Postado por : ShadZ Feb 15, 2019

Brawly


Quando se viu na beira da mesma praia onde cresceu, Brawly abriu um sorriso. Passara tanto tempo fora que havia se esquecido de como era estar em casa. Dewford ainda era a mesma ilha com aspecto aconchegante ao fim da tarde. Mal podia esperar para contar a todos sobre sua nova conquista.

Ele havia vencido um importante campeonato de surf em Alola, onde esteve morando durante os últimos dois anos. Após uma estadia vitoriosa o rapaz voltava à sua terra natal com grande prestígio entre os fãs do esporte, sendo mais um a representar a grande tradição de Hoenn na modalidade em competições internacionais.

Ao seu lado um homem de aparência perto dos quarenta anos de idade também desembarcava na cidade. Seus traços o entregavam como alguém de Alola. Era um importante amigo que o surfista que fez nas ilhas paradisíacas, além de ter sido um importante mentor por ser um homem muito sábio.

— Kola, esse aqui é o meu reino — Brawly sequer conseguia disfarçar a euforia de estar naquele lugar de novo. — Já dominamos Alola, então bora dominar isso aqui também.

— Vai com calma, garoto — o homem ria da pressa de seu amigo. — Vamos aproveitar essa chegada. Eu também quero conhecer Hoenn, mas se tivermos muita pressa não vai dar tempo de construir boas lembranças.

— Cara, mal posso esperar pra te mostrar todas as praias que temos por aqui. Eu garanto que a gente compete de igual pra igual com Alola.

— Isso é uma boa notícia pra mim. Onde tiver praia boa eu quero estar.

Brawly e Kola seguiram a caminhada até a casa onde o rapaz morava antes de viajar para o exterior. O rapaz morava sozinho já há algum tempo, mas mesmo assim ambos encontraram a casa toda limpa, para surpresa do visitante.

A mobília estava com alguns lençóis por cima para evitar o acúmulo de poeira. As janelas estavam limpas e o chão encerado. Uma casa pequena, porém cuidada com todo o zelo possível que a fazia parecer até luxuosa apesar de seu tamanho.

— Ela não precisava fazer isso tudo — disse o rapaz enquanto tirava os lençóis de cima dos móveis.

— Ora, ora, parece que teve alguém te esperando esse tempo todo — Kola encarava Brawly com um sorriso suspeito e os braços cruzados. — Agora começo a entender o motivo de você nunca ter dado ideia pras garotas que tentavam algo com você lá em Alola.

— Que isso, Kola! — Brawly ria dos comentários do amigo. — Eu apenas não tô preparado pra ter um compromisso com outra pessoa. E quem manteve a minha casa bem cuidada esse tempo todo é uma amiga de longa data, quase uma irmã. Não consigo vê-la de outra forma e nem quero.

Kola apenas deu um discreto sorriso de canto e voltou sua atenção à arrumação da casa, ajudando Brawly a descobrir a mobília.

— Se você diz...

Após terminarem de preparar a casa, Brawly levou Kola até o quarto onde o homem ficaria para que lá ele pudesse deixar suas coisas. Em seguida voltaram à sala. O mais novo foi até a cozinha, que era separada do cômodo anterior apenas por uma meia-parede onde ficava uma bancada, e caminhou até a geladeira para pegar alguns ingredientes para fazer o jantar, até que se deu conta do engano que havia cometido.

— Vish...

— O que houve? — Kola perguntou.

— Eu meio que abri a geladeira no automático. Esqueci que a gente acabou de chegar. Não tem nada pra comer — Brawly caiu na risada.

Os dois então juntaram todos os trocados que conseguiram tirar do bolso e pediram uns sanduíches de fast food. Não era o ideal para matar a fome deles, mas era o que tinha de possível naquela noite. A partir do dia seguinte eles pensariam no que fazer para conseguir dinheiro.

Após a refeição Brawly e Kola foram dormir. O mais jovem estava ansioso por rever as pessoas com quem conviveu durante tanto tempo. Depois de alguns anos estando longe ele queria ver como as coisas tinham mudado, o que havia de novidades e matar a saudade dos velhos hábitos de quando ainda morava na ilha.

Quando amanheceu os dois acordaram bem cedo para andar pela cidade. Sem café da manhã, Brawly levou Kola até uma região de mata para que pudessem pegar algumas berries para comer. Após encherem o estômago, os dois caminharam até um local liderado pelo anfitrião.

