ultrapassadas, mas pelo menos, a sua inspiração para a vida, fê-la mudar de ideias e ter coragem para enfrentar o primeiro cérebro de fronteira!

    e esse foi um belo combate! a equipa de camila é simplesmente brilhante! confesso que quero ver ela crescer, mas acho que seria bastante interessante termos igualmente mais flashbacks sobre a sua vida em kanto, anteriormente. como ela capturou esses pokémon? o que ela fez por lá? quem conheceu?

    É POR ISSO QUE A CAMILA É A MINHA FAVE! A RAINHA! ela consegue ser a mais versátil do trio, tanto pode estar no topo da montanha, como enterrada e fechada a sete chaves num cemitério no fim do mundo! e é isso que ADORO nela!

    obrigado por me dar a melhor personagem shadow! belo trabalho! :D

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    1. E aí, Angel!

      Enfim tivemos nossa Rainha de Kanto em ação contra um Cérebro da Fronteira! Isso foi resultado de uma enorme reformulação que ela veio sofrendo desde a versão antiga da Aventuras em Hoenn. E te digo uma coisa: não vai parar por aí! Tem muito mais sobre ela a ser revelado em um futuro bem próximo. Espere por mais informações quando estivermos em Slateport (não falta muito para chegarmos lá).

      Esse capítulo foi feito em conjunto com o anterior justamente por conta dessa questão de manter tudo bem recente na memória dos leitores. Tanto que o capítulo 12 esteve pronto desde algumas semanas antes de ser postado, mas eu quis segurá-lo para postá-lo junto com o 13, cada um em uma semana, porém em sequência.

      Ela precisou de um tempo para refletir sobre o que estava acontecendo de errado com ela, e no fim das contas ela mesma percebeu (com uma pequena ajuda da Sapphire) que não podia se deixar abater pelo trauma vivido no caminho para aquela ilha.

      É como você disse, essa experiência apavorante com a Team Aqua não vai deixá-la em paz tão cedo, mas isso não é motivo para deixar de seguir em frente. Ela tem que ficar mais forte para poder dar uma resposta à altura no próximo encontro, e é isso que ela está fazendo.

      Fico feliz que tenha gostado da batalha. Deu um baita trabalho para fazê-la justamente por conta de tudo o que acontece antes. É complicado trabalhar com um personagem que não consegue avançar na história por conta de um trauma, mas no fim tudo deu certo, e nossa querida protagonista sai desse capítulo com seu primeiro símbolo da Fronteira. Agora faltam seis!

      Eu comentei com o Canas há uns dias que a Camila era uma personagem que na Hoenn antiga se reduziu a uma terceira protagonista que servia apenas de fuga cômica. Foi a maneira como vocês leitores se apegaram a ela que me fez enxergar a necessidade de fazê-la crescer dentro da história. Por isso eu vou até corrigir essa sua última frase. Foram vocês, na verdade, que me deram essa grande personagem, e não o contrário kkkkkkkkkkkkkkkkk E se prepare, porque vocês ainda não viram nada dela! ;)

      Até a próxima! õ/

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  9. Fala Shadow!
    Adorei o arco emocional da Camile, foi muito bacana ver os acontecimentos da fic realmente abalaram a personagem e que ela teve que ter seu momento para recuperar a confiança, muito lindo.

    Agora sobre a batalha em si, mano essa conicidencia que era 2x2, se a camile tivesse trazido só um poke de Kanto ela tava perdida sauhsuhsuahusahs

    Agora bora para Dewlford, quero o momento de Sapppppppphire agora contra o ginasio da pancadaria!

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    1. Eu acabei tirando proveito do acontecimento do capítulo anterior para poder criar uma situação de choque na Camila que a princípio fosse interferir no desempenho da personagem logo em seu primeiro desafio. Eu fico feliz que todo mundo tenha aprovado, pelo feedback que vocês todos passaram deu pra ver que o resultado foi positivo. :)

      Digamos que ela veio já sabendo que poderia enfrentar batalhas em dupla, então se preparou com seus dois companheiros mais fiéis. Maggie e Shin são poderosos, têm um ótimo entrosamento, e são as referências dessa equipe da Camila. E pelo visto também deixaram uma boa impressão quando exigidos em batalha.

      E que venha Dewford! õ/

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  10. E aí, meu consagrado, me vê um pouco disso que a Camila tomou que eu quero um pouco também.
    Mano, Shadow, que capítulo foda, amei você explorando o emocional da Camila e como ela se sentiu abalada demais depois dos eventos da noite anterior. Pudemos ver também um bocado do passado dela e que diferente das suas amigas no colégio ela não queria ser como as treinadoras femininas poderosas ao seu redor, mas como Tenente Surge, um líder de ginásio que é bruto e poderoso (não estou desconsiderando Erika, Lorelei e as outras, elas também são incríveis e de tirar o fôlego nas batalhas), coisa que vemos no estilo de batalha da Camila contra o Noland e eu acho que ele foi até compreensivo com ela já que era o primeiro desafio dela, o que me faz pensar como é a atitude dos outros cérebros da fronteira. A batalha foi intensa e vimos toda a força de Maggie e Shin, além do pensamento analítico de Camila na batalha utilizando-se do que tem na manga para contra-atacar seu adversário.
    Esse capítulo teve uma das melhores batalhas até agora, ansioso para Dewford e a próxima batalha da May e futuras batalhas da Camila conquistando a Batalha da Fronteira com seus Pokémon.
    É isso Sombroso, até o próx cap

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    1. Demorou, mas finalmente chegou a hora da Camila dar umas bicudas em quem entrar na reta! Agora deu pra ver o potencial dessa garota na prática.

      Bem, a Team Aqua mexeu com o emocional dos três na noite anterior. Até com o Briney, que foi marinheiro e já deve ter visto muita coisa na vida. Mas com certeza a Camila foi a que ficou mais abalada pelos acontecimentos, especialmente com aquela experiência de quase morte. Foi preciso uns tapas na cara dados pela Sapphire pra ela acordar pra vida e seguir em frente. Se não quer passar por aquilo novamente, então fique mais forte. :v

      As treinadoras de Kanto são fantásticas, pode colocar também a Agatha, Misty e principalmente a Sabrina nessa lista. Mas como a Camila é de Vermilion eu achei mais coerente (e também cômico) que ela tivesse essa idolatria toda pelo Surge, que é o líder que ela teve a chance de ver de perto.

      O Noland foi meio babaca sim no começo, mas é a forma que ele tem de tratar os adversários. Ele os faz crescer colocando pressão, até porque a Batalha da Fronteira é uma competição de alto nível (essa batalha inclusive foi com Pokémons por volta do lv 60), então se a Camila não colocar a cabeça no lugar ela vai ser pisoteada pelos outros Cérebros.

      Fico feliz que tenha curtido a batalha, apesar de que aqui só deu Camila o tempo todo. Mas porque foi um capítulo mais de superação da parte dela, então no fim das contas a batalha acabou ficando em segundo plano. Mas Dewford tem um ginásio nos esperando, e também promete muito.

      Até a próxima! õ/

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