— Onde estamos indo?

— Visitar um velho amigo — Brawly respondeu, mantendo o mesmo sorriso de sempre. — É um parceiro de longa data. É um senhor de idade que tem uma barraca de aluguel de pranchas perto da praia norte.

— Será que ele tem parafina? A minha prancha tá precisando.

— Claro! Ele com certeza vai arranjar uma pra tu. O nome dele é Oswald. Esse cara me deu uma força muito grande pra eu começar a surfar. Minha família nunca teve grana, então quando eu era moleque ele me deu minha primeira prancha e me ensinou a surfar.

— Pô, maneiro! Ele deve ser um cara muito gente fina.

— Gente fina é pouco! Ele é parceirão mesmo.

A caminhada se estendeu por mais alguns metros até chegarem ao local de destino. A surpresa, no entanto, se deu por parte de Brawly ao ver a barraca em estado de abandono. As madeiras estavam podres e o telhado improvisado com palha e folhas de árvores tropicais já não existia mais. Também não havia nada lá dentro, a não ser os restos de pranchas velhas, que já não eram sequer possíveis de serem restauradas para uso.

O rapaz tinha uma expressão confusa, mas logo se aproximou da cabana para checar qualquer detalhe que pudesse lhe dar uma dica do que havia acontecido.

— Estranho, será que ele mudou de lugar ou se aposentou? — indagou enquanto revirava as coisas em volta.

— Brawly? — uma voz feminina o chamou, fazendo-o se virar no mesmo instante. — Brawly, é você mesmo?

A dona da voz era uma bela garota de longos cabelos loiros, olhos azuis e pele bronzeada de sol, aparentando ter a mesma idade de Brawly, algo por volta dos dezessete anos. Ela não pôde deixar de abrir um largo sorriso ao rever seu amigo de infância.

— Casey! Quanto tempo! — o rapaz alegrou-se ao vê-la. — Diz aí, como anda a vida?

A garota deu uma rápida corrida até Brawly. Quando se aproximou o suficiente, segurou as duas mãos do rapaz, com um largo sorriso no rosto.

— Eu estou ótima! Não sabia que você ia chegar hoje!

— Na verdade cheguei ontem no fim da tarde — só então ele percebeu algo estranho. — Mas pera aí. Se você não sabia quando eu ia voltar, por que tu arrumou minha casa?

— Bem, eu não podia deixar o lugar todo largado. E sei que se fosse o caso de eu não ter arrumado você não faria também. Ia dormir em cima da poeira mesmo.

— Pior que eu ia mesmo — Brawly ria enquanto coçava a parte de trás da cabeça. — Ei Kola, essa é a Casey. Ela é sobrinha do Oswald, o cara que te falei. Casey, cadê o velho? Ele fechou a cabana mesmo?

Casey ficou em silêncio por um instante, desviando seu olhar para o chão com uma expressão angustiada. Kola previu a situação e se afastou um pouco, enquanto Brawly ainda aguardava a resposta, sem sequer notar a mudança de comportamento de sua amiga.

— Sabe, seu tio foi o cara que eu mais senti falta quando estive fora de Hoenn. Até hoje eu me lembro do dia que ele...

— Brawly, eu preciso que você me escute agora.

A garota pressionava as mãos contra o próprio peito, lutando em seu interior para conseguir dizer o que precisava. Não sabia o que viria após aquele momento, mas era o que precisava ser feito.

— Brawly, o tio Oswald morreu.

O rapaz ficou estático, tentando assimilar as palavras que havia escutado. Não sabia se havia entendido direito, mas no fim das contas entendeu que realmente ouviu o que havia imaginado, e começou a dar uma risada reprimida por uma voz trêmula.

— Qual é, Casey? Não era tu que sempre dizia pra eu não brincar com esse tipo de coisa? O que foi isso agora?

— Fechamos a cabana porque ele adoeceu poucos meses depois de você ir embora para Alola. Ele resistiu por mais ou menos um ano, mas acabou falecendo já faz dez meses. Eu queria ter te contado, mas eu nunca tive coragem.

Brawly não tinha reação para uma situação como aquela. Tudo que podia fazer naquele momento era ficar encarando Casey ainda aguardando que aquela fosse alguma pegadinha de mau gosto.

— Olha Casey, eu realmente não sei o que dizer...

— Não precisa se preocupar, eu acho que foi melhor assim — disse a garota, tentando disfarçar a voz embargada. — Eu não quero que ninguém nesse mundo passe pelo que ele passou nos últimos dias.

Aquelas palavras atingiram Brawly como um soco no peito. Não queria imaginar o que Casey queria dizer com aquilo. Não se conformava com o fato de pessoas boas terem que morrer torturadas por doenças, ou tendo suas vidas interrompidas antes da hora. Ele se perguntava se não seria o ideal que todos pudessem partir sem sofrimento, uma vez que a morte era algo inevitável.

• • •

Poucas horas se passaram após a notícia. Brawly estava sentado em um ponto isolado na beira da praia, com um olhar vazio em direção ao horizonte. Estava perdido em seus próprios pensamentos, aproveitando o momento de silêncio para tentar organizar a cabeça.

O sol estava forte no auge da tarde, mas o garoto estava confortável debaixo da sombra de uma palmeira. Uma brisa vinda do litoral passava pela área, amenizando o calor costumeiro de Dewford.

Ele estava tão distraído que sequer notou a aproximação de Kola que havia caminhado pela cidade até então, deixando o amigo sozinho para pensar. O homem se sentou ao seu lado, procurando palavras para começar o assunto.

— Então, tá tudo bem?

— Tô suave, cara. É só que é meio estranho tu passar um tempo longe da sua vida antiga e de repente voltar e perceber as coisas que mudaram.

— O tempo pode ser cruel às vezes, mas só resta seguir junto dele. Um dos antigos kahunas da minha ilha uma vez foi lá na aldeia onde eu vivia quando eu era criança, e ele sempre contava histórias. Em uma delas ele fala sobre um pescador que costumava pescar sempre no mesmo rio. Depois de alguns anos aconteceu algum problema que os peixes sumiram de lá, mas o pescador continuava entrando no rio todos os dias na esperança de que um dia os peixes voltassem. Ele passou a vida toda esperando. Nunca mais conheceu outras águas, e nunca mais comeu nenhum peixe.

— Por que está me contando essa história agora?

— Porque essa é a lição que o kahuna queria passar: quando você fica preso ao passado, você desiste de viver o presente e perde a chance de conhecer o futuro.

— Sinistro.

Kola mudou de posição, se recostando no tronco da palmeira para ter uma posição mais confortável.

— É assim que as coisas são, Brawly. Tudo nesse mundo tem seu tempo. A hora sempre chega, mais cedo pra alguns, mais tarde pra outros.

— Eu sei, mas vou sentir falta do velho.

— Mas isso é bom. Significa que ele proporcionou bons momentos pra você.

— É, faz sentido — Brawly deu um sorriso assim que as lembranças de sua infância voltavam à mente. — E foram ótimos momentos.

— Quer compartilhar alguns?

— Teve uma vez quando eu era moleque, devia ter uns dez anos. Eu, o Oswald e a Casey estávamos voltando da feira, aí passamos na frente de uma casa. Bem no jardim da frente tinha uma mesa com uma cesta cheia daquelas berries Iapapa. Cara, eu amo essa fruta!

— Lá vem... — Kola começou a balançar a cabeça negativamente, já prevendo onde aquela história ia dar.

— Eu abri o portão e entrei na cara dura pra pegar uma pra cada um de nós, só que do nada apareceu um Granbull do tamanho daqueles que tem lá na Ilha de Poni! Eu não tive tempo nem de pensar em nada, saí correndo e deixei o portão aberto. O bicho saiu no nosso rastro e nos perseguiu pela cidade inteira!

As histórias seguiram durante um bom tempo. Brawly podia ficar a tarde inteira contando todas as grandes aventuras de quando era mais novo, desde quando eles irritaram um grupo de Taillows sabe-se lá como, até o dia em que ele pegou sua primeira onda.

— Kola, acho que vou ficar em Dewford. Não quero mais sair daqui.

— Por que essa decisão tão de repente?

— Percebi desde ontem que a praia está com menos surfistas, e agora percebo que talvez tenha sido o fechamento da cabana. Eu tenho uma responsabilidade com esse lugar, porque é onde cresci. Tenho que fazer algo para manter a cidade no mapa dos viajantes.

Kola não alterou sua expressão em momento algum, apesar de por dentro estar surpreso com a mudança inesperada do seu amigo. Brawly sempre teve um indomável espírito de liberdade, mas agora parecia estar olhando para seu lar pela primeira vez em muito tempo.

— E já pensou em algo?

— Eu estava bolando uma ideia aqui antes de você chegar. Lembra do noticiário de ontem à noite? Parece que um dos ginásios da Liga Pokémon perdeu a licença. Acho que vou dar entrada na papelada para abrir um aqui em Dewford. Vou me especializar no tipo lutador. Aprendi bastante sobre eles com o Kahuna Hala.

— Eieiei, calma aí, garoto — Kola agora não conseguiu esconder seu espanto. — Tudo bem que você é um ótimo treinador, venceu o Grand Trial nas quatro ilhas, mas tem certeza que você está no nível de um líder de ginásio das grandes ligas? E o único Pokémon lutador que você tem até o momento é aquele Makuhita raivoso que a gente pegou perto de Hau’oli.

— Isso é o de menos. Quero fazer isso por Dewford. E pelo Oswald também, porque ele odiaria ver essa cidade se esvaziando.

O silêncio perdurou por pouco mais de meio minuto. Nenhum dos dois conseguia dizer muito naquele momento, até que Kola também deu sua decisão.

— Também vou ficar — disse o homem, arrancando uma exclamação de Brawly. — Tô gostando desse lugar, e também acho que se eu ficar aqui observando você eu vou aprender algo muito interessante.

— O que te falta aprender, bro? Tu é o cara mais sábio que eu já conheci.

— Ser sábio não significa saber tudo. Ainda falta muita coisa pra eu aprender.

— Então a gente vai aprendendo junto.

Pouco tempo depois Brawly tentou pela primeira vez trazer um ginásio para Dewford, mas não obteve êxito. Ele e Kola resolveram colocar em prática o plano B, que era reformar a cabana deixada por Oswald para que a cidade tivesse mais uma vez um local para aluguel e manutenção de pranchas de surf. Poucos meses depois, após treinar mais, o rapaz conseguiu passar no exame de aptidão e conseguiu a licença para operar um ginásio oficial da Liga na ilha.

A barraca ficou para Casey, a quem Brawly ensinou os processos básicos de conserto e preparação de pranchas. Kola permaneceu no local para ajudar com problemas mais complicados e enfim o ginásio de Dewford foi aberto, não demorando muito para se tornar famoso por ser um dos mais complicados da região de Hoenn. Não só pela localização remota, mas por possuir um líder realmente talentoso.

Com o tempo, o movimento de Dewford se multiplicou de forma que não houvesse mais alta ou baixa temporada. Os surfistas voltaram, pois agora tinham um local de apoio para qualquer problema que o equipamento sofresse, mas além deles os treinadores sedentos por uma vaga na Liga Pokémon também desembarcavam aos montes na ilha paradisíaca procurando superar mais um desafio em suas aventuras.

O movimento já era bem maior do que antes de Brawly ir embora. E pela primeira vez desde sua volta, ele pôde se orgulhar de uma conquista. Sua cidade, sua ilha, seu pequeno mundo, estava de volta ao mapa.

FIM DO CAPÍTULO

  


{ 16 comments... read them below or Comment }

  1. Aqui está nosso surfista preferido, e como ele abriu seu ginásio. Imagino como a ideia da academia tenha surgido depois disso.

    Eu fiquei um pouquinho triste em ver como a... Talvez "inocência" (?) Do Brawly foi quebrada quando ele descobriu sobre o Oswald, mas ao mesmo tempo muito emocionando com o sentimento dele sobre Dewford, e como ele queria fazer a ilha voltar ao mapa.

    Surpreendente que ele nem mesmo era especializado em um tipo. Foi tipo "Vou fazer isso pela minha cidade, e vai ser agora." E passou mesmo assim.

    Agora a ilha é novamente famosa. Eu imagino quem ficaria lá para tomar conta de tudo que ele criou, já que ele ainda tem o espirito livre, e como contou para a Sapphy, quer voltar a viajar. Gostei muito do contraste de chegada e partida que está tendo entre o passado e o presente.

    Espero pelos novos capítulos para ver o que vai acontecer com o Brawly!!!

    Smell ya latter!

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    1. Talvez essa tenha sido a primeira vez que o Brawly se deu conta de que a vida passa, e com ela certas coisas mudam. Aliás, tudo muda. O Oswald é um pedaço do passado dele que foi levado embora, algo que ele não pode mudar e que ele não teve a oportunidade de se despedir justamente porque decidiu viver a vida fora de sua terra natal. É um sacrifício necessário para quem tem o espírito livre.

      Ele não teve nenhuma especialização em tipos de Pokémon, mas o aprendizado dele sobre Pokémons lutadores é algo a se considerar. Ainda mais tendo o Hala como tutor, não é um fato que possa ser ignorado. Fora isso o senso de compromisso que ele despertou com a morte de seu amigo foi algo que influenciou bastante no desempenho dele. Era um motivo real para estar lá tentando levar algo bom para Dewford.

      Bem, eu cheguei a cogitar um substituto para ele após o fim da história, mas de repente a ideia não me parece tão apropriada kkkkkkk Sei lá, simplesmente não tem nada a ver. Mas quem sabe futuramente não aparece algum personagem que pode vir a ocupar a vaga deixada por Brawly?

      Bem, agora o que resta nesse arco de Dewford é a batalha de ginásio. Mas certamente o nosso querido surfista vai dar as caras mais algumas vezes no futuro.

      Até a próxima! õ/

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  2. oiiii

    achei bem interessante essa backstory de brawly e dos seus amigos! a forma como ele cresceu, amadureceu e aprendeu a olhar para a vida de uma maneira diferente é bastante real e gostei muito desse toque...

    outro ponto que achei muito curioso foi a ligação da história com a regiao de alola. confesso que, de todas, é a que menos conheço porque nunca joguei os jogos e também nao acompanho a fic (preciso de me atualizar lá) mas acho que deu um tom especial e diferente à historia do líder de ginásio!

    e agora estou a torcer para que venca o melhor treinador no próximo capítulo!

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    1. Tudo bem, Angel?

      Da mesma forma que fiz com a Roxanne um tempo atrás, acho que o Brawly também merecia um capítulo mais voltado pra ele. Afinal, líderes de ginásio são personagens importantíssimos, e a finalidade do A Gym Leader's Life é justamente essa: trazer cada um deles mais pra perto do leitor.

      O Brawly nunca foi um cara irresponsável ou infantil (no sentido ruim da palavra), mas ele era bem inocente para perceber alguns fatos inevitáveis da vida. Esse choque de realidade de ver as coisas mudando depois de um longo tempo fora de casa serviram para ligar esse alerta na cabeça dele, de que talvez ele estivesse tão preocupado em aproveitar a vida que estava se esquecendo de outras coisas realmente importantes. Da mesma forma que na atualidade da história ele se preocupou tanto com as suas obrigações que acabou deixando de viver. Esse conflito vira a cabeça dele do avesso, e é isso que ele tenta encontrar nesse momento: a balança, o ponto de equilíbrio que o permita conciliar as duas coisas. E talvez seja justamente essa batalha contra a Sapphire o ingrediente que falta para que ele obtenha a sua resposta.

      Cara, eu joguei Pokémon Sun, e se você tiver a oportunidade de jogar também eu recomendo. O jogo é maravilhoso, tanto em história, como cenários e trilha sonora. Acho até que pra mim teve um peso nostálgico de quando eu passava o verão inteiro na praia, então pode ter tido esse tempero extra kkkkk Mas acho que independente disso foi um jogo muito bom, uma experiência bem proveitosa. Com relação ao blog de Alola, a história principal ainda não foi iniciada, e não sei ao certo em que ponto de desenvolvimento ela está nesse momento, mas pode ser que a gente tenha novidades em breve. Eu sei que outras regiões como Unova e Kalos estão agindo nos bastidores para voltar esse ano. Caso queira saber sobre Alola, eu acredito que o Dento de Johto pode te informar melhor sobre a situação da região do que eu, pois ele tem mais contato com o Doritos que é o autor de lá. É só perguntar a ele lá no Discord que ele vai te atender.

      Agora sim está tudo pronto para a batalha pela insígnia de Dewford! Eu estava louco para chegar nesse momento, e o capítulo já está em produção! Eu pretendo postá-lo já nessa sexta, para que Março seja focado no começo do arco de Slateport, que será um arco muito importante da história. Eu não tenho certeza se o capítulo realmente sai nessa sexta, mas pode vir dar uma olhada se quiser, só pra garantir mesmo. :)

      Valeu pela presença e até breve! õ/

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  3. Eae

    Cara, se eu ja tinha gostado muito da Roxanne, o Brawly me conquistou, por ser um incrível trinador e surfista? Talvez. Mas o principal é sua personalidade, ele muito gente boa! "Sacrificando" sua liberdade para restaurar a cidade, restaurando a cabana, muito legal.
    Kola não fica para trás, ele já viveu bastante se comparado ao jovem, é está sempre lá para apoia-lo.
    Bom, estou torcendo para a Sapphire, mas espero que seja uma batalha fantástica (e vai ser, eu confio em você) e que o melhor vença.
    Então é isso, acabei demorando para ler, mas o fiz e gostei muito do capítulo, é sempre bom ver mais desses líderes de ginásio que tanto amamos.
    Acho que é isso, até mais ver e espero ansioso o próximo capítulo!!!

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    1. O Brawly teve um aprofundamento ainda maior que a Roxanne na história, apesar de que a primeira deve voltar a dar as caras em algum momento da história, o que pode ser uma oportunidade para se desenvolver mais.

      O Kola é um cara vivido já. Ele com certeza é um grande apoio para o Brawly, que por ser um cara mais inocente às vezes acaba por não compreender muito bem certas coisas. É aí que o cara entra.

      Estou trabalhando firme na batalha do próximo capítulo! Também estou ansioso para ver o resultado, e espero que agrade vocês kkkkkkkkk Sexta vamos ver no que vai dar.

      Valeu pela presença novamente! Não precisa se preocupar com demora, o importante é que você está curtindo.

      Até a próxima! õ/

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  4. Caramba, que reviravolta na vida do menino Medina digo, Brawly ahsuahsshu. Adoro quando os capítulos tem essas pequenas lições de moral pra passar, até porque esse espaço é pra nos trazer prazer e alegria. Logo nada melhor do que vir ler e ainda receber esse "abraço" em tempos difíceis.

    Ótimo trabalho Lil Sombra! :>

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    1. Brawly perdeu aqui a sua inocência, mas é a partir desse ponto que ele evolui muito. Às vezes um choque é necessário para mudar o rumo da nossa vida, e com ele não foi diferente. É verdade que ele perdeu um amigo, mas por outro esse fator o motivou a fazer algo por sua cidade, e assim ele se tornou o treinador fantástico que é hoje. E essa habilidade toda você verá em batalha no próximo capítulo.

      Até lá! õ/

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  5. Yo Shadow
    Tudo bom contigo?

    Aqui estou novamente para mais um comentário,malz pela quantidade de comentários,too much Grovyle :v

    Mais um capítulo reflexivo,gostei da evolução do Brawly,mas foi bem triste ele perder o Oswald e nem ter se despedido.

    Tô gostando desse clima reflexivo/de lições que estamos tendo em AeH,além de ser algo interessante faz você começar a pensar sobre como a vida é curta, e que no final só sobram memórias de um tempo que não vai voltar mais.

    Também teve ligação com Alola,eu até comentaria de novo sobre a LTP mas teorizar sobre Alola seria meio complicado.

    E se antes ele já era um gym leader forte agora ele tá bem mais experiente,Sapphire vai ter problemas uashuahsuahshuas

    Acho que é tudo
    See ya

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    1. Essa perda é a consequência de se ter passado todo esse tempo longe de sua terra natal. Isso pesou muito na decisão do Brawly de ficar em Dewford, e ele ficou por sete anos! Mas como vimos no capítulo 16, ele parece ter entendido finalmente que ele não é culpado por isso, e que esse tipo de coisa está além do controle. Por isso ele acabou se libertando novamente, expressando aquele desejo aventureiro que por tanto tempo ficou trancado.

      Pior que AEH deu uma baixada na temática de porrada desenfreada e agora está com capítulos que nos fazem pensar mais um pouco. Juro que não foi minha intenção, mas no 17 já voltamos à programação normal. Então se prepare kkkkkk

      A Sapphire que se cuide. A batalha não vai ser fácil como o teste físico kkkkkkkkkkk

      Valeu, mano! Até a próxima! õ/

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  6. Diga lá, meu caro! É sempre um prazer te ver cuidando bem dos líderes de ginásio de Hoenn que sempre foram meus favoritos, cada episódio me faz ver que esse especial está em boas mãos. Curiosamente, o Brawly sempre foi um dos líderes que eu menos gostava, mas comecei a curtir ele demais por sua causa kkkk Gostei demais de ter colaborado um pouquinho na construção do capítulo, essa vibe tranquila, mesmo que sem grandes reviravoltas ou batalhas intensas, colabora demais para construir personagens que muitas vezes não terão tempo de cena na história. Com alguns trechos simples, Kola e Casey são duas figuras que estou ansioso para descobrir se darão as caras na batalha do Capítulo 17.

    Eu ainda não fazia ideia de como esse episódio iria terminar. A história do pescador que viveu a vida no mesmo lago é uma baita lição de vida cara, sempre que saímos de nossa zona de conforto coisas boas acontecem, mas isso também pode parecer aterrorizante. Eu acho legal como nossos personagens nos ensinam lições, e muitas vezes nós mesmos não as colocamos em prática kkkk Mandou bem demais cara, as descrições, as conversas descontraídas, tudo no clima que faz Dewford uma estadia tão marcante nas suas histórias. E que agora venha a pancadaria!

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    1. Não vou dizer que está sendo fácil criar esses enredos curtos com o passado dos líderes, mas está sendo muito bom para aprofundar os personagens. Fico feliz que tenha conseguido mudar a sua visão do Brawly. Na verdade eu nem tinha a intenção lá na primeira Hoenn de fazê-lo esse líder tão importante. É que Dewford é uma cidade que eu gosto muito no mapa de Hoenn, então ele acabou se beneficiando dessa euforia que eu tive pra escrever o arco, e acabou se tornando um dos líderes de ginásio que o pessoal mais curtiu. E isso acabou sendo trazido para a AEH nova. Kola e Casey vão aparecer novamente, cedo ou tarde. ;)

      A historinha do pescador surgiu do nada kkkkkk Ela se reflete bastante em minha vida, esse problema de passar tanto tempo preso ao passado que só depois percebemos que nosso futuro foi reduzido em anos sem a gente ter feito nada de relevante.

      Agora é hora do porradeiro comer solto! Espero que goste.

      Até a próxima! õ/

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  7. Olá, retornei ao blog para deixar meu comentário em mais esse especial.
    Menino, eu acho que você esqueceu de colocar o link desse capítulo nas notas finais do capítulo 16 lá no Spirit, porque não tinha lá, eu vi que a batalha da Sapphire contra o Brawly já ia rolar no capítulo 17 e tava desesperada vindo fuçar aqui me perguntando AI MEU ARCEUS ONDE É QUE ESTÁ O ESPECIAL? kkkkkkk aí achei, só um toque, coloca lá porque tem gente que vai vir aqui com certeza.
    Achei a história de vida do Brawly e como ele chegou a ser líder de ginásio muito veridica, adorei todo esse questionamento entre ser livre pelo mundo ou ficar em seu lugar de origem e honra-lo, e realmente estou ansiosa pra ver qual vai ser a decisão final dele, já sei que a batalha contra a Sapphire vai ter um peso bacana nisso. Adorei as referencias sobre alola também, deixou o clima da cidade e contexto tão vivido.
    Meus parabéns por mais esse especial, ansiosa para o próximo.

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    1. Hey Val!

      Valeu pelo aviso sobre o link lá no Spirit. Eu realmente esqueci de atualizar depois porque aquele capítulo foi postado na correria, mas já está tudo ok. Acho que você é a única que vem de lá pra ler o conteúdo extra daqui, mas de qualquer forma corrigi esse probleminha. Vai que de repente mais alguém aparece? kkkkk

      A série A Gym Leader's Life retrata como nasceu o desejo de cada um desses personagens de se tornar um líder de ginásio. No caso da Roxanne foi uma oportunidade que simplesmente apareceu enquanto ela buscava degraus mais altos na carreira dela. Já no caso do Brawly foi uma parada mais afetiva mesmo, algo relacionado a reconstruir esse elo que ele tem com sua terra natal e compensar tudo o que ele perdeu enquanto esteve fora. São personagens distintos, cada um com sua motivação, cada um com um gatilho diferente para tomarem essa decisão. Isso que eu achei que tornaria os especiais mais interessantes, até porque eles se completam. Eu quero tornar os líderes mais humanizados, em vez de serem aqueles NPCs meramente obstáculos para serem superados. Pegamos aqui o Brawly e a Roxanne, que são os dois líderes trabalhados até o momento. O próprio fato de um ser completamente diferente em personalidade e pensamentos ajuda o outro a se tornar mais único.

      Eu quis citar Alola por ter sido uma região que curti muito jogar. Ela tem uma vibe bem nostálgica pra mim, já que costumava passar os verões na praia quando era criança, e os jogos Sun & Moon trouxeram um pouco dessa atmosfera de volta enquanto eu jogava. Então ficou essa homenagem. Fora que combinou perfeitamente com o Brawly, já que ele é um surfista kkkkkkkkkkkk

      O próximo vai ser o Wattson, e sinceramente ele será um líder bem complicado de trabalhar porque já planejei o arco de Mauville inteiro e ainda não descobri uma maneira de trabalhar o background dele. Mas até lá eu vou bolar alguma coisa kkkkkkkkk

      Valeu por ter vindo mais uma vez. Peço desculpas pela demora em responder. Minha vida pessoal teve umas mudanças nesses últimos meses que exigiram muito do meu tempo, mas aos poucos eu vou tentando voltar à rotina.

      Até a próxima! õ/

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  8. É, cara. Semana passada eu tava arrumando meu estúdio aqui em casa, arrumando meus CDs, quando me lembrei do nada de um tio meu que era cantor. Tinha gravado disco e tudo, ele era tipo um ídolo pra mim. Eu resolvi procurar no Facebook pra ver se eu o encontrava e achei o perfil dele. Os segundos de euforia se transformaram em tristeza logo que eu vi o aviso de que o perfil dele tinha virado um memorial - daqueles que o Facebook transforma depois que a pessoa morre. Engraçado que eu já tinha lido esse especial, mas agora voltando pra comentar eu logo me surpreendi em saber que o Brawly, de um jeito ou de outro, passou pela mesma situação que eu. E é incrível como ele e o Kola têm razão quando dizem que viver do passado nos faz esquecer de viver o presente e planejar o futuro. É legal também que o luto dele se transformou numa baita motivação de vida, tenho muito o que aprender com isso. Às vezes a gente se pega tão imerso em problemas e frustrações que se esquece que é a faísca que muitas vezes precisamos pra que possamos evoluir e ser melhor. Senti muito o toque do Canas nesse capítulo. Engraçado que ele sempre tem uma marca que acaba influenciando a gente de uma maneira ou de outra e mais legal ainda é saber que a cada novo capítulo você sempre evolui pra melhor. Voltar e ler esses capítulos é uma satisfação muito grande por saber que você não desistiu de Hoenn e muito menos de mim que, mesmo depois de um sumiço, tô aqui botando em dia capítulos e comentários. Uma hora eu mesmo atualizo as respostas que tô devendo em AeJ também - tudo a seu tempo!

    See ya!

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    1. Po, se essa coincidência fosse planejada eu jamais teria conseguido escrever esse capítulo kkkkkkk Eu acho interessante quando certos detalhes de cada história acabam criando identificação no leitor, mas transcrever quase a mesma situação chega a dar medo. Pois é, talvez a sua demora esteja explicada agora. O universo pode ter conspirado para que você lesse esse capítulo apenas depois de ter essa notícia, seja pra dar uma imersão maior ou até mesmo pra te inspirar a enxergar as coisas da mesma maneira que o Brawly.

      Nem adianta o Canas mudar de país e nome, os detalhes dele são impossíveis de esconder, né? Ele não digitou uma única letra desse capítulo, e mesmo assim dá pra saber quando tem coisa dele ali no meio. Eu queria fazer algo mais condizente com a personalidade do Brawly, mas não tava saindo. Daí ele veio com essa ideia de puxar a temática mais pro lado do drama. Ele gosta de desgraçar a vida dos personagens tudo kkkkkkkkkk Mas foi uma ajuda muito grande que ele me deu. O capítulo que estava travado saiu, e o pessoal curtiu bastante esse lado do Brawly que foi pouco explorado na história. Esse tipo de sensibilidade pra saber o que tem potencial pra enredo do Canas é realmente algo que eu não tenho. Por isso ficam os créditos.

      Agora você pode aproveitar enquanto a Alpha Saga e o [CENSURADO] estão sendo produzidos. Ainda deve levar um tempinho pra tudo ficar pronto. Mas se você resolver meter um louco e sair lendo tudo, aí você tem bastante conteúdo pra ver por aqui. Então fica tranquilo que de abstinência você não surta. :v

      Até a próxima! õ/

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